O Coordenador de Saúde de Bento, Maurice Bouwary destaca a importância do trabalho que está sendo desenvolvido. “Nós estamos aqui para isso, oferecermos com as ferramentas que temos em mãos as melhores possibilidades de cuidado aos sofrimentos gerados pela pandemia aos nossos munícipes, e certamente não existe nada mais doloroso que perder uma pessoa amada”.
Atualmente, mais de duzentas famílias enfrentam a perda de um ente por COVID-19 somente em Bento Gonçalves. “Velórios não são permitidos e urnas funerárias fechadas são aspectos favorecem fantasias de irrealidade da morte e, por vezes, produzem culpa e angústia nas famílias, impedidas de realizar os ritos de despedida. Além disso, algumas pessoas sentem-se responsáveis pela transmissão do vírus, o que é gerador de intensa angústia. Embora tenhamos estratégias de prevenção a nosso alcance, a verdade é que não dispomos de condições de controlar tudo”, comenta o Coordenador.
Com o intuito de dar amparo para essas famílias enlutadas, a psicóloga Ângela Garziera Gasperin explica o trabalho realizado com essas pessoas. “Inicialmente prestamos apoio aos profissionais da saúde, que enfrentavam momentos de extrema tensão, visto que não dispúnhamos da vacina. Na medida em que os óbitos aumentaram, lançou-se a proposta de prestar atendimento psicossocial telefônico às famílias. Também são realizados atendimentos aos pacientes internados na UPA e a seus familiares. Quando nos propusemos acompanhar as famílias enlutadas do município através de contatos telefônicos, pensei que a intervenção teria pouco alcance… Após os primeiros contatos, percebi a potencialidade desta ação – as pessoas precisam muito falar sobre o que estão vivendo e sentindo. Hoje avalio que é muito importante prestar apoio às famílias e que todos podemos fazer isso em nosso círculo de relações”, destaca.
Ainda de acordo com a Psicóloga, é legítimo e importante que a pessoa enlutada possa ter um espaço para conversar sobre o processo de perda. “É preciso que nos demos conta de que o luto deve ser socializado, pois a rede de apoio é fundamental para a elaboração da perda. As pessoas precisam ter sua dor emocional legitimada e receber a solidariedade dos demais. Os serviços de saúde, educação, assistência social e as instituições religiosas também precisam ter um olhar cuidadoso aos enlutados. Abrir espaço para as pessoas falarem de sua dor emocional é facilitar-lhes sua revitalização”.
O atendimento no município
Segundo informações do Coordenador de Saúde, até o momento, mais de oitenta famílias foram contatadas no município, atingindo 182 atendimentos. Algumas já tiveram o acompanhamento encerrado, outras permanecem sendo ouvidas. Quando necessário, as pessoas são orientadas a buscar apoio profissional presencial. No âmbito do SUS, as famílias são orientadas a buscar atendimento junto as UBSs e ESFs, caso avaliem que o sofrimento está se prolongando. Toda a rede de atenção psicossocial está à disposição das pessoas que sentirem necessidade de terem suporte psicológico.
Contato para apoio psicológico
Caso você sinta necessidade de apoio ou conheça alguém que possa se beneficiar do acompanhamento psicológico pode contatar a equipe do “Espaço de Escuta” através do fone (54) 99272 3983.
Fonte: Assessoria de Comunicação Social da Prefeitura de Bento Gonçalves
Foto: ASCOMBG / Divulgação
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