Curso capacita policiais no atendimento a mulheres vítimas de violência doméstica

Proporcionar meios para que os policiais reconheçam os indícios da violência doméstica durante diligências investigativas foi o objetivo do curso ministrado a policiais civis, no Palácio da Polícia, na manhã desta quinta-feira (24).

A dinâmica incluiu três módulos: abordagem dos aspectos teóricos e jurídicos da Lei Maria da Penha; a prática policial e o atendimento às mulheres vítimas da violência doméstica e familiar; e o acolhimento às vítimas desses crimes.

Autoridades da Instituição integraram o evento: a Chefe e o Subchefe de Polícia, Delegados Nadine Anflor e Fábio Motta Lopes; A Diretora da Divisão de Proteção e Atendimento à Mulher (Dipam), Delegada Jeiselaure de Souza; A Diretora do Departamento Estadual de Proteção a Grupos Vulneráveis (DPGV), Delegada Caroline Bamberg Machado; e o Corregedor-geral da Polícia Civil, Delegado Joerberth Nunes;

No espaço do discurso inicial, o Subchefe de Polícia Fábio Motta Lopes destacou a importância da conscientização dos servidores acerca do devido acolhimento e encaminhamento às vítimas de violência doméstica. Como muitos pedidos de socorro são expressos de forma velada, cabe ao policial, seja ele homem ou mulher, a sensibilidade de reconhecê-los prontamente e conseguir evitar a etapa final do ciclo da violência: o feminicídio.

Subchefe
Subchefe Fábio Motta Lopes na fala inaugural do curso – Foto: Raquel Barcellos – Polícia Civil

A Chefe de Polícia, Delegada Nadine Anflor, lembrou de sua própria trajetória à frente de uma Delegacia da Mulher, ressaltando que o engajamento no tema deve envolver não somente as delegacias e departamentos especializados, como também todos os órgãos e servidores da Instituição. A história de cada mulher que passa pelos corredores de atendimento das sedes policiais deve ser ouvida e compreendida individualmente. O momento para o rompimento do ciclo da violência de cada vítima deve ser respeitado e bem conduzido, exemplifica a Chefe Nadine.

Estudiosos das Ciências Sociais e Psicologia agregaram conhecimento acadêmico e prático a partir de suas falas no curso, por meio da psicóloga Pós-doutora em Medicina Legal e Ciências Forenses, Luiziana Schaefer; da psicóloga Especialista em Terapia Cognitivo Comportamental, Victória Gonçalves; e da Assistente Social Janaíra D’avila, Mestre em Política Social e Serviço Social.

A psicóloga Luiziana Schaefer lembrou que todo o núcleo familiar de uma mulher vítima de violência em seu lar sofre com as consequências psicológicas. Em especial, por estarem em desenvolvimento, as crianças recebem um enorme impacto na forma como compreendem o mundo quando são expostas a um âmbito familiar violento. Atitudes extremamente negativas são assimiladas como uma conduta considerada normal. São estabelecidas, por esse mecanismo, as dificuldades de rompimento com o ciclo da violência doméstica.

Fonte e foto: Polícia Civil

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