No dia 16 de junho a EMEF Professor Agostino Brun completou 40 anos de serviços educacionais. Localizada na Rua Ernesto Casagrande, 99, bairro Imigrante, o educandário possui um histórico tendo marcado presença em muitos eventos educacionais e culturais com suas danças e teatros; teve sempre uma marca positiva por trabalhar com alunos considerados público-alvo da Educação Especial, mesmo antes da implantação da LDB 9394/96; e conta com projetos pedagógicos envolventes, duradouros e que proporcionam um diferencial na vida dos educandos.
Neste ano, por exemplo, a escola está trabalhando com o tema “Lado a lado – Sustentabilidade e Saúde Social, Econômica e Ambiental” que envolve equipe diretiva, corpo docente, Conselho Escolar e Conselho de Pais e Mestres.
Ainda, o educandário recebeu a benção do Padre Miguel Mosena no início do ano, e ao longo do mesmo, está realizando atividades como Baú de Memórias dos 40 anos, linha de tempo, painéis, vídeos com a história da escola, pesquisa a respeito das músicas que se destacaram nestes 40 anos e maquetes. Também contou com uma celebração especial com bolo comemorativo.
Jana Pierosan Signor, professora por 25 anos no Agostino e ex-diretora, ressalta que “tudo o que somos hoje pertence uma história construída a muitas mãos. Uma comunidade escolar que é exemplo em nossa cidade. Gostaria de nomear cada uma das pessoas, mas isso foge ao nosso alcance. No entanto, tenho a certeza de que cada um tem na memória o professor, funcionário, que deixou exemplo e que motivou um aprendizado para a vida”.
Para a diretora Rosane Petroli Tesser, “muitas foram as pessoas que deixaram aqui seu trabalho, sua dedicação, seu exemplo, sempre amparados pelo Poder Público Municipal através da Secretaria de Educação com ações também interligadas com as outras escolas da rede”.
Para a Secretária de Educação, Adriane Zorzi, “participar da comemoração dos 40 anos da escola é motivo de muito orgulho. Uma história construída a muitas mãos, que fez e continua fazendo a diferença na educação de Bento Gonçalves”.
O Patrono
Professor Agostino Brun nasceu na Itália, em 19 de junho de 1844, em Udine. Casou-se na Itália por duas vezes e veio para o Brasil em 1879. Inicialmente, instalou-se na Vila Jansen, em Farroupilha. Depois foi morar em Santa Bárbara, interior de Monte Belo, onde começou a lecionar em sua própria casa. Destacou-se também por ser um líder comunitário. Faleceu em 19 de junho de 1913, com a idade de 69 anos.
Como surgiu a escola
As famílias imigrantes de diversas localidades como Muçum, Pinto Bandeira, Alpestre, Guaporé, interior de Bento Gonçalves (Santa Teresa e Monte Belo do Sul) dentre outros, chegavam aqui com a preocupação e a necessidade de ter uma escola para atender seus filhos. Os pais trabalhavam nas empresas da redondeza. A maioria deles ia a pé para o trabalho e não tinha como levar os filhos na escola mais próxima, a EEEF Irmão Egídio Fabris. O acesso era muito difícil. Havia apenas uma rua de chão, os acessos eram por atalhos pelo mato.
Em 16 de junho de 1982, por meio do Decreto Municipal Nº 1578, foi criada a Escola Municipal de 1º grau Incompleto Professor Agostino Brun. Mas antes de ser constituída a escola do bairro, por mais ou menos um ano e meio, atendeu os alunos na forma de anexo da EMEF Vânia Mincarone.
De acordo com Rosane, “poucos são os registros deste período. As aulas eram ministradas na garagem da casa da senhora Francisca Fleck. Contam as professoras Inês Perin Celso e Neusa Garbin que a garagem era dividida pelo quadro negro, este sustentado por cadeiras. Tinha-se que falar baixinho para não atrapalhar a outra professora. Os vizinhos também contam que as crianças brincavam na estrada de chão batido. Lembram, também, que foi feito uma festa junina e a fogueira foi montada no meio da rua. Muitas vezes a dona da casa assumia o papel de diretora”.
A Escola Agostino iniciou atendendo as séries iniciais e a implantação de novas séries se deu de forma gradativa. Em 1989, começou a funcionar a 6ª série; em 1990, a 7ª série e, em outubro deste mesmo ano, a escola passou a denominar-se Escola de 1º Grau Incompleto Professor Agostino Brun, contemplando também, a partir de 1991, a 8ª série. No ano de 2007, através do Decreto 6195/2006 foi instituído o ensino de 9 anos e a escola passou a designar-se Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor Agostino Brun.
Todas as pessoas que contribuíram com esse resgate histórico ressaltam que a comunidade do bairro Imigrante sempre foi muito unida e muito batalhadora em prol da Escola. Em 1981/1982, as famílias Garbin e Cusin doaram o terreno para a Mitra Diocesana e na forma de comodato, junto ao Poder Público do município, estabeleceu-se um contrato entre as partes.
Assim, a comunidade construiu um prédio de alvenaria com dois pisos (hoje salão e Igreja). Essa construção deu-se com recursos do Poder Público e da comunidade Igreja, mas contou, prioritariamente, com o trabalho das famílias Cusin, Marcolin, Zanchetta, Buckel, Araldi, Alessi, Rodrigues, Garbin, Trevisan, dentre outras.
O piso inferior dessa construção passou a ser utilizado como escola e a parte superior como capela. Nesta fase, muitas são as histórias, os fatos, os relatos. As pessoas envolvidas lembram que o local era muito úmido e com espaço físico restrito. “A sala dos professores era minúscula e não dava para fazer reunião”, lembra a professora e ex-diretora Emira Dendena, “porém, o entusiasmo e a união dos professores era uma constante!”, complementa.
Mas uma marca registrada, mencionada por todos que deram seus depoimentos, foi que desde o início as famílias se envolviam muito com as festividades e em prol das melhorias que se faziam necessárias. Preocupavam-se com as condições de trabalho e em prol dos equipamentos que se faziam necessários no dia a dia escolar.
Emira lembra que, quando faziam um jantar, muitos pais se envolviam desde a preparação, mas principalmente, na venda dos ingressos. Diz ela: “lembro de um jantar que era para comprar o fogão e sobrou dinheiro para comprar muitas coisas!” e, com emoção, revela: “saudade de ver todas aquelas mulheres envolvidas na produção de capeleti!”. A comunidade escolar sempre esteve à disposição para promoção de jantares, rifas, viagens, com o intuito de arrecadar recursos financeiros e disponibilizar melhorias em prol dos alunos.
Da mesma forma, é preciso mencionar a inestimável contribuição do CPM, sempre muito presente e, com ele, toda a comunidade contribuindo com seu trabalho. A professora Ulderica Balestrin Sganzerla lembra que, em um certo período, em que foi preciso ampliar as salas de aula, os pais chegaram a trabalhar à noite. Ela também recorda que os costumes das famílias (filós, jogo de cartas, mora, teatro, dança e poesias) também faziam parte dos eventos comemorativos da escola. Através da dança, ministrada pela professora Nelva Cagol, a escola esteve presente em muitos eventos de Bento Gonçalves, principalmente nos Congressos Internacionais de Educação.
Novo prédio
Em 15 de outubro de 1994, foi inaugurada a nova sede onde a escola funciona até hoje. Ex-alunos, pais dos alunos de hoje, lembram que o transporte dos materiais e do mobiliário foi feito à mão, motivados pela energia de um novo lugar. Com a inauguração do prédio, veio a tão sonhada biblioteca.
A professora e ex-diretora, Ulderica, lembra, sobre a escolha do nome que ocorreu com a participação dos alunos. João Maria Rodrigues, morador do bairro, um trabalhador notável, casado com Juracélia Rodrigues, nascido em 30 de junho de 1953 e falecido em 1991, aos 37 anos de idade, foi o escolhido. “João Maria foi vice-presidente do CPM, líder comunitário, um exemplo de honestidade e simplicidade. Cidadão sempre disposto a ajudar as pessoas e tinha um diferencial, um fator que motivou a escolha: ele adorava ler poesias”, ressalta Ulderica.
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