Projeto do CIC-BG resgata identidade do município nas escolas

Le Nostre Origini leva a história da imigração italiana através do teatro para 15 educandários

Para compreender um povo, é essencial conhecer o seu passado. Afinal, é a partir de suas origens que ele escreverá seu futuro. Na Serra, por exemplo, a presença dos imigrantes italianos determinou as bases econômicas da região e forjou a identidade de sua gente. Contar como isso aconteceu, evoluiu e transformou cidades como Bento Gonçalves em grandes centros produtivos faz parte do mais novo projeto educativo-cultural do Centro da Indústria, Comércio e Serviços (CIC-BG).

Desde segunda-feira (07), escolas das redes municipal e estadual de ensino estão recebendo apresentações teatrais da peça “Belamérica”, uma promoção da entidade empresarial através do projeto Le Nostre Origini. Com a iniciativa, a entidade pretende aproximar a história da imigração italiana das novas gerações e também de quem escolheu Bento Gonçalves para viver. Mais de quatro mil jovens devem ser diretamente alcançados pela ação.

Ao longo dos anos, a pujança econômica do município, notadamente um polo vitícola e moveleiro, atraiu expressiva mão de obra oriunda de outras praças do Estado e do país, ajudando na salutar miscigenação do povo. “Nosso passado nos liga ao presente e nos transporta para o futuro. Manter o elo com a imigração italiana é uma forma de manter nossas raízes culturais vivas, principalmente nas gerações mais novas. Quando conseguimos compreender os hábitos, os costumes e a cultura de um povo, tudo passa a fazer mais sentido, facilitando o entendimento do modo como pensamos e agimos e também a adaptação de quem vem de fora”, comenta a presidente do CIC-BG, Marijane Paese.

Até o final do mês, alunos de 15 escolas da rede pública serão contemplados pelo projeto do CIC-BG por meio da apresentação da montagem encenada pelo grupo Teatro Luz e Cena. O espetáculo musical, com texto e direção de Marcelo Aquino, serve como resgate da história e da memória da cultura italiana, iniciada a partir de 1875 com a chegada dos primeiros imigrantes à região. No palco, cinco personagens – Tina, Pipo, Gi, Nico e Geno – acabam descobrindo que seus nomes não são os que eles imaginavam. Para descobrir a verdade, eles precisarão fazer uma investigação, empreendendo uma longa e divertida viagem no tempo.

Criar a história desses cinco aventureiros, contextualizada a um momento histórico do século 19 vivenciado tanto por italianos quanto por brasileiros, exigiu grande envolvimento da equipe do Teatro Luz e Cena, companhia de Novo Hamburgo atuante há mais de 40 anos nos palcos gaúchos. O espetáculo musical chega num momento importante, já que o grande desenvolvimento do município acabou por afastar muitas crianças da história da cidade. “Circular nas escolas com uma peça assim é uma maneira de resgatar a identidade, fazer de fato com que elas conheçam se não a sua origem, desses que são migrantes que vieram para cá, a história da cidade onde estão”, reforça o produtor do grupo, Gerson Ribas. “Ter acesso a esse conteúdo através do universo lúdico do teatro é uma ferramenta fantástica, porque permite uma série de desdobramentos possíveis em sala de aula”, complementa.

E fora dela também. “Esse trabalho tem a dimensão histórica, pelo contexto do conteúdo que está sendo colocado em cena; tem a dimensão cultural, pelo fato de estar circulando nas escolas públicas de ensino; e tem a dimensão do trabalho, com a retomada sendo fundamental para esse segmento gerar emprego, trabalho e renda para os artistas, que sofreram muito na pandemia”, constata Ribas.

O projeto Le Nostre Origini tem realização do CIC-BG, com financiamento do Pró-Cultura RS e patrocínio de Miolo, Vinícola Aurora, Santa Clara e Paese Distribuidora.

A saber: as escolas contempladas com a primeira edição do projeto são: Ciep COHAB, EMEF Anselmo L. Picolli, E.E. Landel de Moura, EMEF São Roque, E E. Amaro Bittencourt, E.E. Cecília Meireles, E.E. Dona Isabel, E E. Mestre Santa Barbara, EMEF Fenavinho, Liete Pozza, E.E. Ângelo Salton, EMEF Tancredo Neves, E E. Bento Gonçalves, CAIC e EMEF Alfredo Aveline.

 

Fonte: CIC-BG

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