Com Decreto Estadual, comércio em Bento ficará fechado quase 30 dias

Esta quarta-feira, 1º de abril, foi de análise por parte de empreendedores e entidades de classe, após o Decreto do Governo do Rio Grande do Sul determinando o fechamento total do comércio até 15 de abril, como medida de prevenção de combate ao coronavírus (Covid-19). Em Bento Gonçalves desde o dia 21 de março as atividades já foram interrompidas com Decisão local e agora, a recomendação do Piratini alonga o prazo o que totaliza quase 30 dias sem o funcionamento somente no município.

Para o presidente do Sindilojas Regional Bento (Sindicato do Comércio Varejista), Daniel Amadio, o sentimento é de perplexidade de quem já articulava de forma conjunta com a Prefeitura uma retomada gradual a partir do dia 6 deste mês.

“Recebemos com contrariedade e surpresa grande. Estávamos administrando e preparando o retorno com todos os cuidados específicos, sem aglomerações, com distanciamento, higienização, elaboramos todo um projeto com dados de órgãos de saúde e agora com o Decreto do governador isto foi por terra”, comentou.

A entidade já havia divulgado alternativas em meio ao período de pandemia, como crédito especial para associados, orientações para o segmento patronal, além de um acordo firmado de forma emergencial com o SEC-BG (Sindicato dos Empregados no Comércio) com abrangência em Bento, Carlos Barbosa e Garibaldi.

Amadio por sua vez, vê possibilidade de agravamento nos próximos dias. “Quem sobreviver a este fechamento de repente retome as atividades. Poderá acontecer desligamento de colaboradores e cabe a nós como entidade buscar alternativas para repassar gradualmente as empresas”, completa.

Para Orildes Lottici, presidente do Sindicato que representa os trabalhadores do comércio, é “uma determinação que vem de cima, uma proteção para sociedade como um todo e para a categoria, sabemos que é difícil para ambas as partes. O acordo que fechamos esta semana ajuda com banco de horas e antecipação de férias pode ser utilizado neste momento”, salienta.

De qualquer forma, ambos Sindicatos salientam a necessidade de medidas de prevenção e resguardo da saúde, embora a categoria patronal acreditasse em retorno próximo do funcionamento.

A CDL-BG (Câmara dos Dirigentes Logistas de Bento Gonçalves) entende que, no momento, cabe respeitar as decisões embasadas em critérios técnicos e que seguem as orientações das entidades mundiais na área de saúde.

“Mas sabemos que a obediência a essas medidas protetivas, especialmente as que preveem o fechamento do comércio, cobrarão um preço alto do setor, comprometendo a sobrevivência de muitos negócios e a manutenção de postos de trabalho. Estávamos trabalhando para viabilizar, com segurança, a retomada gradativa a partir do dia 06 e, claro, nosso sentimento é de frustração diante dessa nova regra. Não nos compete contrariar as decisões ou desobedecer normas estaduais e municipais, e sim dedicar energia para identificar, dentro de nossos negócios, de que forma reestruturar o posicionamento – seja com a adaptação no sistema de trabalho, de vendas e entregas – para lidar com essa adversidade que nos está sendo imposta em âmbito mundial. Agora é a hora de sermos sobretudo criativos e resilientes, enquanto lojistas. Já à entidade representativa cabe buscar medidas de amparo ao comércio, que se traduzam em fôlego para o varejo atravessar esse momento de paralisação – o que a CDL-BG tem feito de forma ativa junto ao poder público. Também temos trabalhado para estruturar ferramentas de apoio aos associados, criando uma rede de parceiros que possam oferecer soluções para minimizar as dificuldades, ajudando os estabelecimentos a manterem-se vivos até que a economia retome seu curso e possamos reverter os prejuízos financeiros acumulados”, diz o presidente Marcos Carbone.

 

Fonte: Felipe Machado – Central de Jornalismo da Difusora com informações do repórter Nei Vignatti

*Colaborou Exata Comunicação.

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