Exposição tem como tema os bens patrimoniais de Faria Lemos sede

Casa Canônica foi o foco dos estudos realizados pelas oficinas

Entre outubro e novembro, o Museu do Imigrante em parceria com a Universidade de Caxias do Sul, realizou oficinas de Educação Patrimonial em Faria Lemos, tendo como objetivo realizar a atualização do inventário do distrito. Para o percurso, foram necessários estudos técnicos na área do desenho, normas e regras de preservação para o resguardo das características arquitetônicas e históricas estruturantes nas culturas dos povos. O inventário vem ao encontro de um processo de preservação do patrimônio material e imaterial que evidencia as raízes e vivências evolutivas e simbólicas, fortalecendo os laços de identidade.

Agora, a comunidade pode conferir todo o processo na exposição “Faria Lemos – Educação Patrimonial” que reúne os resultados dessa atualização, além de mostrar o processo de como se faz o levantamento de informações para o inventário de bens materiais. Dessa forma, o Museu do Imigrante e a UCS promovem políticas públicas que projetam um compromisso por meio da Educação Patrimonial. Os ministrantes das oficinas e alunos empreenderam um estudo de identificação dos bens materiais de Faria Lemos, tendo como foco a Casa Canônica, onde fica a Associação: é uma casa de esquina, junto da quadra da igreja, onde era antigamente a casa paroquial, erigida entre 1914-1918.

A arquiteta e urbanista do Museu do Imigrante e oficineira do projeto, Cristiane Bertoco, fala sobre as características da edificação. “É como se fosse documentar a casa através das medidas dela, conseguindo identificar os detalhes por meio das medições técnicas para as fichas de inventário. Como se fosse uma identidade para casa. Daí foram feitas as medidas de plantas baixas e fachadas, e em termos de características podemos dizer que ela tem simetria, janelas de duas folhas, tem um soco para ventilar debaixo do assoalho, as paredes externas são de alvenaria de tijolos e as internas de madeira, tendo sofrido algumas pequenas alterações ao longo do tempo”.

Ainda, Cristiane ressalta sobre a comunidade de Faria Lemos ter participado desse processo de inventariado. “O principal foi ter envolvido a comunidade. A gente conseguiu vivenciar o espaço deste bem patrimonial que é a Casa Canônica, o ponto central de Faria Lemos. A comunidade percebeu nós circulando e o trabalho que está sendo feito. Em 1925, no livro Cinquentenário da Imigração Italiana, tem menção de que a Casa Canônica seria a casa mais confortável do Rio Grande do Sul”.

O Museu do Imigrante vem atualizando o inventário de Bento Gonçalves há algum tempo, como, por exemplo, no projeto “Laços Patrimoniais” se dedicando a esse processo do espaço-tempo das transformações do cenário urbano. Agora, foi preciso olhar para os distritos, tendo iniciado por Faria Lemos.

A museóloga do Museu do Imigrante, Deise Formolo, fala sobre o trabalho empreendido. “Estamos ampliando o nosso campo de atuação em conjunto com os profissionais da área da Arquitetura, do Urbanismo e especialistas em Preservação para sensibilizar a população para a preservação sustentável. A exposição demonstra essa projeção daquilo que precisa ser preservado, de como é constituído esse processo, onde o público vai conferir um panorama lúdico, técnico e ilustrativo. É um diálogo que precisa ter cada vez mais espaço nas esferas da sociedade, pois fala diretamente ao ser humano e suas marcas, de suas raízes e transformações”.

Primeiramente, a exposição estará disponível para a comunidade no saguão do bloco C/D da Universidade de Caxias do Sul – Fervi, de 30 de novembro a 09 de dezembro. Após, vai migrar para o Museu do Imigrante até 31 de janeiro de 2025.

O projeto “Oficina para as Sensibilidades – Práticas arquitetônicas e saberes comunitários na preservação de bens culturais edificados” foi contemplado pelo Edital de Educação Patrimonial do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio Grande do Sul (CAU-RS) e está sendo executado pela Universidade de Caxias do Sul, Museu do Imigrante, Associação Amigos do Museu do Imigrante e Associação de Faria Lemos.

Equipe principal: Arquiteta e Urbanista Pauline Fonini Felin; Arquiteta e Urbanista Cristiane Bertoco e Historiadora Deise Formolo.

Oficineiras (os): Arquiteta e Urbanista Letícia Zardo; Arquitetas especialistas em preservação Kelli Laura Lago e Larissa Guerra; Arquiteto e Urbanista Fábio Chies; e Acadêmico de arquitetura Arthur Trevisan

Bolsistas: Acadêmicas Daniela Kolassa, Fernanda Nichetti e Jenifer Peruzzo

Oficinandos: Lúcia Maria Petroli Enderle, Enio Buffon, Vanildo Enderle, Giulia Capoani De Medeiros, Amanda Falavigna, Daniela Kolassa, Daiane Pastorello, Maria Eduarda Capoani, Angela Maria Marini, Renata Tosi, Ivete Todeschini Menegotto, Sabrina De Lima Greselle, Ademir José Gugel, Josiane Da Silva Siqueira, Susimara Patrícia Sessi Schneider, Dayana Tesser Dorneles, Ivete Todeschini Menegotto, Genor Menegotto, Deise Formolo, Jair Stangler, Kelly Cristina Schwarz, William Ribeiro, Fernanda Vignatti e Josiane Da Silva Siqueira.

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