Em menos de 30 dias, acontece a 20ª edição da Expovinis – Salão Internacional do Vinho –, considerado o maior evento do setor vinícola da América Latina. Enquanto tradicionalmente o evento era realizado durante o mês de abril, em 2015 aconteceu de 22 a 24, para este ano a nova data é de 14 a 16 de junho.
Não bastasse isso, ocorre em paralelo à Fispal Food Service, a 32ª edição da Feira Internacional de Produtos e Serviços para Alimentação Fora do Lar, no Expo Center Norte, em São Paulo.
A mudança desagradou algumas vinícolas brasileiras, como Aurora e Salton, por exemplo, que já teriam cancelado sua participação. O Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho) vem participando e auxiliando a consolidação da feira, com a presença de marcas brasileiras. Contudo, a tendência é a não participação com estande no evento.
“A mudança de data foi recente, se tivesse mudado no ano passado. E ela (Expovinis) foi alocada com outra feira, com outra lógica”, comentou Carlos Paviani, diretor executivo do Ibravin.
Extraoficialmente, quatro vinícolas brasileiras teriam confirmado a participação até agora.
Em tempos de incertezas no cenário econômico, o setor tem aproveitado outras oportunidades para conseguir resultados que passavam por São Paulo.
Tanto que no mês de março (de 13 a 15), dez vinícolas brasileiras (Aurora, Basso, Don Guerino, Casa Valduga, Lídio Carraro, Miolo, Pizzato, Perini, Peterlongo e Salton) participaram da ProWein, maior feira de vinhos do mundo, realizada anualmente na Alemanha.
Conforme relatório do Wines of Brasil – projeto setorial desenvolvido pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) -, foram fechados 800 mil dólares em negócios, 60% superior ao verificado na edição do ano passado, quando o volume chegou a 500 mil dólares.
Com a realização da Vinexpo, na França, a cada dois anos (a última edição foi em 2015), e a diminuição da London International Wine Fair (feira que acontece na Inglaterra), “ganhou força a ProWein”, acrescentou Paviani.
Ele lembra que o setor também acredita na possibilidade de eventos regionais e locais, e cita a Fenavinho, que completa 50 anos em 2017.
“Talvez seja o momento de retomar esta discussão, com uma feira do tamanho do setor. Que se possa trazer consumidor e também o trade”, encerrou.
A reportagem procurou nos últimos dias o presidente da última edição da Fenavinho, João Strapazzon, mas ele preferiu não se manifestar neste momento sobre o assunto. O secretário municipal de Governo, Jovino Nolasco, que encabeçou em maio de 2015 um evento de lançamento da Fenavinho do cinquentenário quando respondia pela pasta da Cultura, foi procurado na última semana e afirmou que em breve deverá ocorrer uma manifestação sobre o assunto.
Fonte: Felipe Machado – Central de Jornalismo da Difusora
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