Indústria lidera fechamento de postos de trabalho em Bento

O saldo de empregabilidade voltou a ser negativo em Bento Gonçalves. Enquanto que no mês de abril foram abertos sete postos de trabalho, em maio, foram fechados 50. A indústria da transformação foi o setor que mais registrou desligamentos, com um saldo negativo de 60, sendo a incerteza em relação à atual conjuntura política do país apontada como motivo desencadeador deste cenário.

Em abril, o ramo foi o que mais abriu oportunidades de emprego, com 38 novas vagas criadas.  Conforme a coordenadora do Observatório do Trabalho, da Universidade de Caxias do Sul, Lodonha Coimbra Soares, no primeiro trimestre do ano, a expectativa era de que a economia iria começar a reverter o processo de recessão, com os números sendo indicadores nesse sentido.

“Não se sabe o que vai acontecer. Se vai haver substituição de presidente, se vai haver renúncia se ele vai ficar e mesmo ficando as reformas não vão sair e essa sinalização faz com que haja um pé no freio”, afirma, ao ressaltar que este comportamento se estendeu para o Rio Grande do Sul como um todo, sendo puxado, principalmente, pela indústria da transformação.

Já o maior saldo positivo no mês de maio ficou por conta da construção civil, com um número positivo de 26 vínculos criados. Índice que, conforme Lodonha, surpreendeu em relação ao país. Porém, ainda de acordo com ela, este cenário não se sustenta por muito tempo. “Possivelmente são empreendimentos que já foram começados, precisam ser entregues, que já foram comercializados e esse fato faz com que não parem”, explica.

No estado, também ocorreram, durante o mês de maio, mais desligamentos do que admissões, com mais de 12 mil postos de trabalho fechados. O setor que liderou esses números negativos foi o que, justamente, criou mais oportunidade de trabalho em Bento, aliás, no Rio Grande do Sul, todos os setores que constam no levantamento apresentaram saldo negativo, com mais desligamentos do que admissões em maio.

Veja a tabela:

Fonte: Francine Boijink