Nos últimos meses, a economia brasileira vem apresentando números negativos em vários setores, como indústria, agropecuária e serviços. O PIB também não é positivo, mostrando que ainda falta um longo percurso a ser trilhado para a retomada do crescimento do País.
Com relação ao mercado de móveis no Brasil, não é diferente. De acordo com dados divulgados no relatório do IEMI – Inteligência de Mercado, o setor moveleiro finaliza o primeiro semestre deste ano no vermelho.
De janeiro a junho, a produção de móveis brasileira fabricou 202.465 milhões de peças, o que representa uma queda de 14,9%, se comparado aos primeiros seis meses de 2015.
No Rio Grande do Sul a situação se repete. O Estado produziu 35.012 milhões de peças, uma redução de 16,1%, com relação aos 41.711 milhões do mesmo período no ano passado.
O consumo aparente de móveis nacional chegou a 200.967 milhões em volume, um recuo de 15,3%, frente aos 237.159 milhões de 2015. O gaúcho somou 33.448 milhões de peças, fechando com uma redução de 18,1%, se comparado aos 40.833 milhões do ano anterior.
E os números negativos entre as análises do primeiro semestre de 2016 com o de 2015 não param por aí! A importação sofreu queda de 12,8%. De 6.122 milhões de peças importadas no ano passado, passou para 5.338.
No Rio Grande do Sul, o cenário é ainda pior: foram importadas 728 mil peças no ano passado, contra apenas 219 mil este ano, uma diminuição de expressivos 70%.
O inverso acontece com relação à exportação. Enquanto no total nacional houve redução de 1,9%, no Estado, este índice é um dos poucos com crescimento de 11%. Em 2015, o RS exportou 1.606 milhões de peças. Este ano, foram 1.782 milhões.
A participação dos móveis importados foi de 2,7% e a de exportados 3,5%, ambos os índices apresentaram leve melhora comparados aos 2,6% e 3%, respectivamente, alcançados no ano passado.
No RS, os importados, que representaram 0,7% do consumo interno em 2016, em 2015 chegaram a 1,8%. A produtividade do setor de móveis acumulou queda de 11,3% em relação a 2015. Já a indústria de transformação registrou um pequeno aumento de 1,4%.
Os índices negativos chegaram também as vendas do comércio varejista de móveis, que sofreram, um recuo de 12,5% em volume e de 9% em valores, com relação ao mesmo período do ano passado. No comércio varejista gaúcho, os números foram positivos, com um aumento de 6,6% em volume e de 14,4% em valores.
Outro segmento que apresentou resultados negativos foi o de geração de empregos. Conforme dados do Ministério do Trabalho e Emprego – CAGED, nos primeiros seis meses deste ano haviam 238.888 mil postos de trabalho com registro em carteira no setor moveleiro, sendo 34.874 mil no Rio Grande do Sul. Comparando com o mesmo período de 2015, a retração foi de 10,2% em âmbito nacional e de 9,4% no Estado. A média salarial também caiu consideráveis 7,7%.
De acordo com o presidente da MOVERGS, Volnei Benini, apesar dos números refletirem um momento delicado da economia, a solução para as indústrias do setor moveleiro é continuar o processo de investimento em seus negócios.
“É necessário rever conceitos, produtos, tecnologias e questões relacionadas com a exportação, como, por exemplo, buscar novos mercados”, avalia.
Para o executivo, 2016 não é um ano perdido, e sim um ano de aprendizado e de muitos obstáculos que precisam ser ultrapassados.
“Em 2017, quando a questão política estiver definida, vamos ter melhoras. Será o ano da retomada”, afirma, e completa: “No entanto, a consolidação acontecerá em 2018, quando voltaremos a ter um crescimento sustentável”.
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Com mais de 29 anos de atuação, a MOVERGS representa as indústrias moveleiras no Estado do Rio Grande do Sul, e tem como lema “unir para fortalecer, renovar para crescer”. Em 2015, somente em Bento Gonçalves, o setor moveleiro faturou R$ 2,2 bilhões entre 300 empresas do segmento. Dentro da indústria de transformação, a área moveleira é a que mais emprega. É, portanto, de significativa contribuição para o desenvolvimento econômico e social da cidade que é um dos principais polos do segmento no Brasil.
O Rio Grande do Sul tem, atualmente, 2.750 empresas moveleiras, que respondem por 18,4% do total de móveis fabricados no Brasil. Essa participação confere ao Estado posição de liderança como maior produtor do país. No ano passado, as indústrias de móveis faturaram R$ 6,73 bilhões e exportaram mais de U$ 183 milhões. Também foram responsáveis pela geração de mais de 39 mil empregos. Tais indicadores demonstram o quão representativo é o segmento no contexto da economia gaúcha, tanto pela geração de renda e tributos, quanto de postos de trabalho.
Fonte: Insider2 Brasil
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