Uso da cloroquina e hidroxicloroquina contra a Covid-19 também pauta a saúde da região

Em meio a pandemia no novo coronavírus o debate para a utilização da cloroquina e hidroxicloroquina para o tratamento do Covid-19 tem ganhado força. Assim como a área do Direito que não é uma ciência exata, estudos e pontos de vista tem trazido as mais diversas opiniões.

Atualmente o protocolo do Ministério da Saúde indica a utilização da cloroquina somente em casos graves da doença. O motivo da discordância é de liberar também para quadros leves de coronavírus, o que tem sido defendido pelo Governo Federal.

Nesta segunda-feira, dia 18, um documento conjunto assinado pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira, a Sociedade Brasileira de Infectologia e a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia recomenda que a cloroquina não seja utilizada no tratamento da Covid-19.

Em busca de mais informações a reportagem da Rádio Difusora entrevistou a médica Lessandra Michelim, infectologista responsável pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar da Unimed Nordeste-RS, instituição que tem no seu protocolo de combate ao Covid-19 a utilização deste medicamento.

“A cloroquina e hidroxicloroquina são medicamentos antiparasitários, no tratamento de malária e tratamento de algumas doenças reumatológicas. Nas doses que são utilizadas são seguras e eficazes. No Covid tem sido pesquisadas para avaliar algum benefício. As doses neste caso podem trazer eventos adversos”, comenta.

Atualmente a Unimed Nordeste tem indicado em casos de pacientes com gravidade com um monitoramento específico, entretanto, a instituição em paralelo desenvolve uma revisão por um grupo de especialistas.

“Tem sido muito falado nela porque é barata e de fácil acesso. Tudo isso são pessoas dando sua opinião. Existem estudos com benefício restrito e ainda faltam evidências para quadros leves e para as pessoas de vários tratamentos”, defende a especialista.

No dia 19 de abril a reportagem entrevistou o presidente da AMEB- Associação Médica de Bento Gonçalves, Fernando Cenci Tormen, onde questionava sobre o tema.

Na oportunidade dizia que existia uma sinalização positiva propagada, “mas a medicina trabalha com dados sólidos. No Brasil é muito utilizada para algumas doenças, mas carrega alguns efeitos colaterais”, comentava.

O médico ainda disse não haver uma opinião absoluta, embora a ansiedade da população. “Nós médicos temos que trabalhar com cunho científico”, finalizava naquela entrevista.

Em Bento Gonçalves, o Hospital Tacchini está integrando estudos clínicos relacionados ao tratamento por hidroxicloroquina juntamente com outros Hospitais do País. São acompanhados pacientes com menor gravidade internados por Covid-19 em um primeiro momento, sendo a segunda etapa aqueles casos mais graves.

O total de monitorados é de 17. Destes 14 constam em leves (chamado Coalizão I) e três graves (Coalizão II). De todo o Tacchini Sistema de Saúde 14 são de Bento Gonçalves e outros três provenientes do Hospital São Roque de Carlos Barbosa.

Ministério da Saúde

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira que o ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, vai assinar nesta quarta-feira (20) a ampliação da recomendação do uso da cloroquina.

“Amanhã cedo, o ministro da Saúde vai assinar o novo protocolo da cloroquina. O último protocolo era de 31 de março, permitia a cloroquina apenas em casos graves. E agora não, esse novo protocolo é a partir dos primeiros sintomas. Quem não quiser tomar não toma”, afirmou.

O novo protocolo deverá prever o uso do medicamento para pacientes com sintomas leves, bem como crianças, gestantes e mulheres que tiveram filhos recentemente. A informação foi divulgada por fontes oficiais da pasta em reportagem publicada no site do Jornal Correio do Povo.

OMS

O Comitê Científico e a Diretoria da Sociedade Brasileira de Imunologia divulgou um documento em que afirma que “ainda é precoce a recomendação de uso deste medicamento na Covid-19, visto que diferentes estudos mostram não haver benefícios para os pacientes que utilizaram hidroxicloroquina”. Já o Conselho Federal de Medicina condiciona seu uso ao critério médico e consentimento do paciente.

Fonte: Central de Jornalismo da Difusora

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