A vida é repleta de encontros e desencontros, alguns capazes de transformar caminhos e até mesmo salvar vidas. O poeta e compositor Vinícius de Moraes certa vez, disse que, “a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida”. A pandemia tem alterado roteiros, modificado histórias, encurtado jornadas, mas também está sendo vencida e proporcionando momentos de emoção e agradecimentos.
Em março deste ano Vera Estefanói, 54 anos, venceu a batalha contra a Covid-19, sendo internada com 55% do pulmão comprometido pela ação da doença, tendo que ficar quase duas semanas recebendo oxigênio. “Fui até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde fui muito bem atendida. Chegando lá encontrei um anjo, a Lizi (enfermeira), que veio cuidar da minha filha (Bebê), minha gata de 12 anos, dando comida, trocando a caixinha de areia e água. Para mim não adiantaria sair de lá bem e chegar em casa e não encontrar a minha filha. Na UPA fiquei com o oxigênio durante todo o tempo. Só tirei o oxigênio um dia antes de vir para casa. Por isso eu só tenho a agradecer o pessoal da UPA, porque foi o melhor atendimento. Eu fui muito bem atendida. Sem contar que achei um anjo na minha vida, que cuidou da minha gata”, se emociona.
Liziane Fermini, 46 anos, enfermeira há mais de 20 anos, e que também atua na UPA, se recorda de quando Vera chegou na unidade já com a capacidade pulmonar comprometida. “Ela internou na UPA e aí começou a chorar, porque ela precisava de alguém para cuidar da gatinha, para dar comida e água para ela. Eu fui e ela me deu a chave como se estivesse dando para a família. Eu então vinha todos os dias e se precisava vinha de noite também, mas todos os dias eu enviava vídeos da gata pra ela”, recorda.
A enfermeira recorda que a felicidade de ajudar Vera foi preenchida pelo sentimento de gratidão e alegria por estar ajudando alguém que havia demonstrado confiança e entregado a chave de casa em suas mãos. “Para mim foi emocionante, porque a única coisa que disse foi que eu também era sozinha e que iria sim cuidar de sua gata. Ela me deu a chave sem me conhecer, confiou muito em mim. Eu me coloquei no lugar dela por também viver sozinha, e por pensar que em algum dia também poderia passar por uma situação assim”, conta.
Lições de vida deixadas pela Covid
“Com essa experiência que eu tive fica a lição de que existe pessoas boas, e podemos encontrar um anjo em qualquer lugar, não existe só pessoas ruins no mundo. É um anjo que caiu do céu sem asas. Se eu não achasse ninguém lá eu teria saído correndo de lá e iria piorar o meu quadro. É bonito ela ter salvado a minha vida e a vida da minha gata”.
Para Vera as pessoas devem olhar mais para a bondade, o amor, e não pensar tanto em bens materiais. “Quando morremos não levamos nada. Nós viemos sem nada e vamos sem nada. E quando for possível ajudar o próximo faça isso. O que ela fez por mim não tem preço, eu falei pra ela. E hoje em dia as pessoas são muito materialistas, não pensando no próximo. Eu, por exemplo, ajudei muita gente nessa pandemia. Precisamos ajudar mais os outros, sermos solidários. Acho bonito a humanidade ser assim”, salienta.
Fonte: Assessoria de Comunicação Social Prefeitura
Foto: Rodrigo De Marco
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