Além da equipe da Universidade ligada à unidade de negócios, empresa Zextec Consultoria Empresarial será responsável pela inserção do produto no mercado visando ao desenvolvimento de soluções tecnológicas para a indústria nacional e internacional
Promover a introdução de grafeno para qualificar produtos já existentes ou criar novas soluções e abrir nichos de mercado, a partir de pesquisas realizadas na Universidade de Caxias do Sul e dos desenvolvimento tecnológicos realizados pelo UCSGRAPHENE (planta produtiva de grafeno em escala industrial). Com este objetivo, a Fundação Universidade de Caxias do Sul (FUCS) firmou contrato com a Zextec Consultoria Industrial, na tarde de quinta, 1º de outubro. O acordo permite à empresa a intermediação do desenvolvimento de projetos tecnológicos com a aplicação do grafeno e a comercialização do material junto a clientes.
“Vamos atuar diretamente na negociação, comercialização e distribuição do grafeno, mas também com o apoio ao desenvolvimento tecnológico de melhoria de produtos ou criação de novos projetos conforme as necessidades do cliente”, descreve o diretor da Zextec, Hugo Sousa. Essa prospecção mira mercados sem fronteiras, mas volta-se, especialmente – em virtude da missão institucional da UCS –, ao desenvolvimento da matriz econômica regional. E isso pode ocorrer, segundo Sousa, de duas formas:
Modernização produtiva – A primeira é o aperfeiçoamento de produtos existentes em setores consagrados em Caxias e cidades vizinhas, como o do plástico e o metalmecânico. As possibilidades vão da incorporação de grafeno em compósitos, tintas, revestimentos e lubrificantes, gerando materiais mais resistentes e eficientes e menos poluentes, até a criação de novos produtos.
O segundo aspecto é a expansão da matriz produtiva, com o investimento em novos setores, ainda incipientes mas aos quais a cidade tem potencial, como o de equipamentos e tecnologias médicas. “Caxias tem uma produção industrial fantástica. Nos cabe mostrar às indústrias locais a capacidade do grafeno de qualificar e desenvolver novos produtos, de alta tecnologia, na região”, salienta o diretor da Zextec.
Projetos em curso – Contudo, nem só de perspectivas futuras volta-se a iniciativa. Em virtude dos 16 anos de pesquisa da UCS na área de nanomateriais, soluções de curto prazo com o uso de grafeno já estão em desenvolvimento, como filamentos para impressora 3D e lubrificantes automotivos e industriais, que devem se tornar produtos dentro de alguns meses.
“Com os laboratórios de pesquisa do TecnoUCS e o Centro Tecnológico de Moldes e Matrizes da Zextec, não ficamos atrás de nenhuma empresa no mundo”, destaca Sousa, observando que um dos objetivos da parceria com o UCSGRAPHENE é colocar esse parque tecnológico à disposição do cliente final para testes, ensaios e projetos de pesquisa e inovação. “Nossa ambição é estar entre os líderes mundiais no desenvolvimento de produtos com grafeno”, assinala.
Conhecimento gerado na Universidade direcionado ao aumento da competitividade empresarial
Para o coordenador do UCSGRAPHENE, Prof. Diego Piazza, a parceria com a Zextec vai potencializar a fundamental troca de informação entre universidade e empresas para a competitividade econômica por meio da tecnologia. “O UCSGRAPHENE, conectado ao TecnoUCS, possui condições de, através da transferência de conhecimento, sanar gargalos das indústrias, da mesma forma que a visão de mercado que as empresas têm contribui com o desenvolvimento de novos produtos. Esta soma da visão técnica com a mercadológica pode viabilizar cada vez mais pesquisas aplicadas ao mercado”, defende.
O reitor Evaldo Kuiava, idealizador da instalação de uma planta produtiva de grafeno na UCS, destaca que o princípio do UCSGRAPHENE enquanto unidade de negócio é levar ao mercado o conhecimento produzido na universidade em forma de serviços tecnológicos a custos acessíveis. Por isso, observa, parcerias como a firmada com a Zextec são meios para a consolidação da proposta e um passo adiante, para a região, no universo da alta tecnologia.
“Queremos nos posicionar como referencial em material de alta qualidade e em projetos tecnológicos para tornar as indústrias mais competitivas”, pontua. Para o reitor, a diversificação da indústria nacional apresenta um cenário de oportunidades para a aplicação do grafeno. “Materiais inteligentes agregam valor aos produtos no cenário mundial. O grafeno é um material com muitas propriedades, e aqui estamos disponíveis para buscar as melhores e aplicações e os diferenciais pretendidos de acordo com as necessidades do mercado e da sociedade”, salienta.
OS PARCEIROS
O UCSGRAPHENE – Vinculado ao Parque de Ciência, Tecnologia e Inovação da Universidade de Caxias do Sul (TecnoUCS), o UCSGRAPHENE é a primeira e maior planta de produção, caracterização e aplicação de grafeno em escala industrial da América Latina. Em operação desde 14 de março, tem capacidade de produção de 500 kg/ano, com possibilidade de ampliação para 5 mil kg/ano. As pesquisas da UCS na área de nanomateriais abrangem revestimentos avançados, materiais inteligentes, equipamentos de segurança, medicina regenerativa, nanotecnologia, metais, compósitos, polímeros e cerâmicas.
A ZEXTEC – A empresa de consultoria empresarial é especializada em melhoria de processos industriais, incluindo automatização, gestão e capacitação, entre outras áreas. Pertence ao grupo português Faria & Peres e atua em Caxias do Sul desde 2010, onde conta com um centro tecnológico voltado à modernização de ferramentas, técnicas e processos de usinagem de moldes e matrizes. Além da comercialização do grafeno produzido pelo UCSGRAPHENE, vai atuar na intermediação de projetos de desenvolvimento de produto.
Fotos: UCSGRAPHENE, Divulgação
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