Variações da taxa Selic influenciarão na política de empregos até o final do ano

As flutuações econômicas em um ano de instabilidade política, Copa do Mundo e Eleições causam certa apreensão no mercado financeiro e deverão impactar diretamente no dia a dia do cidadão. Esta é a análise do economista formado da UCS, com pós-graduação, mestrado e atualmente doutorando Vinicius Triches, que atualmente atua no ramo de seguros em entrevista à Rádio Difusora. “A tendência dos próximos meses é de uma manutenção da taxa Selic, embora haja uma desvalorização da moeda nacional, com o dólar chegando perto dos R$ 4, o que faz tanto que fatores conjunturais, falta de credibilidade do Governo Temer, o que gera dúvidas na economia brasileira, na expectativa de quem será o presidente do Brasil e como será a política de geração de emprego, comércio exterior e câmbio. Um dos fatores, em uma via mais ortodoxa, seria o de se fechar as contas públicas com um aumento da Selic, gerando um ingresso de dólares. Creio ser mais provável uma rápida elevação da taxa até o final do ano”, explica.

Triches explica que uma elevação da taxa Selic influencia diretamente na oneração do orçamento do país, o que influencia diretamente a vida de todo o cidadão.

Taxa Selic

A Selic é a taxa básica de juros da economia no Brasil, utilizada no mercado interbancário para financiamento de operações com duração diária, lastreadas em títulos públicos federais. A sigla SELIC é a abreviação de Sistema Especial de Liquidação e Custódia.

Essa sigla nada mais é que um sistema computadorizado utilizado pelo governo, a cargo do Banco Central do Brasil, para que haja controle na emissão, compra e venda de títulos.

A Taxa Selic é obtida pelo cálculo da taxa média ponderada dos juros praticados pelas instituições financeiras.

Tudo começa com uma necessidade do governo em ter dinheiro para pagar suas próprias dívidas e fazer investimentos.

Ou seja, para construir estradas, hospitais, escolas, investir na segurança e na saúde da população, o governo irá precisar de impostos. Apesar do principal meio de arrecadação ser este, existe outra maneira de arrecadar dinheiro, que é através do Tesouro Nacional.

A grande maioria desses títulos do tesouro é comprada por grandes bancos. Por lei todo banco é obrigado a depositar uma porcentagem de seus depósitos em uma conta no Banco Central. Esta medida é necessária para controlar o excesso de dinheiro em circulação na economia e evitar um aumento descontrolado da inflação.

Devido as milhões de operações bancárias realizadas diariamente, é comum os bancos chegarem ao final do dia com a porcentagem maior ou menor do que deveriam ter na conta do Banco Central. Como os bancos são obrigados a respeitá-la, eles se vêem obrigados a pegar empréstimos com outros bancos para cumprirem a lei.

Além de servir como um parâmetro para as demais taxas da economia, o aumento e diminuição da Selic também possui profunda influência no seu dia a dia e na economia do Brasil.

Devido a sua importância, é fundamental que exista um meio transparente e confiável para decidir os rumos da mesma, e isso é feito através do COPOM.

Em 1996 o Brasil criou o Comitê de Política Monetária, responsável por definir a taxa de juros básica da economia e estabelecer as regras da quantidade de dinheiro em circulação no país.

Para definir a taxa SELIC são realizadas oito reuniões por ano.

 

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