A medula óssea é um líquido-gelatinoso que ocupa o interior dos ossos, sendo conhecida popularmente por tutano. Na medula óssea são produzidos os componentes do sangue: as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas. É diferente da medula espinhal, que é formada de um tecido nervoso que ocupa o espaço dentro da coluna vertebral. O transplante de medula óssea é indicado para pacientes que possuem doenças do sangue como a anemia aplásica grave, mielodisplasias e em alguns tipos de leucemias, como a leucemia mieloide aguda, leucemia mieloide crônica, leucemia linfoide aguda. No mieloma múltiplo e linfomas, o transplante também pode ser indicado (REDOME, 2018).
Segundo o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME), atualmente no Brasil existem 850 pessoas na fila de espera por um transplante de medula óssea compatível. O número de doadores voluntários tem aumentado expressivamente nos últimos anos. Em 2000, existiam apenas 12 mil inscritos. Naquele ano, dos transplantes de medula realizados, apenas 10% dos doadores eram brasileiros localizados no REDOME. Agora há 4 milhões de doadores inscritos. A chance de se identificar um doador compatível, no Brasil, na fase preliminar da busca é de até 88%, e ao final do processo, 64% dos pacientes têm um doador compatível confirmado. O Brasil tornou-se o terceiro maior banco de dados do gênero no mundo, ficando atrás apenas dos registros dos Estados Unidos (quase 7,9 milhões de doadores) e da Alemanha (cerca de 6,2 milhões de doadores).
Com o objetivo de melhorar ainda mais o número de doadores e sensibilizar a população sobre a importância de ser doador, os acadêmicos do Curso de Bacharelado em Enfermagem da Faculdade Cenecista de Bento Gonçalves, promovem uma campanha de conscientização sobre a doação e o transplante de medula óssea para toda a sociedade Bento-Gonçalvense no dia 27 de outubro a partir das 14 horas. A atividade acontece na Praça CEU (Centro de Esportes e Artes), localizada no Bairro Ouro Verde. O grupo de acadêmicos estima impactar não só a sociedade local, mas sim atravessar fronteiras levando este tema de grande importância para outros locais, através da mídia e redes sociais.
Como se tornar um Doador Voluntário de Medula Óssea
1. É preciso ter entre entre 18 e 55 anos e ter boa saúde. Não podem se cadastrar portadores de HIV e Hepatite B e C, pessoas que têm ou tiveram câncer, doenças autoimunes e portadores de epilepsia e de diabetes que utilizam insulina.
2. Cadastre-se no HEMOCENTRO mais próximo e seja doador de medula. *HEMOCENTRO DE CAXIAS DO SUL: Rua Ernesto Alves, 2260 – Centro. Contatos: (54) 3290-4577 / (54) 3290-4576.
3. Para realizar o cadastro o doador deve comparecer ao hemocentro portando documento oficial com foto. O voluntário a doação assinará um termo de consentimento, além de preencher uma ficha com informações pessoais. Será retirada uma pequena quantidade de sangue (5 a 10ml) para o exame de compatibilidade (HLA) para verificação do seu tipo de medula óssea.
4. Seus dados cadastrais e seu HLA serão incluídos no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME), ligado ao Ministério da Saúde. Toda vez que houver uma busca por doadores, suas características genéticas serão cruzadas com as informações do paciente. É essencial manter seu cadastro atualizado (através do site www.redome.inca.gov.br), pois só assim que você será localizado quando alguém precisar.
5. Se o sistema encontrar um paciente compatível, você será chamado para fazer testes mais completos. Confirmada a compatibilidade, um médico avaliará seu estado de saúde. Com base nisso e nas condições do paciente que receberá a medula, ele decidirá qual procedimento para doação.
6. A doação é feita de duas maneiras. A mais tradicional é a coleta direta do osso da bacia, utilizando uma agulha para punção da medula óssea. O procedimento é feito com anestesia geral e sem cortes. O doador fica em observação por 24 horas e em no máximo cinco dias volta às suas atividades. O uso de analgésicos comuns ameniza a sensibilidade no local.
A segunda técnica chama-se coleta por aferése. Nela, o doador faz uso de uma medicação por cinco dias com o objetivo de aumentar o número de células-tronco (células mais importantes para o transplante de medula óssea) circulantes no sangue. Após esse período, a doação é feita por meio de uma máquina que colhe o sangue da veia do doador, separa as células-tronco e devolve os elementos do sangue que não são necessários para o paciente. O doador é liberado no mesmo dia. A medicação pode causar dores no corpo, similares a uma gripe.
Ambos procedimentos são seguros para o doador.
7. A medula óssea do doador se recompõe em 15 dias.
#DoeMedula #SalveVidas!!!
Autores: Acadêmicos de Enfermagem Alesandra de Moraes, Juliana Morais, Kellen Van-Kan, Martina Henrich, Suelen Dorss, Vagner L. R. da Silva e Professora Orientadora: MSc. Melissa Bonato.
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