Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), na semana em que é celebrado o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência – 3 de dezembro – divulgou os projetos contemplados na última chamada de apoio a tecnologias assistivas. Lançada em setembro deste ano, a chamada aportou R$ 5 milhões para projetos de até R$ 200 mil e 34 propostas foram aprovadas. Dessas, três são da Universidade de Caxias do Sul, que ficou em segundo lugar entre todas as instituições de ensino e pesquisa do país (o primeiro lugar coube à Universidade de São Paulo, com a aprovação de cinco projetos).
A chamada foi direcionada a Núcleos de Tecnologia Assistiva e estabeleceu 12 linhas temáticas: materiais e produtos que ajudem na vida diária e prática, em atividades como se alimentar, cozinhar, tomar banho e vestir-se; comunicação aumentativa e alternativa, voltada a pessoas com restrições para falar ou escrever; programas de computador a indivíduos com privações sensoriais, intelectuais e motoras; sistemas de controle remoto; projetos arquitetônicos para acessibilidade; órteses e próteses; adequação postural; auxílios de mobilidade; recursos que qualifiquem a habilidade visual ou ampliem a informação a quem tem baixa visão; soluções que melhorem a habilidade auditiva e a autonomia na comunicação de surdos e cegos; adaptação para se dirigir veículos; e equipamentos de esporte e lazer.
Propostas aprovadas
Duas das propostas aprovadas são do Campus Universitário da Região dos Vinhedos, dos cursos de Engenharia Eletrônica e de Engenharia Elétrica, ambas direcionados às áreas de auxílio à mobilidade e órteses e próteses.
O projeto coordenado pela professora Marilda Machado Spíndola, com participação dos professores Angelo Zerbetto Neto e Alexandre Mesquita, propõe o desenvolvimento de uma cadeira de rodas motorizada controlada pelo método de Eletro-oculografia (EOG). Os movimentos dos globos oculares geram pulsos elétricos no perímetro dos olhos. Um conjunto de eletrodos dispostos nessa região capta os pulsos, processa-os (o projeto prevê a utilização de algoritmos baseados na lógica de redes neurais) e os transforma em sinais direcionados a um microcontrolador que comandará os motores da cadeira de rodas. Segundo a professora, “uma técnica com boa precisão e que permite o controle adequado da cadeira de rodas por usuários com limitações no movimento de pernas e braços”.
O professor Angelo Zerbetto destaca que o projeto é consequência de um trabalho em tecnologia assistiva focado em auxílio à mobilidade que vem evoluindo ao longo dos anos no curso de Engenharia Eletrônica, “principalmente a partir do projeto que desenvolveu uma cadeira de rodas controlada por movimentos cervicais, também financiado pelo CNPq, que rendeu publicações internacionais, um prêmio nacional de inovação tecnológica e divulgação na mídia”.
O outro projeto do Campus Universitário da Região dos Vinhedos almeja a construção de uma órtese de pernas robótica controlada pela técnica de Eletroencefalografia (EEG). O objetivo é a construção de uma estrutura em fibra de carbono capaz de caminhar controlada por pulsos elétricos provenientes da atividade cerebral do usuário e captados por eletrodos conectados a um sistema de amplificação e tratamento dos sinais. Esse projeto é coordenado pelo professor Alexandre Mesquita, com colaboração dos professores Marilda Machado Spíndola e Vagner Grison.
Para o professor Alexandre, “o grande desafio da proposta será integrar três áreas que separadamente vem rendendo bons resultados em pesquisa e extensão na instituição: o controle e acionamento de veículos elétricos, a pesquisa em biosinais humanos, com a professora Marilda Spíndola, e a manufatura de aeromodelos de competição em fibra de carbono, pelo professor Vagner Grison”. De acordo com o professor Vagner essa será uma grande oportunidade de expandir o trabalho com fibras de carbono para a robótica, e desenvolver as soluções em estática e dinâmica estrutural que a área exige.
Tecnologias Tridimensionais
Do Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia, do Campus-sede, o projeto aprovado visa a aplicação de tecnologias tridimensionais no desenvolvimento de dispositivos para adequação postural. Coordenada pelo professor Carlos Alberto Costa, a proposta tem como objetivo criar e estabelecer um método de trabalho, apoiado em tecnologias tridimensionais, para a criação ágil de dispositivos que permitam a adequação postural de pessoas com restrições de mobilidade, dependentes de cadeira de rodas e que possuam alterações posturais significativas. Em seu resultado final, pretende-se entregar uma proposta de serviço tecnológico, com o apoio de tecnologias como digitalização sem contato, manipulação de imagens computacionais, impressão 3D e usinagem CNC de alta velocidade, para a Clínica de Fisioterapia da UCS.
Fonte: UCS
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