Tacchini realiza palestra sobre doação de órgãos em Bento

No dia 30 de setembro, os funcionários do Hospital Tacchini participaram de uma palestra com o psicoterapeuta Jorge Trevisol, que abordou a “sensibilização para a vida continuar”, conectando o valor da existência ao ato de generosidade que a doação de órgãos representa. O evento marcou o encerramento do Setembro Verde, mês dedicado à conscientização sobre o tema e à valorização desse gesto de solidariedade.

Em 2025, a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) do Tacchini viabilizou a doação de 58 córneas, procedimento fundamental para reverter quadros de cegueira e devolver a qualidade de vida a dezenas de pacientes. Além delas, foram captados 2 rins e 2 fígados. Neste ano, até o momento, não houve doações efetivas de coração, pulmão ou pâncreas.

De acordo com Ana Turmina, enfermeira responsável pelo CIHDOTT do Hospital Tacchini, o principal obstáculo para a ampliação do número de doações de órgãos é a negativa dos familiares no momento da decisão. A legislação brasileira exige essa autorização, tornando a conversa prévia sobre o desejo de ser doador um ato decisivo.

Desde 2021, o trabalho da CIHDOTT do Tacchini já possibilitou a doação de 252 córneas, 25 rins, 15 fígados, 8 pâncreas, 2 corações e 2 pulmões, oferecendo uma nova chance de vida a pacientes que aguardavam por um transplante.

As etapas da doação

Para que a doação ocorra, o primeiro passo é a confirmação da morte encefálica, diagnóstico realizado por meio de exames clínicos e de imagem. Após a confirmação, a equipe da CIHDOTT acolhe a família e solicita a autorização para a captação. Com o consentimento, a Central de Transplantes do Estado é acionada para localizar receptores compatíveis na lista única, iniciando uma corrida contra o tempo para salvar vidas.

“É fundamental que as pessoas conversem com suas famílias em vida sobre o desejo de serem doadoras. Muitas vezes, a família não autoriza a doação por não saber qual era a vontade do ente querido em um momento tão delicado. Essa conversa prévia pode fazer toda a diferença e transformar a dor da perda em esperança para outras pessoas”, afirma Ana Turmina.