Média de desperdício nas empresas da região é de 10%, diz professor Ademar Galelli, no CIC-BG
Os índices de desperdício em uma organização podem matá-la aos poucos, advertiu o professor da UCS Ademar Galelli, em palestra-almoço proferida dia 03 de dezembro, no Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC-BG). Estima-se que as empresas da região tenham uma margem média de desperdício – seja de matéria-prima, energia, tempo, mão de obra, recursos, estoque, etc – de, no mínimo, 10%, acarretando em perdas bilionárias todos os anos, segundo ele. Isso significa que, caso utilizarmos o exemplo do PIB na área de atuação da UCS, de R$ 50 bilhões, o desperdício seria responsável por gerar perdas de R$ 5 bilhões.
Os índices podem ser ainda mais preocupantes – conforme o segmento econômico: no setor da construção civil, o percentual sobe para 42%, de acordo com uma pesquisa acadêmica em Caxias do Sul. Na área da agricultura, são 30% segundo a Embrapa. “Assim como as pessoas, as empresas também adoecem e vão preparando sua morte devagarinho”, disse Galelli, professor nos Programas de Pós-Graduação em Administração e Engenharia de Produção da UCS.
Para que a situação não chegue ao extremo, várias ações podem ser aplicadas para identificar os desperdícios, desde uma simples reunião de brainstorm, passando pelo diagrama de Ishikawa até chegar ao conjunto de prática conhecido como Seis Sigma. As empresas também devem procurar utilizar o clico PDCA – “essência básica da melhoria contínua” – para planejar, executar, avaliar e melhorar, exercer a liderança para comprometer a equipe e também investir em qualidade.
“Não existe custo zero para a qualidade. Se treinamento e qualificação custam caro, experimente a ignorância”, disse o palestrante, doutor em Engenharia de Produção pela Marquette University (EUA).
Para Galelli, essas ações acabam não só retomando a força competitiva das empresas, mas favorecendo toda a sociedade. “As empresas são entidades fundamentais para uma sociedade, porque tem geração de valor, empregabilidade, especialização do trabalho. Uma empresa que não dá lucro está prestando um desserviço à sociedade”, comentou.
Sociedade deve combater desperdício
O presidente do CIC-BG, Elton Paulo Gialdi, afirmou que é preciso combater a cultura do desperdício em todas as esferas da sociedade. “Devemos fazer isso em nossas vidas, a começar pelos nossos lares. Devemos ensinar para as novas gerações o valor das coisas. Para que elas entendam a cadeia de mecanismos de tempo e energia envolvidas por trás de cada item do dia a dia e entendam a importância do consumo consciente”, disse.
Esfera pública também deve combater desperdício
O presidente do CIC-BG, Elton Paulo Gialdi, afirmou que é preciso combater a cultura do desperdício para tornar as empresas mais eficientes e lucrativas, mas que a prática também deve ser adotada pelos órgãos públicos. “Precisamos exigir que nossos representantes na esfera pública façam o mesmo, administrando com eficiência os recursos públicos e acabando com a corrupção que consome de forma inadequada o dinheiro que é fruto do nosso trabalho”.
Novos associados são apresentados
Na última palestra-almoço da agenda do CIC-BG em 2018, a entidade recepcionou as novas empresas que passam a fazer parte de seu quadro de associados. Receberam as boas-vindas os representantes das empresas AgroFênix, Ancora Produções, Empresa Sul Brasil, Goma Sul, Vagão Filmes, Zx -81 e o profissional autônomo Felipe Machado.
Fonte: Exata Comunicação
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