Parceria com o Estado do Rio Grande do Sul viabiliza estande com produtores das marcas do Sul
A Wine South America é considerada a principal feira profissional de vinhos da América Latina e, além de reunir grandes marcas de vinícolas nacionais e internacionais, o evento será palco para expor outras bebidas que ganham cada vez mais espaço no cenário brasileiro. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Sul (Sedec-RS) viabilizará um estande coletivo para que o público conheça de perto a qualidade gaúcha na elaboração de sucos de uva, azeite de oliva e cachaças. A feira ocorre de 21 a 23 de setembro em Bento Gonçalves.
A iniciativa faz parte do Programa de Apoio à Participação de Empresas Gaúchas em Feiras Internacionais e reunirá mais de 35 empresas dos três âmbitos produtivos, que terão a oportunidade de mostrar suas novidades e potencializar negócios. A maior parcela dos expositores deve ser ligada à produção de azeite de oliva: pelo menos 25 produtores gaúchos associados ao Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva) devem participar do estande. São marcas que estão presentes em regiões como Caçapava do Sul, Encruzilhada, Canguçú, Cachoeira do Sul, Mariana Pimentel, Viamão, Santana do Livramento, Rosário do Sul, Dom Feliciano, Camaquã, Pinheiro Machado, Piratini, Barra do Ribeiro e Ipê.
De acordo com o presidente do Ibraoliva, Renato Fernandes, o estado possui 321 produtores e 5.986 hectares de plantação de oliveira. A safra gaúcha de 2022 apresentou recorde, com crescimento de 121% em relação ao ano anterior. “A participação do nosso segmento na feira será uma oportunidade ímpar de levar ao público a cultura e a qualidade do azeite extra virgem gaúcho. Por ser um evento que recebe, além do consumidor final, estudantes de áreas relacionadas ao evento e profissionais de diversos segmentos, acreditamos que esta será, para nosso produto, uma vitrine importante”, define.
Produtores de azeite de oliva vivem a expectativa para realizar bons negócios no evento e, sobretudo, de estarem mais próximos do público qualificado e profissional que visitará a Wine South America. Darci e Luana Giovanella, pai e filha que conduzem a marca Olivas da Lua, devem mostrar na feira rótulos novos produzidos nos mais de 200 hectares de oliveiras que a família mantém em Encruzilhada do Sul. “O azeite gaúcho é um produto de extrema qualidade e sentimos que há mercado para todos. Por isso, a Wine é uma feira muito respeitada e será importante para nós, ovicultores, estarmos diante do mercado do vinho. O trajeto que as oliveiras e o azeite brasileiro estão trilhando é o caminho que o vinho brasileiro percorreu lá atrás para se concretizar. Será um momento para as pessoas entenderem mais sobre esta nova cultura”, explica a empreendedora Luana.
Cachaça gaúcha é premiada no mundo todo
Bebida tipicamente brasileira e que tem em seu DNA a reinvenção, o aprimoramento e a qualidade, a cachaça marcará presença na Wine South America com produtores gaúchos ligados à Associação dos Produtores de Cana de Açúcar e Seus Derivados no Estado do RS (Aprodecana). O mercado da cachaça gaúcha está em pleno crescimento. Estima-se que o número de produtores esteja perto de 50, e pelo menos 25 deles fazem parte da Aprodecana.
Para se ter ideia da capacidade de expansão neste segmento, segundo o Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), a capacidade produtiva do Brasil é de 1,2 bilhão de litros anuais de cachaça, mas a produção efetiva atual é de cerca de 800 milhões de litros. O Anuário da Cachaça 2021 registrou a existência no país de 1.131 produtores de cachaça e aguardente. No entanto, estima-se que o número seja bem maior em função de muitos permanecerem na informalidade.
“Na pandemia, a venda de cachaças sentiu um pouco de impacto em função de estarmos presentes especialmente em bares e restaurantes. Isso fez com que algumas empresas tivessem um decréscimo nas vendas. No entanto, estamos cada vez mais chegando em lojas, mercados e nas vendas com o consumidor final, o que faz com que se busquem e sempre ampliem alternativas comerciais”, explica o vice-presidente da Aprodecana e diretor comercial da Casa Bucco, Matheus Ismael Menegotto.
Ele explica que o produto tem caído cada vez mais no gosto do paladar dos gaúchos, tendo em vista a altíssima qualidade do produto elaborado no Estado. “O Rio Grande do Sul é um dos estados que acumula maior número de premiações nacionais e internacionais com as cachaças. Não temos um grande volume de produção, mas temos altíssima qualidade e reconhecimento”, compara. O vice-presidente conta ainda que participar de uma feira como a Wine South America amplia a visibilidade da elaboração gaúcha e fortalece o setor: “Participamos desde a primeira edição porque enxergamos um evento bastante promissor em negócios, especialmente por ter um público lojista de altíssima qualidade”.
Suco de uva mira no mercado de exportação
O estande coletivo terá representantes do suco de uva também: o Rio Grande do Sul concentra em torno de 90% dos vinhedos brasileiros e é do Estado, portanto, o maior volume da bebida. De acordo com o Conselho de Planejamento e Gestão da Aplicação de Recursos Financeiros para Desenvolvimento da Vitivinicultura do Estado do Rio Grande do Sul (Consevitis-RS), o Brasil possui a maior plantação em extensão de videiras americanas e híbridas, o que permite atender a demanda de pequenas e de grandes vinícolas, além de fomentar a agroindústria familiar, traçando esse perfil democrático em elaborar e comercializar esse produto tão original.
Sucos de uvas brancas, rosadas ou tintas têm conquistado cada vez mais espaço no mercado nacional e internacional, elaborados a partir de cepas americanas e híbridas. Essas duas linhagens representaram, em 2020, 79% da produção total no Rio Grande do Sul.
O suco de uva tem bastante potencial para ampliar seu índice de exportação justamente pela quantidade e volume produtivo. A estratégia da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Sul em convidar representantes deste segmento para participarem do evento tem intenção, também, de aproximar os produtores da bebida com o mercado internacional.
“O setor vinícola está em grande expansão no Rio Grande do Sul. Estive em missão internacional para divulgar e atrair investimentos para o setor no Estado. O evento irá atrair diversos outros setores da economia como comércio, gastronomia e hotelaria. E nesta retomada de eventos pós-pandemia, a tendência é a economia impulsionar a geração de empregos e renda local”, comenta o Secretário de Desenvolvimento Econômico do RS, Joel Maraschin.
Sobre a Wine South America
A terceira edição da Wine South America promete superar os números da última edição, em 2019, quando promoveu um total de negócios na ordem de R$ 20 milhões. O evento é direcionado a profissionais do segmento: importadores e exportadores; distribuidores e atacadistas; supermercados e hipermercados; bares, restaurantes, hotéis, padarias e lojas de conveniência; lojas especializadas em artigos de luxo; sommeliers; varejistas especializados em vinhos e outras bebidas.
Vinícolas de Portugal, Itália, França, Espanha, Nova Zelândia e Chile estão entre os expositores confirmados na Wine South America 2022. A diversidade dos vinhos do Brasil também estará muito bem representada por produtores de regiões tradicionais como Bento Gonçalves, Pinto Bandeira, Monte Belo do Sul, Flores da Cunha e Garibaldi, na Serra Gaúcha (RS), e São Joaquim (SC), além de novos terroirs que vêm se destacando, caso de São Roque, Jundiaí e Ribeirão Branco, em São Paulo, e Boa Esperança e Caldas, em Minas Gerais. Mais informações sobre a WSA podem ser acessadas no site www.winesa.com.br.
Fonte: Apura Conteúdo
Fotos: Vagão Filmes
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