Preocupada em garantir segurança alimentar aos consumidores e a qualidade dos produtos comercializados nos supermercados do Estado, a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) une-se à Associação Brasileira do setor (Abras) para disponibilizar uma ferramenta de rastreabilidade de hortifrutigranjeiros ao varejo. Trata-se do Rama, programa de monitoramento de frutas, legumes e verduras idealizado pela Abras, de adesão voluntária pelas empresas, que fomenta as boas práticas agrícolas, acompanhando as tendências mundiais do setor varejista na atenção à segurança dos alimentos oferecidos aos seus consumidores.
De acordo com o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo, esta é mais uma iniciativa, dentre uma série de ações que a entidade vem adotando nos últimos meses, para cumprir sua parte na busca pela qualificação da cadeia do hortifrúti. “A qualificação precisa ser de ponta a ponta, desde a produção, passando pelos canais distribuidores e chegando ao ponto de venda. Há cerca de dois anos, a Agas vem proporcionando encontros com entidades representativas de todos os elos da cadeia, em busca de soluções para a qualificação dos produtos consumidos pelos gaúchos”, explica.
A primeira consequência destes encontros é um programa de capacitação de produtores rurais na área de gestão das propriedades, que iniciou em março e está capacitando 250 propriedades rurais em todo o Estado. O projeto é realizado com recursos do Programa Juntos Para Competir, desenvolvido em colaboração entre o Sebrae/RS, a Farsul e o Senar/RS.
“Neste projeto, a Agas indicou 250 fornecedores de frutas, verduras e legumes do setor supermercadista para participarem do programa, que já está em curso em cinco regiões do Estado”, explica Longo.
Como funciona o Rama – O Programa de Rastreabilidade e Monitoramento de Alimentos (Rama) rastreou 618 mil toneladas de frutas, legumes e verduras (FLV) no primeiro semestre de 2017, um crescimento de 12% em relação ao mesmo período de 2016. No ano passado, o total de FLV rastreado chegou a 1,2 milhão de toneladas. De acordo com o superintendente da Abras e coordenador do Programa, Marcio Milan, o objetivo é fechar o ano com um incremento de cerca 6,5% nesse resultado.
“A rastreabilidade e o monitoramento são tendências no mercado global de alimentos. O Rama traz modernidade e segurança para a cadeia de abastecimento do País. De forma crescente e evolutiva, supermercadistas, fornecedores e produtores, estão percebendo a necessidade e a importância da adesão ao Programa, que é referência como ferramenta no apoio ao controle de defensivos agrícolas, garantindo, assim, mais segurança para a população”, destaca Milan.
O Programa RAMA registrou no primeiro semestre melhoria de 6,9% em relação à conformidade dos resíduos químicos nas frutas, legumes e verduras comercializados pelos supermercados que fazem parte do Programa, na comparação com o mesmo período do ano passado. A conformidade desses resíduos, nos primeiros seis meses do ano de 2017, foi de 77%. Em 2016, o resultado fechou em 72%, de acordo com a PariPassu, gestora técnica do Programa.
Hortifrúti representa 9% no faturamento do setor – Segundo dados da Abras, a participação do FLV no faturamento dos supermercados, em 2016, foi de 9,1%, o que soma R$ 30,8 bilhões.
Até junho de 2017, foi registrado um aumento de 4,5% do número de supermercados participantes, finalizando com um total de 46 redes varejistas (que representam mais de 20% das vendas totais de FLV comercializados pelo setor no Brasil). O faturamento de R$ 70,4 bilhões das redes participantes do Rama representa 20,8% de participação no faturamento total do setor, com mais de 800 lojas e um total de 146 mil empregos diretos, de acordo com o Ranking Abras 2017.
Para garantir maior eficiência na comunicação entre os participantes da cadeia de abastecimento, a identificação da informação do controle de qualidade e rastreabilidade do Programa Rama é realizada por meio de etiquetas nas embalagens, caixas de transporte e paletes através do padrão GS1. Esse padrão soma a integração entre o pedido do supermercado, a rastreabilidade do fornecedor e a identificação do produto, o que apoia a eficiência de qualidade e logística da operação, auxiliando no melhor desempenho desde a colheita até a entrega do produto. Quanto melhor e mais rápida a entrega, melhor a qualidade do produto e menor a probabilidade de desperdício.
Programa tem metas até 2020 – O Programa Rama tem como meta cinco pilares básicos a serem trabalhados até o ano de 2020:
1. Aumentar o número de varejos participantes em 30% do faturamento Ranking Abras;
2. Aumentar a participação do FLV no faturamento total do setor varejista para 12%;
3. Reduzir o desperdício do FLV para 5,1%;
4. Expandir a adoção do padrão GS1 de automação logística
5. Capacitar fornecedores e supermercadistas por meio da Escola Nacional de Supermercados da Abras.
Números do Rama
– 46 empresas (redes) varejistas participantes (até junho/2017).
– Empresas com faturamento de FLV, acima da média de mercado, evoluíram 67% acima das demais.
– 95 produtos monitorados, com análises realizadas.
– Total de 20 estados brasileiros com coletas de amostras realizadas.
– Um total de 2.571 amostras realizadas desde 2012 até jun/2017.
O Programa Rama conta com o apoio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Adesões
As adesões ao Rama pelos supermercados serão opcionais. Segundo Antônio Cesa Longo, algumas empresas do setor de maior porte já atuam com outros fornecedores e fazem programas próprios de rastreabilidade dos hortifrutigranjeiros. “É importante destacar que o Rama é apenas mais uma dentre as ferramentas que estão à disposição para garantir a segurança alimentar dos produtos. O consumidor também têm papel fundamental neste processo, pois somente exigindo a nota fiscal em todas as compras, terá a garantia de qualidade do produto que está consumindo”, conclui o presidente da Agas.
Mais informações: www.abras.com.br/rama.
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