A conhecida presença e, principalmente, atuação comunitária da UCS Bento transforma a região com conhecimento. E também ampara as comunidades onde está inserida ao demonstrar ser parte intrínseca do tecido social que as cobre, se envolvendo diretamente nos desafios e demandas que surgem nos municípios.
Mais uma demonstração desse envolvimento se deu em Santa Tereza, castigado pela severa enchente de setembro no Rio Taquari. O pequeno município da Serra, de 1,5 mil habitantes (Censo 2023), contou com distintas áreas do conhecimento da universidade para, ao mesmo tempo, avaliar os danos ao rico patrimônio histórico de seu conjunto arquitetônico e cuidar da saúde mental de alunos da rede de ensino.
A ajuda oferecida pela UCS Bento envolveu os cursos de Arquitetura, Engenharia Civil e Psicologia e foi aceita tão logo após o município realizar as ações urgentes de atendimento à população. Os resultados foram providenciais.
A equipe da Engenharia Civil, após vistoria, entregou um parecer técnico baseado na aplicação do método de análise qualitativa, mediante a inspeção de um conjunto de 93 edificações. “O trabalho consistiu em conduzir uma inspeção visual, com foco nas características fundamentais que afetam a estabilidade e a integridade global dessas edificações”, disse o professor Maurício Schäfer, coordenador do curso na UCS Bento e um dos profissionais envolvidos no trabalho.
Durante a avaliação, foram identificadas 46 estruturas com danos devidos à exposição à água e ao impacto da enchente. “Essas edificações necessitam de reparos imediatos ou, lamentavelmente, até mesmo de demolição”, lamentou. “Com isso, a cidade recebeu um direcionamento de como gerenciar e agir na reconstrução, entendendo quais são os principais pontos críticos”, contou o professor.
A vistoria no município, cujo núcleo urbano composto por 25 casas foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 2012, contou também com o trabalho dos engenheiros civis Gustavo Ribeiro da Silva, Luciano Zatti e Vinicio Cecconello e da arquiteta e urbanista Gabriela Côrtes Austria, além do engenheiro civil voluntário Rafael De Toni. Durante o trabalho, a equipe foi acompanhada pelo engenheiro civil responsável do município Márcio André Cella. “O envolvimento da UCS Bento com essa situação ilustra de maneira notável um nível crescente de interação com a comunidade, refletindo nosso compromisso fundamental de auxiliar e capacitar”, avaliou Schäfer.
Esse também é o sentimento da equipe do curso de Psicologia que se dedicou a trabalhar com alunos das escolas do município. Cerca de 40 deles foram separados em grupos e passaram por atividades direcionadas a lidar com o trauma provocado pela enchente. “Nossa ideia foi a de entender a enchente como uma repercussão climática que gerou traumas. E, geralmente, quando a gente passa por traumas, falamos que há um excesso, é mais do que tu podes suportar, e por ser mais do que você pode suportar, isso transborda”, explicou a coordenadora do curso de Psicologia da UCS Bento, Ilciane Maria Sganzerla Breitenbach.
Os acadêmicos, assim, montaram diferentes atividades nas salas de aula, visando momentos de conversa e acolhimento. “Foram situações que envolviam a expressão dos alunos quanto a essa condição, tentando aliviar esse transbordamento, essa condição de excesso”. Para a professora, a situação de acolhimento aos estudantes de Santa Tereza também acabou sendo um momento de aprendizado aos acadêmicos. “Percebemos, pelo semblante dos próprios alunos, que eles gostaram da atividade de lá, pela própria direção e professores que nos acolheram muito bem. E também dos nossos acadêmicos, aquela sensação de desafio e, ao mesmo tempo, de aprendizado, de realização, porque não deixa de ser uma forma também de atuar, de intervir, num contexto de catástrofe, que foi o caso que aconteceu lá, que também é um tipo de atuação diferente, mas muito efetiva por parte do psicólogo”, disse Ilciane.
Fonte: Exata Comunicação
PG
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