UCS celebra bom desempenho no BAJA SAE Brasil

Competição de projetos de veículos off-road reuniu 500 estudantes de 27 universidades do RS, SC, PR e MS, de sexta a domingo, no campus-sede. Protótipos das equipes da UCS completaram enduro de quatro horas.

As duas equipes da Universidade de Caxias do Sul participantes da 17ª Etapa Sul da Baja SAE BRASIL 2019 obtiveram bons resultados na competição que incentiva estudantes de engenharia a desenvolverem projetos na área de mobilidade.

O time do Campus Universitário da Região dos Vinhedos (Bajagual), obteve o 13º lugar geral, e a equipe de Caxias do Sul (Tobaja), a 15º posição entre as 27 representantes de instituições de ensino superior que disputaram as provas técnicas e dinâmicas de sexta, dia 15, e sábado, e o enduro de resistência no domingo, 17, no campus-sede da UCS.

Nesta etapa, dos 21 times que foram para a pista, construída nos fundos do campus, os acadêmicos do CARVI chegaram em 6º lugar e os de Caxias em 10º, conseguindo finalizar o desafio de quatro horas no circuito sinuoso, bastante irregular e embarrado que exige o máximo dos veículos off-road construídos pelos próprios estudantes.

“Foi uma experiência muito boa porque colocamos em prática tudo aquilo que viemos estudando em sala de aula. Foi o primeiro ano deste carro e já estamos pensando em melhorar o projeto para o ano que vem”, destacou Adriano Degregori, que esteve a frente dos oito integrantes da equipe Tobaja.

Os caxienses podem se inspirar na experiência dos colegas de Bento Gonçalves, que levaram seu protótipo pelo segundo ano consecutivo para a pista, conseguindo o melhor resultado no enduro. “A equipe cresceu com o mau desempenho dos últimos anos, e conseguimos nossa melhor colocação da história no enduro. Estamos muito satisfeitos”, apontou o capitão Ismael Torresan, que liderou outros 15 colegas.

Ambos os acadêmicos ressaltam que a troca de experiências entre as equipes de diferentes universidades, com alto nível de qualificação dos participantes, é um dos elementos mais enriquecedores do evento. Os times da UCS foram formados por alunos dos cursos de Engenharia Mecânica, Engenharia Elétrica, Engenharia de Controle e Automação, Engenharia de Produção e Engenharia Automotiva. Ao todo, cerca de 500 estudantes de 27 instituições, dos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, participaram da etapa sediada pela Universidade.

Aprimoramento de competências – Organizado pela Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE BRASIL), o projeto Baja é uma iniciativa para o aprimoramento dos futuros engenheiros. Os acadêmicos são desafiados a construir um veículo capaz de suportar as condições adversas de via off-road, que seja seguro, com custo viável e que atenda normas técnicas estabelecidas.

A competição coloca em prática as lições de sala de aula do mundo da engenharia, desde a concepção do empreendimento, passando pela elaboração do projeto, até a execução e validação do projeto.

Os veículos Baja SAE são protótipos de estrutura tubular em aço, monopostos, off-road, com motor padrão de 10 HP, que devem ser capazes de transportar pessoas com até 1,90m de altura e com até 113,4 kg. Os sistemas de suspensão, transmissão e freios, assim como o próprio chassi, são desenvolvidos pelas equipes, que têm, ainda, a tarefa de buscar patrocínio para viabilizar o projeto.

Provas percorrem todas as etapas de um projeto de engenharia

Muito mais do que uma corrida, as provas do Baja SAE BRASIL constituem-se em um conjunto de desafios que permeiam todas as etapas de um projeto de engenharia, desde a concepção do projeto, passando pela gestão e desenvolvimento, até a execução. A competição leva em conta todas as etapas.

No primeiro dia, são feitas as avaliações de projeto, segurança e conforto por parte da Comissão Julgadora da SAE BRASIL. Das 27 equipes que vieram à UCS para esta edição, quatro não tiveram seus carros aprovados nesta fase. No sábado, ocorreram as provas dinâmicas, que testam características técnicas como manobrabilidade, aceleração e retomada, suspensão e tração, e também o superprime (teste no circuito). Cada uma dessas categorias teve um vencedor. O enduro, no domingo, leva todos à pista para a prova de resistência de quatro horas.

Em uma disputa acirradíssima, a equipe da Universidade Federal de Santa Maria foi a campeã da Etapa Sul, somando 690,85 pontos na classificação geral, apenas 3,27 pontos a frente da segunda colocada, a Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), que alcançou 687,58 pontos. Em terceiro ficou a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com 579,39. Todos os resultados podem ser conferidos na página bajasaebrasil.online/

A Etapa Sul (assim como as outras duas competições regionais, as etapas Sudeste e Nordeste do projeto) é preparatória para a Baja SAE BRASIL Nacional, na qual as equipes melhores colocadas poderão representar o Brasil na prova internacional, nos Estados Unidos. Ambas ocorrem no primeiro semestre do ano que vem.

Combinação de suporte da UCS com empenho dos estudantes

Na torcida pelas equipes da UCS durante as quatro horas de enduro, no domingo, a diretora da Área de Ciências Exatas e Engenharias, Neide Pessin, celebrou o resultado obtido pelos acadêmicos, representativo da qualidade e da estrutura oferecidas pelos cursos da Universidade.

“Temos aqui a junção de estudantes empenhados, que trabalham por todo o ano, ou às vezes anos, aperfeiçoando seus projetos, com todo o suporte que a UCS oferece, como a orientação exclusiva de professores, uso de laboratórios, oficinas, material de consumo e pessoal técnico. Assim fazemos aprendizagem ativa e significativa”, define. “O fato de ambos terem concluído o enduro prova que são projetos bons, e que essas equipes têm a expertise da engenharia. É um resultado de todos”.

Coordenador dos cursos de Engenharia Mecânica e Engenharia Automotiva em Caxias do Sul, o professor Alexandre Viecelli destaca o projeto Baja como uma simulação da vida real dos engenheiros, configurando-se em excelente oportunidade de exercício de diferentes competências para os estudantes. “É exatamente o que acontece em uma empresa, envolvendo a concepção, fabricação, experimentação, reavaliação e aperfeiçoamento de um projeto, com trabalho de equipe, resolução de conflitos e necessidade de ser criativo e inovador devido à limitação de recursos”, descreve.

“Não importa ganhar, mas o aprendizado para o mercado de trabalho”, salienta.

O coordenador dos cursos de Engenharia Mecânica e de Engenharia de Produção no CARVI, Jean Greselle Balotin, salienta a evolução do aprendizado conquistada a partir das participações no Baja.

“Nossa primeira equipe, em 2012, tinha quatro integrantes. Viemos tendo grandes resultados ano a ano, técnicos e acadêmicos, com vários Trabalhos de Conclusão de Curso decorrendo desse projeto e tornando-se um diferencial para o mercado”, pontua.

 

Fonte: UCS

Foto: Cláudia Velho

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