Nesta segunda-feira (27), as operações de resgate nas localidades afetadas pelas fortes chuvas no interior de Bento Gonçalves chegaram no 27º dia de operações. Ao longo de quase um mês de ações, aproximadamente 600 pessoas participaram do trabalho de resgates, sendo, aproximadamente 300 bombeiros militares de diversos Estados brasileiros. Dentre eles: do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Brasília, Roraima, Paraná, Amapá, Bahia, Tocantins, Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe. Ao longo das semanas foram resgatadas 1052 pessoas, registrados 10 óbitos, e quatro pessoas seguem desaparecidas.
A persistência e garra nas missões são características marcantes dos bombeiros, que têm como lema não deixar ninguém para trás. A equipe de bombeiros de Roraima são um exemplo disso. A corporação, composta de 15 militares viajou durante 8 dias para o Estado. Junto com eles trouxeram equipamentos modernos de busca e resgate.
O Tenente-coronel Gelbesson Souza, chefe da Força Tarefa de resposta aos Desastres (FTRD), do CBMRR, comentou sobre o trabalho que tem sido realizado. “Mesmo com o desgaste da viagem, toda a FTRD chegou com muita vontade de ajudar nos salvamentos e dar um conforto ao povo gaúcho neste momento difícil. Nossas dificuldades estão relacionadas, principalmente, ao clima muito frio e o período de adaptabilidade ao cenário, que ocorreu em poucos dias”.
O Tenente-coronel recorda que a 1ª missão para a equipe foi de encontrar uma das pessoas desaparecidas, lograda com êxito logo no terceiro dia de trabalho. “Nós conseguimos dar um conforto aos familiares que já estavam nesta angústia desde o dia 1º, quando ocorreu a enxurrada. A empatia e recepção do povo gaúcho simplesmente nos deixou com uma disposição mais acentuada para fazer o que for preciso para ajudar nesse momento muito difícil”.
O 2º sargento do Corpo de Bombeiros do Paraná, Lucas Zemuner Berzotti, também comentou sobre o trabalho que tem sido realizado. A equipe conta com um efetivo de três militares e dois cães farejadores, que auxiliam nas buscas por desaparecidos. “É uma situação muito complicada, porque o terreno é bem complexo, e ainda há riscos para trabalhar, temos que estar atentos. A própria geografia complica um pouco, portanto é bem desafiador”.
Berzotti comenta ainda sobre o espírito de solidariedade por parte da comunidade. “Nós também tivemos um suporte muito bom, com o posto de comando tendo comida e roupas para o frio. Isso ajudou muito no dia a dia. O nosso trabalho, infelizmente, é para localização de corpos, e o que mais marcou mesmo é ver as pessoas ajudando de forma voluntária, no frio, na chuva. A solidariedade das pessoas é realmente algo bonito de se ver. Fomos muito bem acolhidos por todos. A nossa mensagem é que a cidade continue firme, estamos para ajudar no que for preciso. Vamos manter o nosso apoio até quando for necessário”.
O bombeiro militar Vitor Matheus Ritta Bianchi, de Santana do Livramento, também está prestando apoio em Bento. “A ideia é sempre de somar e auxiliar nos trabalhos, que estão sendo muito bem realizados e conduzidos. Essa é uma experiência que não tem igual na história do Rio Grande do Sul. A ideia dos trabalhos é somar, auxiliar no que der, para podermos dar o fechamento para as famílias da forma mais breve possível. A mensagem que deixamos é de força, reestruturação. A região é forte e tenho certeza que vamos sair dessa e a comunidade vai sair bem dessa situação”.
O Capitão do Corpo de Bombeiros de Bento Gonçalves Gustavo Kist também destacou acerca dos trabalhos realizados. “Eu me recordo que na primeira semana passamos só realizando salvamentos durante 24 horas por dia, por terra, água e ar. Uma situação marcante foi na ponte do arco, na BR-470, onde tinha um número grande de vítimas. A aeronave chegou num final da tarde, e conseguimos tiramos pessoas em situação crítica. Essa é a nossa postura, ninguém fica para trás mesmo. Essa é a ideia. O nosso foco é em resgatar pessoas”.
Assessoria de Comunicação Social Prefeitura
Fotos: Corpo de Bombeiros
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