Ações reúnem academia, poder público, setor empresarial e sociedade civil em iniciativas de desenvolvimento nas áreas da Indústria 4.0, Turismo e Cidades Inteligentes
Tornar a região Serra e Hortênsias referência global em inovação nas áreas de indústria 4.0, turismo e cidades inteligentes, até 2030, por meio da educação tecnológica, de modo a incrementar a matriz econômica atual e potencializar novas oportunidades, com foco na qualidade de vida e no desenvolvimento sustentável. Esta é a visão de futuro estabelecida para macrorregião, uma das oito instituídas pelo governo do Estado para a implementação de projetos do Inova RS, programa de estímulo à inovação tecnológica para a geração, retenção e atração de empreendimentos, negócios e investimentos intensivos em conhecimento.
Conduzido pela Secretaria Estadual de Inovação, Ciência e Tecnologia (SICT), o Inova RS visa à construção de parcerias estratégicas entre as chamadas quatro pás da hélice do desenvolvimento – poder público, setor empresarial, academia e sociedade civil – apostando nos ecossistemas de inovação para potencializar o crescimento do Rio Grande do Sul. Para a aplicação, o Estado foi dividido em oito macrorregiões: Serra e Hortênsias, Metropolitana e Litoral Norte, dos Vales, Central, Sul, Fronteira Oeste e Campanha, Noroeste e Missões, Produção e Norte.
OBJETIVOS DO INOVA RS:
– Conectar o RS para que seja referência global em inovação como estratégia de desenvolvimento local.
– Fomentar a nova economia e promover a inovação em setores tradicionais.
– Criar um ambiente de negócios mais ágil no Rio Grande do Sul.
– Impulsionar a articulação regional e a participação social nesse movimento, por meio de novas políticas públicas inovadoras.
– Fortalecer o desenvolvimento regional alinhado às políticas públicas e atividades empreendedoras mais vocacionadas ou mais ajustadas à visão de futuro em cada região do Estado.
– Aumentar a capacidade de investimento do Estado.
– Qualificar o aprendizado para a nova economia.
Protagonismo acadêmico – Por meio do projeto ‘Mapeamento e Desenvolvimento do Ecossistema de Inovação da Região da Serra e Hortênsias Inova RS’, aprovado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do RS (Fapergs), a Universidade de Caxias do Sul é uma das coordenadoras do programa na região, abrigando um dos escritórios do Inova RS, junto ao Parque de Ciência, Tecnologia e Inovação – TecnoUCS. A Universidade também participa da governança do programa, com o reitor Evaldo Kuiava e o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Juliano Gimenez, integrando a mesa gestora na região.
Gimenez também é efetivo do comitê estratégico, que está conectado diretamente à SICT para o desenvolvimento de ações que alinhem os potenciais da região com a proposta e as demandas do Estado, enquanto o pesquisador e coordenador do UCSGraphene, Diego Piazza, integra o comitê técnico, responsável pelo mapeamento e conexões entre os atores dos ecossistemas regionais de inovação. A coordenação regional da UCS ocorre em consórcio com a Associação do Polo de Informática de Caxias do Sul (Trino Polo), o Instituto Hélice, o Sebrae/RS e a Universidade Estadual do RS (Uergs).
“Trata-se de um projeto valoroso, que tem o foco de reposicionar o Estado, merecidamente, no âmbito da inovação no Brasil, refletindo diretamente na qualidade de vida dos cidadãos”, avalia o pró-reitor da UCS, destacando também a importância do “papel fundamental da Universidade”, como um dos entes da hélice da inovação, “sendo um agente e promovendo a sinergia de todos os demais: empresas, governo, sociedade e meio ambiente, contribuindo com a evolução da tripla para a quíntupla hélice do desenvolvimento”.
Colaboração se sobrepõe à concorrência em nome do crescimento coletivo
A partir do trabalho da mesa gestora e dos comitês, a indústria 4.0, a experiência em turismo e a implementação do conceito de cidades inteligentes foram definidos como os pontos fortes e prioritários da macrorregião Serra e Hortênsias, composta por 49 municípios, para o desenvolvimento de projetos de inovação. A elaboração envolveu a formação de grupos de trabalho com representantes da quádrupla hélice e considerou, para cada projeto (um por área), critérios de abrangência, aderência e viabilidade. As iniciativas contam, ainda, cada qual com um líder executivo, líderes técnicos, especialistas, apoiadores e uma gestora contratada pelo governo do Estado. A execução dos projetos se iniciou em abril deste ano, com prazo de um ano para a conclusão.
Na área de Indústria 4.0 – cujo conceito refere à integração entre os agentes produtivos e à troca automática de informação, por recursos como big data, Inteligência Artificial e outras ferramentas tecnológicas –, foi definida como projeto a formação de uma rede regional para a manufatura avançada, estabelecendo-se uma vitrine para o desenvolvimento e o compartilhamento de tecnologias.
“A orientação da Secretaria de Ciência, Inovação e Tecnologia é focar em ganhos rápidos para a região, com entregas que gerem engajamento dos atores. O projeto da indústria 4.0 surge com o entendimento de que a concorrência entre as empresas não deixa de existir, mas a colaboração impulsiona a competitividade”, destaca a gerente de Inovação e Tecnologia do projeto, Raissa Camps. “Os projetos são do ecossistema. O Inova RS faz a conexão entre os diferentes agentes”, frisa.
Na área do Turismo, o grupo de trabalho optou pela implantação de um Sistema de Inteligência Turística, com geração, coleta e gestão de dados para apoiar a tomada de decisões por governos municipais, instituições de ensino superior, empresas e sociedade civil. “No trade turístico, os interesses pela qualificação do setor para proporcionar a melhor experiência em turismo são convergentes. A ação conjunta e orientada dos agentes do ecossistema regional promove um ambiente favorável à inovação, em um ciclo virtuoso em que todos ganham”, analisa a gerente Sílvia Scapin Nunes. “Assim, o sistema baseado em dados compõe uma rede de informações que gera conhecimento para o planejamento estratégico do turismo na região”, aponta.
A formação de um hub de cidades inteligentes – aquelas que otimizam a utilização dos recursos e tecnologias para melhor servir melhor os cidadãos – é a terceira iniciativa do Inova RS para a região. “Diante dos desafios que as cidades enfrentam, é fundamental a construção de um projeto para desenvolvimento de novas soluções. Com base nos dados obtidos pelo City Living Lab da UCS e nas contribuições dos diversos atores envolvidos nas ‘quatro pás’ da hélice de inovação, serão desenvolvidas pesquisas, ações e aplicações para favorecer o cidadão como centro da vida urbana”, explica o gerente Jerônimo De Rossi Molina.
Mais informações e contato: inova-seh@sict.rs.gov.br.
OS PROJETOS
ÁREA – INDÚSTRIA 4.0
PROJETO – Rede Regional para a Manufatura Avançada
Grupo de trabalho com 37 participantes, entre gestores, representantes da sociedade civil, do setor privado, da academia e do poder público.
Líder Executivo: Felipe Andreolla/SENAI
Gerente: Raissa Scariot Fernandez Camps, graduada em Engenharia de Produção pela UCS e mestranda em Administração com ênfase em Pesquisa Operacional pela UFRGS.
DESAFIOS IDENTIFICADOS
- Reduzido uso de tecnologias da indústria 4.0 nas empresas da região.
- Falta de sensibilização de uma cultura de inovação e difusão do conceito de indústria 4.0.
- Necessidade emergente de aproximação de negócios e instituições
SOLUÇÃO / PROPOSTA DE VALOR
- Mapeamento de informações: identificação do cenário de maturidade tecnológica da região, das áreas de expertise de Instituições de Ensino Superior (IES) e Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs) e das oportunidades de negócios a partir das demandas e necessidades das empresas.
- Vitrine tecnológica: centralizar as informações e dados dos fornecedores de tecnologia – empresas, IES e ICTs – que fornecem soluções e atuam com Pesquisa & Desenvolvimento voltado à Indústria 4.0.
- Conexão e parcerias: aproximar negócios e instituições para o desenvolvimento de projetos conjuntos a partir de modelos de inovação aberta, incentivando parcerias entre IES, ICTs (para soluções de médio e longo prazo), startups (para soluções rápidas) e empresas.
- Demonstração e disseminação: difundir o conceito 4.0 em eventos e roteiros tecnológicos.
- Capacitação e formação: preparação e sensibilização de alunos e empresários para a transformação tecnológica e digital da indústria, e de profissionais para atuarem no desenvolvimento de soluções para a Indústria 4.0.
PARTES INTERESSADAS
- Indústria da Transformação (móveis, máquinas e equipamentos, veículos, metalmecânico, bebidas, alimentício, têxtil e agroindústria).
- Instituições de Ensino Superior (IES) e de Ciência e Tecnologia (ICTs).
- Startups e empresas de tecnologia.
- Poder público municipal e sociedade civil.
RESULTADOS ESPERADOS
- Entendimento do nível de maturidade tecnológica em que a indústria regional se encontra.
- Conhecimento à disposição dos negócios sobre as soluções existentes para manufatura avançada.
- Parcerias estabelecidas entre empresas, startups, IES e ICTs.
- Indústria como living lab de cocriação e coprodução de soluções.
- Pessoas capacitadas e preparadas para a transformação tecnológica e digital.
- Alunos integrados na solução de problemas reais e complexos dos segmentos produtivos da região.
- Os efeitos gerados pelos resultados que norteiam o projeto:
- Entendimento dos conceitos e possibilidades da Indústria 4.0.
- Facilidade e centralidade ao acesso de informações sobre manufatura avançada.
- Agilidade na consolidação de parcerias para implementação de soluções.
- União de diferentes agentes e iniciativas em prol de ações e projetos conjuntos na Indústria.
ÁREA – TURISMO
PROJETO: Sistema de Inteligência Turística
Grupo de trabalho de 45 pessoas, entre gestores e representantes da sociedade civil, governo, empresas e academia.
Líder Executivo: Alessandro Dalla Santa Andrade/Assembleia Legislativa
Gerente: Silvia Rafaela Scapin Nunes, arquiteta e urbanista (UCS), especialista MBA em Gestão de Projetos (Unisinos), mestrado em Direito Ambiental (UCS).
DESAFIOS IDENTIFICADOS
- Falta de informações turísticas confiáveis em uma base única.
- Falta de uma nomenclatura única para regiões do Turismo Serra, Hortênsias e Campos de Cima da Serra e iniciativas isoladas.
- Falta de uma governança estabelecida para o Turismo na região como um todo.
SOLUÇÃO / PROPOSTA DE VALOR
O projeto Sistema de Inteligência Turística é um sistema que permite o gerenciamento e compartilhamento de informações turísticas. O objetivo é criar uma plataforma B2B, com informações turísticas integradas, a partir de bases de dados já existentes (Big Data) e modelo de coleta de dados (observatório). O projeto envolve a sistematização de informações vinculadas à oferta e demanda dos destinos turísticos, com o objetivo de contribuir com o desenvolvimento do turismo, organização e planejamento e tomadas de decisões mais assertivas. Além disso, que se estabeleça uma conexão entre os atores ligados aos trades turísticos.
PARTES INTERESSADAS
Setor privado: Será beneficiado pelo acesso às informações podendo oferecer produtos e serviços que os turistas procuram. Fornece recursos financeiros e humanos.
Sociedade: Será beneficiada pelo acesso às informações de produtos e serviços oferecidos. Fornece as informações.
Governo: Será beneficiado pela geração de informações para poder tomar as decisões de ações. Fornece gestão do projeto e bases para coleta de dados.
Academia: Será beneficiada pelo desenvolvimento dos acadêmicos na área de especialização. Fornece recursos acadêmicos para pesquisas e a implementação das tecnologias.
RESULTADOS ESPERADOS
- Diminuição dos esforços em tempo, criação e oferta se baseando em dados reais de procura.
- Menor necessidade de recursos financeiros devido a acurácia dada pela informação.
- Menor esforço e erro nas decisões.
- Melhoria no atendimento, oferta e experiência dos turistas sabendo o que buscam.
- Planejamento estratégico a curto, médio e longo prazo com ações de promoções.
- Ações mais assertivas, seja na formatação de produtos ou promoção.
- Experiência turística mais fácil, ágil e atrativa.
ÁREA – CIDADES INTELIGENTES
PROJETO: Hub de Cidades Inteligentes
Grupo de trabalho com 51 participantes, entre gestores, representantes da sociedade civil, do setor privado, da academia e do poder público.
Líder executivo: Thomas Job Antunes/Instituto Hélice
Gerente: Jerônimo De Rossi Molina, graduado e mestrando em Administração pela UCS, MBA em Marketing e Vendas pela Faculdade Anhanguera e MBA em Gestão e Políticas Públicas Municipais pelo Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
DESAFIOS IDENTIFICADOS
- Desenvolvimento de competências tecnológicas para as cidades inteligentes.
- Conexão física e digital segura dos atores da cidade inteligente.
- Desenvolvimento de comportamentos e atitudes empreendedoras.
SOLUÇÃO / PROPOSTA DE VALOR
Disponibilizar uma infraestrutura funcional para o desenvolvimento de tecnologias para as cidades inteligentes, capaz de conectar empreendedores com academia, governo, parceiros nacionais e internacionais, integrando as ações já desenvolvidas na região e gerando informações para planejamento e tomada de decisão do setor público e privado.
Infraestrutura: Estrutura física para o desenvolvimento tecnológico, desde a pesquisa básica, pesquisa aplicada e desenvolvimento para uso de pesquisadores, empresas, empreendedores e poder público.
Coleta e transparência de dados: Ações estruturadas e abertas para a coleta e uniformização de dados públicos e privados relacionados a cidades-piloto.
Desenvolvimento tecnológico: Ações estruturadas para pesquisa básica, laboratorial e aplicação tecnológica para novos negócios e ações em tecnologias (Big Data, AI, IoT devices, cybersecurity, smart materials) com aplicação na melhoria da qualidade de vida (mobilidade, saúde, educação).
Conexão de atores e financiamentos: Processos estruturados para comunicação entre academia, empresas, empreendedores e poder público. Suporte para captação e gestão de recursos de fomento ao desenvolvimento tecnológico.
RESULTADOS ESPERADOS
A situação desejada ao final do projeto é que a região possua um processo estruturado para o desenvolvimento tecnológico para cidades inteligentes, desde a pesquisa básica, passando por pesquisa aplicada e novos empreendimentos. Assim, os principais resultados tangíveis e intangíveis envolvem:
- Linhas de pesquisa orientadas para cidades inteligentes.
- Cadeia de desenvolvimento tecnológico estruturada.
- Comunicação fluida entre academia, empresas, empreendedores e poder público sobre os projetos em andamento.
- Estrutura de suporte e fomento para novos negócios em cidades inteligentes.
- Ambiente para prototipação e teste de soluções (lab) e em escala real junto aos municípios (living lab).
- Melhorias nos processos de gestão pública, na transparência dos dados regionais, na transformação digital e na qualidade de vida percebida pelos cidadãos.
- Aumento de oportunidades de negócios de alta tecnologia alinhados à economia da abundância.
- Transbordamento das ações para melhoria da competitividade dos empreendimentos.
- Capacitação massiva orientada ao mindset empreendedor e digital.
PARTES INTERESSADAS
Prefeitura e empresas prestadoras de serviços: conhecimento sobre as dores e os caminhos práticos para aumentar a eficiência dos processos, possibilitando a análise do estado atual e do que é prioritário ser abordado nos projetos sobre cidades inteligentes da região. Recursos humanos, disponibilização de dados.
Empresas de áreas convergentes: capacidade de execução e estrutura produtiva e de validação. Comercialização dos serviços e produtos necessários para a execução dos projetos. Recursos humanos, estrutura de testes, laboratórios.
Grandes empresas: conhecimento e escala, oportunidades de negócios. Fomento e possibilidade de PPP (parcerias público-privadas).
Instituições representativas: olhar técnico e coletivo acerca da abrangência e viabilidade do piloto, atuação como co-criadores dos projetos, além da capacidade de engajamento (conexão e comunicação). Serviços de promoção e mobilização para o projeto, recursos humanos.
Academia: atuação forte na concepção, redação e materialização dos projetos, registros e patentes, preparação de estudos aprofundados, atendimento às normas e ensaios laboratoriais. Recursos humanos, sedes e laboratórios para pilotar o projeto.
Fonte: Assessoria de Comunicação da UCS
Foto: Divulgação UCS
(RM)
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