Sociedade de Pediatria do RS defende volta às aulas presenciais mas questiona obrigatoriedade

O tema é motivo de preocupação da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS) que entende a importância da retomada das aulas com máximo cuidado sanitário. No entanto, é preciso na visão da entidade médica, ter uma ressalva com a palavra “obrigatoriedade”, uma vez que a realidade de cada família precisa ser respeitada.

“Como médicos temos preocupações do ponto de vista de emocional, cognitivo, de desenvolvimento, depressão e obesidade. Não se nega a gravidade da pandemia, mas é preciso lembrar que tão cedo não haverá vacinação para crianças e não é possível esperar uns 2 ou 3 anos para ser ter uma vacina. Até lá, os efeitos acadêmicos e psicológicos seriam muito graves. Porém, a obrigatoriedade causa um ranço jurídico. Não é possível obrigar a família que se sinta em risco a mandar os seus filhos para escola”, explica o médico da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, José Paulo Ferreira.

O Brasil é o país que mais tempo ficou em aulas online. As evidências que ajudam a incentivar o retorno são baseadas nos últimos dez meses quando viu-se que a criança mostrou-se não tão transmissiva quanto se temia no início da pandemia. Além disso, percebeu-se que as crianças que tiveram contato com o coronavírus apresentaram sintomas muito mais brandos, ainda que aconteçam exceções.

“Neste momento é fundamental haver um bom senso. Não há sentido a criança ser impedida de ir a escola ao mesmo tempo em que frequenta clubes, piscinas, praças e vai a uma padaria, por exemplo. Os riscos são iguais ou, até mesmo, maiores do que na escola, onde haverá uma série de regras a serem seguidas”, completa.

A SPRS também manifesta preocupação com todos os professores e trabalhadores envolvidos no sistema educacional. O retorno às aulas dependerá de condições que assegurem a proteção a esses trabalhadores, tanto na rede privada como na pública.

Fonte: Playpress

Foto: Marcelo Matusiak

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