Programa está em curso pela primeira vez no Carvi e abordará a saúde mental dos trabalhadores da UPA Zona Norte
Dezesseis acadêmicos de seis cursos da UCS Bento estão tendo a oportunidade, através da iniciação científica, de aprimorar a própria formação ao mesmo tempo em que contribuem para a melhoria das atividades da rede pública de saúde. Eles integram a simbólica primeira turma de alunos do Campus Universitário da Região dos Vinhedos (Carvi) a fazer parte do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde), dos Ministérios da Saúde e da Educação, que nesta edição traz a temática Equidade, buscando a valorização das mulheres.
O edital, aberto à participação de universidades públicas e privadas, visa à qualificação da integração ensino-serviço-comunidade, e classificou o projeto da UCS Bento na 22ª colocação entre os 150 contemplados em todo o país. No Estado, dos 16 aprovados, a proposta da instituição, elaborada em conjunto com a Secretaria Municipal da Saúde, ficou em segundo lugar, atrás apenas do projeto inscrito pelo campus-sede, que apresenta uma longa trajetória no PET, participando de 10 das 11 edições do programa. “Isso é muito relevante para o Carvi, por toda seriedade e relevância que o projeto representa. E essa aproximação com a Secretaria da Saúde vai ser algo muito importante, porque isso também vai trazer um profissional no futuro muito mais qualificado com as demandas que a própria rede necessita”, observa a coordenadora do PET-Saúde Bento Gonçalves, professora Cristine Boone Costanzi.
Ao longo dos próximos dois anos, os acadêmicos estarão organizados em dois grupos de aprendizagem tutoriais (GATs) que se dedicarão a estudar a saúde dos trabalhadores da UPA Zona Norte, bem como aspectos da saúde mental. A pauta escolhida faz parte de um dos três eixos propostos pelo edital a partir da temática equidade, definida para a 11ª edição do chamamento público, considerando equidade de gênero, identidade de gênero, sexualidade, raça, etnia e deficiências. “Como o tema é equidade, busca valorizar as mulheres dentro do seu ambiente de trabalho, este projeto realizará abordagem com todos os colaboradores da unidade”, diz a professora.
Cada um dos GATs é formado por um professor coordenador, um professor tutor, dois preceptores (equipe da SMS) e oito estudantes bolsistas, sendo três de Psicologia e um de cada um dos cursos de Enfermagem, Fisioterapia, Nutrição, Pedagogia e Direito. “O PET permite contribuir para a formação interdisciplinar dos envolvidos e para a apropriação do contexto interprofissional da área da saúde”, observa o sub-reitor da UCS Bento, Fabiano Larentis. De acordo com Cristine, atualmente os grupos estão em processo de apropriação de conhecimento da temática equidade, realizando leituras de textos, sínteses e análises, além de debates e encontros que ocorrem todas as semanas. “Estamos trabalhando atividades que envolvem conhecer o termo equidade, conhecer interseccionalidade, conhecer mais a história dos aspectos de raça, gênero e saúde mental e como isso se desenvolve”, explica.
Além disso, as equipes estão trabalhando num instrumento que servirá de base para o conhecimento da realidade de trabalho dos colaboradores da UPA e que necessita de trâmites éticos e metodológicos para ser conduzido com humanos, amparado no Comitê de Ética em Pesquisa. “Este instrumento de avalição será composto de mais de 150 perguntas que vão nos trazer subsídios para conhecermos a realidade que envolve médicos, enfermeiros, nutricionistas, higienizadoras, copeiras, segurança, de modo a caracterizar o perfil de saúde mental dos trabalhadores. A partir disso, poderão ser pensadas e implementadas ações específicas para auxiliar o trabalhador na gestão das suas necessidades quanto à saúde mental no trabalho”, pondera a coordenadora do PET-Saúde em Bento.
Todo esse processo ocorrerá em parceria com a SMS para que os alinhamentos sejam construídos de forma coletiva e, de fato, gerem frutos. “Inclusive, para qualificar os mecanismos institucionais que promovam a reabilitação da saúde mental desses trabalhadores, faz parte destas atividades a mensuração da eficácia das ações implantadas para saber se realmente conseguimos atingir o objetivo”. Para a professora, esse projeto é benéfico tanto para a academia quanto para a sociedade. “Todo esse processo de estudo científico, de criação de estratégias de resolução de problemas, sempre seguindo os preceitos éticos, contribuem para o processo formativo do estudante. E, pela experiência que temos com o PET-Saúde em Caxias do Sul, sabemos que esta seriedade de trabalho traz uma aproximação muito grande com a SMS, fortalecendo e qualificando os serviços de saúde, bem como os estudantes envolvidos, ou seja, todos são beneficiados com a educação”, constata Cristine.
De acordo com a secretária municipal de saúde, Daiane Piuco, o programa interministerial aproxima a UCS das instituições de saúde através dos estudantes, participando das atividades e melhorando a qualificação e a formação desse acadêmico. “Ele aprende no cenário, na prática onde a saúde acontece. Nós vamos focar na saúde mental dos profissionais que trabalham na UPA, que muitas vezes, por sobrecarga de trabalho, por altas demandas, por situações críticas, por casos graves, ficam expostos e precisam ter este olhar”, diz Daiane.
Fonte: Exata Comunicação
Foto: Divulgação – UCS
PG
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