Frigoríficos não podem ter a “rotulagem de gerador de surtos”, diz dirigente

“O setor de frigoríficos vem adotando todas as medidas de precaução para melhorar o ambiente de trabalho”, a afirmação é do diretor-executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos.

Em entrevista para Rádio Difusora pontuou que já não é de hoje que as adequações de Normas Regulamentadoras têm sido aplicadas nas plantas do Rio Grande do Sul e que nesta fase de pandemia, não pode ter a “rotulagem de gerador de surtos”.

A reportagem trouxe nesta segunda-feira a projeção do Ministério Público do Trabalho (MPT) de que chega a 30% a relação de infectados com coronavírus em plantas frigoríficas (entre colaboradores e contactantes *pessoas que tiveram contato).

O diretor comentou que álcool gel, testagem em massa, medição de temperatura e controles internos são desenvolvidos. Entretanto, a parte externa não é possível monitorar.

“Existe uma população do lado de fora das indústrias que tem resistência de algumas medidas, da máscara, do fluxo próximo das pessoas e isto faz com que o empenho do setor seja prejudicado”, salientou.

O MPT apontou que a falta de circulação de ar nos ambientes é outro agravante que colabora para os elevados índices de contaminados.

Santos responde que é inviável abrir uma janela “porque temos órgãos que regulam nossa produção e temos que garantir que os alimentos sejam livres de bactérias”, justificou.

Somente do segmento avícola forma destinados para melhorias de estruturas R$ 28 milhões e o desafio é dar andamento das indústrias de forma responsável.

Ele questionou os 30% de número de contaminados e diz que “muitos são baseados em testes rápidos, que na prática tem até demonstrado que tem dado falsos positivos”, acrescenta.

Na região da Serra houve surtos em Caxias do Sul, com o pedido de interdição da unidade da JBS no distrito de Ana Rech; além de Nova Araçá, que chegou a suspender os trabalhos por três dias. O mesmo aconteceu na empresa Nicolini em Garibaldi, com 60 casos entre os 1,5 mil funcionários.

Também foram constatadas interdições em Lajeado e Passo Fundo, que com novas medidas de adequações, prosseguem em funcionamento.

O setor emprega 65 mil pessoas no Estado.

Fonte: Felipe Machado – Central de Jornalismo da Difusora

Foto: FTIAS/ Divulgação

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