Até 30 de setembro, a Fundação Casa das Artes, em Bento, sedia a exposição “Das Artérias ao Mangue”, de Jaqueline Pauletto. As obras ocupam o Salão de Artes Anastácio Orlikwoski e a Galeria das Artes conectando os dois espaços como se fosse uma grande instalação, digna de Bienal. Diferente dos seus últimos trabalhos, a artista visual derrama seu mundo sensível e estético numa espécie de autobiografia ou autoficção.
A exposição transforma os desafios da vida e do corpo em matéria-prima para ressignificações. Abrem-se trilhas e sendas: narrativas próprias, de outros e suas imbricações. “Das Artérias ao Mangue” traz um depoimento pessoal de resiliência onde a arte transcende a realidade.
Há mais de 20 anos, a saúde de Jaqueline vem lhe dando sustos com seis episódios de câncer. O último, foi uma recidiva, e, pela primeira vez, teve medo. As obras, basicamente confeccionadas por meio da técnica de assemblage, refletem os períodos de meditação, sobre a finitude, do ir e voltar, situações-limites, em paralelo as suas pesquisas do corpo como casa e da natureza da dor.
“A exposição é a minha voz: estou de corpo e de alma aqui. Fala de mim como mulher, mas de outras também que lutaram contra o câncer de mama, assim como, também fala sobre o feminino”, comenta a artista visual.
A curadora Silvana Boone fala que é o trabalho mais maduro de Jaqueline Pauletti. Nessa jornada, do recolhimento dos objetos na praia e em brechós, ressignifica a vida e a arte transfigura criando memórias e narrativas pessoais e coletivas.
“O artista sempre se coloca nas obras. A medida como o conhecemos percebemos o contexto, a relação histórica. No caso da Jaque, ela faz uma mudança de espaço, de cenário, indo do urbano para a praia, e se depara com a fragilidade de sua existência, a luta contra o câncer e os tratamentos”, destaca Silvana.
Com materiais diversos e técnicas artesanais como o tricô, a exposição cria uma cartografia emocional e pungente dos desafios da vida, como fala o Secretário de Cultura, Evandro Soares.
“É o roteiro aberto de como a vida nos coloca, da nossa existência, que está ligada a materialidade, ao orgânico. Aqui, Jaque abre a reflexão da finitude, mas também da esperança, alcançando o universal, nas tramas da memória e do tempo”, evidencia Evandro.
As exposições do mês de outubro serão “Amor em expansão”, de Zula Maria Silva Fernandes, na Galeria de Arte, e “O Antagonismo do avesso”, de Daniela Possamai e Karem Poletto Jacobs, no Salão Nobre Anastácio Orlikwoski.
Serviço
O que: “Das artérias ao mangue”, de Jaqueline Pauletti
Período de visitação: até 30 de setembro de 2025
Horário: das 8h às 21h, de segunda a sexta-feira
Onde: Fundação Casa das Artes – Rua Herny Hugo Dreher, 127, bairro Planalto
Inscrições abertas para Processo Seletivo Simplificado da Câmara Municipal de Bento
Governo inaugura centro cirúrgico e setor de endoscopia e colonoscopia do Hospital São Pedro, em Garibaldi
Justiça do Trabalho gaúcha movimenta mais de R$ 275,5 milhões na 15ª Semana Nacional da Execução Trabalhista