Dois mortos e uma pessoa desaparecida é o saldo até o momento da tragédia do desabamento de parte da ciclovia na Avenida Niemeyer, em São Conrado, na zona sul do Rio de Janeiro. Os dois corpos foram retirados das águas por uma equipe do Corpo de Bombeiros, com o apoio de um helicóptero, que continuará fazendo varredura no local em busca de outras possíveis vítimas nesta sexta-feira.
Um dos mortos foi identificado por parentes no Instituto Médico Legal Afrânio Peixoto (IML) como sendo Eduardo Marinho Albuquerque, de 54 anos. De acordo com a assessoria da corporação militar, não havia ainda informação sobre a identificação da segunda vítima. O mar revolto em virtude da forte ressaca dificulta as buscas.
A Ciclovia Tim Maia, inaugurada em 17 de janeiro deste ano, envolveu investimentos da ordem de R$ 44 milhões.
Responsabilidades
O secretário municipal de Governo do Rio de Janeiro, Pedro Paulo, disse que a prioridade agora é com o resgate das vítimas e a interdição da avenida para evitar riscos de novos desabamentos. “Porque na medida em que você tem esse desabamento aqui, põe em dúvida a segurança de outros pontos que têm a mesma configuração de engenharia”. A Avenida Niemeyer ficará interditada para a circulação de pessoas. O secretário informou que engenheiros, geotécnicos e técnicos irão avaliar as causas “desse acidente imperdoável que aconteceu na ciclovia”.
A prefeitura pretende cobrar responsabilidades da empresa construtora da obra, a Concremat. O prefeito Eduardo Paes, que se encontrava na Grécia para a solenidade de acendimento da tocha olímpica, já está retornando ao Brasil, disse Pedro Paulo.
O secretário municipal de Obras, Alexandre Pinto, acrescentou que é prematuro apontar culpados. Disse que embora toda ressaca seja prevista, somente após a perícia que será feita no local e de posse dos resultados das investigações, haverá elementos para indicar as causas reais do desastre. A fiscalização da obra foi feita pela Geo-Rio, empresa ligada à Secretaria de Obras. “Na verdade, a gente tem que sentir a força da energia dessa onda para poder informar as consequências”. Para o secretário, “não há como dizer claramente agora quais as causas que contribuíram para ter esse acidente”. Apesar disso, ele estimou que os responsáveis são a empresa construtora Concremat e Concrejato e seus calculistas.
Alexandre Pinto declarou que a avenida só poderá ser liberada para os moradores depois que as investigações sobre as causas da tragédia forem concluídas, de forma a garantir segurança para uma a abertura da via.
Nota oficial
Em nota, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, lamentou profundamente o acidente e se solidarizou com as famílias das vítimas “e com todos os cariocas neste momento”. O prefeito atenderá a imprensa amanhã (22), assim que chegar ao Brasil, ainda sem previsão de horário.
“É imperdoável o que aconteceu, já determinei a apuração imediata dos fatos e estou voltando para o Brasil para acompanhar de perto”, manifestou o prefeito.
Ainda de acordo com a mensagem divulgada pela prefeitura, os reparos serão executados pela empresa responsável pela construção, sem ônus adicionais ao município, já que a ciclovia ainda está na garantia de obra. A Avenida Niemeyer permanece interditada ao tráfego e o Corpo de Bombeiros continua as buscas no local.
Fonte: Agência Brasil
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