Haiti é o país com maior número de mortes por catástrofes naturais, diz ONU

Com 229.699 mortes ao longo dos últimos 20 anos, o Haiti é o país com o maior número de vítimas fatais por catástrofes naturais, segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado hoje (13). O desastre mais mortal dos últimos 20 anos foi o terremoto de janeiro de 2010, que matou mais de 220 mil pessoas.

O Haiti passou ainda por três anos de seca relacionada ao El Niño antes de ser atingido, no último dia 4 de outubro, pelo furacão Matthew, que deixou até agora quase 500 mortos, na contagem oficial.

Segundo o relatório do Escritório da ONU para a Redução do Risco de Desastres, nenhum país de alta renda aparece nas primeiras posições, o que demostra que o número de mortes em catástrofes naturais é diretamente relacionado aos níveis de renda e desenvolvimento. O documento Pobreza e morte: mortalidade em desastres 1996-2015 marca o Dia Internacional para a Redução do Risco de Desastres, lembrado nesta quinta-feira em campanha para reduzir a mortalidade global das catástrofes, especialmente em comunidades pobres.

A análise de dados de mais de 7 mil desastres ocorridos desde 1996 e que causaram a morte de cerca de 1,3 milhão de pessoas mostra que 90% dessas mortes foram em países de rendas média e baixa. Em geral, terremotos e tsunamis são fenômenos que causam mais vítimas fatais, seguidos de perto de desastres relacionados ao clima.

Indonésia, com 182.136 mortes, e Myanmar, com 139.515, seguem o Haiti como os países em que mais pessoas perderam vidas em catástrofes. O terremoto seguido de tsunami na Indonésia, em dezembro de 2004, causou mais de 165 mil mortos e é o segundo desastre mais mortal já registrado. O ciclone tropical Nargis, que atingiu Myanmar em maio de 2008 foi a terceira catástrofe natural com mais mortos nos últimos 20 anos: mais de 138 mil.

Para o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o relatório é uma “acusação grave à desigualdade”, enquanto países de renda alta sofrem com perdas econômicas em desastres, países de renda baixa pagam com suas vidas. Ele defendeu a mudança de uma cultura de reação para uma de prevenção e a construção de resiliência para reduzir as mortes.

Fonte: Agência Brasil

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