Após retomada em janeiro, indústria volta a registrar números negativos em Bento

A indústria da transformação voltou a apresentar números negativos, durante o mês de fevereiro, no que se refere à empregabilidade em Bento Gonçalves.  Enquanto, em janeiro, ao  ser feita uma relação entre os desligamentos e as admissões, o saldo foi positivo, de 101, em fevereiro, foi de -49. De uma maneira geral, levando em consideração todos os setores avaliados, no primeiro mês do ano foram abertos 252 postos de trabalho e, em fevereiro, o número foi de -30.
Os dados positivos registrados no primeiro mês do ano, segundo o professor Adalberto Ayjara Dornelles Filho, pesquisador do Observatório do Trabalho da Universidade de Caxias do Sul, são resultado de movimentos sazonais no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). “ Há sempre uma perspectiva que nos primeiros meses do ano, janeiro e fevereiro, você tenha saldos positivos. O que aconteceu é que de fato o Brasil continua em uma retração nos postos de trabalho.”, afirma.
O pesquisador menciona que no país neste primeiro bimestre de 2016 foram registrados mais saldos negativos em fevereiro do que em janeiro e uma perspectiva poderá ser traçada a partir dos dados de março e abril. “Embora o Rio Grande do Sul tenha se recuperado um pouco, Bento ainda está sofrendo. Imagina-se que a região nordeste do Estado, essa região metropolitana da Serra, comece devagarinho a ter saldos positivos, mas ainda é cedo para afirmar”, ressalta.
Depois da indústria, o setor de serviços foi o que mais fechou postos de trabalho em Bento no  mês de fevereiro, com  623 vínculos encerrados. Em contrapartida, em janeiro,  foram 411.  Para o pesquisador, esse ramo é afetado, principalmente, na região, em segundo lugar. “O setor industrial acaba sendo penalizado e, com isso,  em uma consequência posterior, o comércio e serviços. Porém, temos em Bento Gonçalves, no setor do Comércio, saldo positivo, 48 postos de trabalho, e também nos serviços saldo positivo em fevereiro. Ainda temos algum reflexo de crise.”, destaca, ao mencionar que comércio é mais volátil que a indústria, com uma rotatividade um pouco maior no mercado do trabalho.
Francine Boijink- Central de Jornalismo da Difusora
Foto de capa: Arquivo
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