Via-Sacra da Juventude reúne 1,5 mil pessoas nos Pavilhões da Festa da Uva, em Caxias do Sul

O momento de oração, que chegou à 21ª edição, aconteceu junto à escadaria do Monumento Jesus Terceiro Milênio e emocionou as pessoas que acompanharam a encenação que narra a Paixão de Cristo

A Sexta-Feira Santa é um dia de oração e silêncio para os católicos. Uma das principais tradições na manhã deste dia em que se recorda a Paixão de Cristo é a oração da Via-Sacra. Na Diocese de Caxias do Sul, há 21 anos a memória do caminho percorrido por Jesus desde a sua condenação até a morte na cruz é realizada através de uma encenação feita pelos jovens.

Neste ano, mais de 1,5 mil fiéis se reuniram nos Pavilhões da Festa da Uva, na manhã deste dia 18 de abril, onde ocorreu a Via-Sacra junto ao Monumento Jesus Terceiro Milênio, para acompanhar a encenação. A atuação dos jovens emocionou as pessoas que estavam assistindo, como a analista de gestão de pessoas Deise Mari Scirea da Silva: “Há vários anos que eu venho, porque realmente nos faz pensar e quase que presenciar o que Jesus passou por nós, pra dar a vida por nós. O verdadeiro significado da Páscoa é que Ele morreu por nós e ressuscitou pra nos dar uma nova chance, pra perdoar nossos pecados”.

O bispo diocesano de Caxias do Sul, Dom José Gislon, fez a abertura da encenação destacando que a passagem da morte de Jesus nos fala sobre a vida: “Nós nos reunimos aqui também para celebrar nossa fé. Nós acreditamos num Cristo que padeceu, morreu, mas não ficou morto. Ele ressuscitou. É uma alegria ver muitos pais com os pequeninos nos braços. Essa é a escola da fé”. E também recordou dos jovens: “Obrigado ao Setor Juventude por nos ajudar a rezar. Também rezamos pelos jovens que não creem no Cristo, por aqueles que estão privados de liberdade e pelos que mais precisam”.

A encenação teve como cena inicial a passagem do “Semeador” (Mt 13,3-9.18-30) para demostrar como Jesus utilizava as parábolas, muitas vezes relacionando a elementos da natureza, para falar às pessoas do Reino do Deus. O texto bíblico escolhido faz alusão à Campanha da Fraternidade que tem como tema: “Fraternidade e Ecologia Integral” e o lema: “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31), que aborda o cuidado com a Casa Comum. A partir destes elementos, a encenação buscou propor a reflexão de que é preciso ouvir e acolher a Palavra de Deus para dar bons frutos, em ações que preservem e tratem com dignidade todas as formas de vida.

Após, apresentação seguiu percorrendo as 14 estações da Via-Sacra, que inicia na condenação de Jesus até a sua morte na cruz e sepultamento.

Fé e dedicação

A Via-Sacra ganhou vida com o auxílio de mais de 30 pessoas que se reuniram desde o início de março para preparar o momento de oração. Todos voluntários, atores e equipe de organização se dedicaram por semanas para preparar todos os detalhes. Para Danilo Mota Faustino, que fez o papel de um soldado, participar da Via-Sacra da Juventude também ajudou a fortalecer a fé: “Para mim foi emocionante segurar a emoção, por mais que seja fazendo o papel de um guarda que vai estar ali açoitando Jesus. Tive que me controlar pra emoção não chegar no ponto de chorar. É a minha primeira vez participando Via-Sacra, e a palavra que eu digo é emoção, do início ao final”.

O grupo é constituído pela união de jovens de diversos grupos, movimentos, pastorais e serviços da Diocese de Caxias do Sul. Neste ano, a organização foi formada por integrantes do Setor Juventude e lideranças das paróquias da Área Pastoral São José, que compreende a Zona Norte de Caxias do Sul.

O assessor do Setor Juventude da Diocese, padre Gustavo Predebon, recorda que a Via-Sacra tem uma história de mais de 20 anos de dedicação e empenho dos jovens e das comunidades: “É uma alegria e um desafio, a cada ano, organizar esse momento. Mas, acima de tudo, é especial, porque ano após ano, renovamos a missão de ajudar tantas pessoas a rezar”.

Neste ano, a Via-Sacra também contou com o apoio da Secretaria Municipal da Cultura da Prefeitura de Caxias do Sul, do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (SAMAE) e da empresa Festa da Uva S/A.

Fonte: Felipe Michelon Padilha