Análise do Instituto Fecomércio-RS de Pesquisas aponta que impacto pode ser significativo para municípios exportadores, como Santa Cruz do Sul, Montenegro, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Bento Gonçalves, Nova Prata, Guaporé e Lajeado
O Instituto Fecomércio-RS de Pesquisa (IFEP), iniciativa do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac, divulgou uma análise sobre os impactos regionais da tarifa de 50% anunciada pelo governo dos Estados Unidos para produtos brasileiros. Com início de vigência previsto para 1º de agosto, a medida poderá afetar de forma expressiva o comércio de bens e serviços em diversas regiões do Rio Grande do Sul, Estado que tem viés exportador e cuja relação comercial com os EUA representou R$10,13 bilhões em 2024 – cerca de 9,11% do total exportado.
A análise do Instituto destaca que, ao ponderar o peso das exportações em relação ao tamanho da economia local, a região de Santa Cruz do Sul desponta como a mais afetada, com as exportações representando mais de 7% do seu Produto Interno Bruto (PIB). “As exportações de tabaco para os EUA possuem um peso muito grande na geração de renda do município e, considerando o tipo de produto, com uma cadeia produtiva curta, é razoável supor que a maior parte dos impactos realmente estarão concentrados na região. Com isso, o consumo e as vendas do comércio de bens e serviços da localidade podem ser impactados”, comenta Luiz Carlos Bohn, presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac e IFEP.
Caso a tarifa seja mantida, será difícil realocar esse e diferentes produtos para outros mercados com o mesmo volume e rentabilidade, o que tende a reduzir a renda local e, por consequência, o consumo em várias regiões. De acordo com o levantamento, junto com Santa Cruz do Sul, regiões de cidades como Montenegro, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Bento Gonçalves, Nova Prata, Guaporé e Lajeado completam a lista das que mais devem sofrer, refletindo a dependência de setores exportadores específicos, como celulose e papel, metal, couro e calçados, tabaco e máquinas.
Segundo o IFEP, 21 municípios gaúchos têm exportações para os EUA representando mais de 5% de seu PIB. Além disso, o estudo mostra que as regiões de Porto Alegre, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Santa Cruz do Sul e Caxias do Sul juntas concentram dois terços das exportações gaúchas para o mercado norte-americano. Contudo, diferentemente das demais, a Capital tem impacto reduzido, tendo em vista o menor peso dessas exportações sobre seu PIB.
“O Rio Grande do Sul é um Estado historicamente exportador, e medidas como essa têm potencial para gerar efeitos em cascata sobre a nossa economia, especialmente em municípios fortemente dependentes do mercado externo. O impacto não se limita às empresas exportadoras, mas se estende ao comércio local, ao consumo das famílias e à geração de renda nas regiões afetadas”, destaca Luiz Carlos Bohn, presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac e IFEP. “Além disso, uma eventual reciprocidade por parte do Brasil pode encarecer insumos e dificultar ainda mais a retomada da competitividade produtiva”, conclui.
Embora o Rio Grande do Sul importe relativamente poucos bens de consumo diretamente dos EUA – apenas 0,83% das importações totais em 2024 – a imposição de tarifas de reciprocidade pode encarecer produtos intermediários e insumos industriais essenciais. Os três grupos mais importados são bens intermediários, combustíveis e lubrificantes e bens de capital. O item mais importado pelo Estado é a nafta para a indústria petroquímica, seguido por óleos brutos de petróleo, adubos, eletrônicos veiculares e maquinários. Dessa forma, mesmo com impacto direto reduzido no varejo, setores como o atacado e os serviços podem ser afetados indiretamente, especialmente em razão da alta de preços de combustíveis e equipamentos.
A íntegra da análise e o painel de dados interativo estão disponíveis no site do IFEP, pelo link.
Fonte: Moglia Comunicação Empresarial
Foto: Arquivo | Alessandro Manzoni
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