A colheita da uva está intensa em todo o Rio Grande do Sul. E o trabalho nas cantinas também. A safra decorre em condições muito favoráveis à qualidade das uvas, produzindo frutos doces, com bagas grandes e boa sanidade.
Na regional de Caxias do Sul da Emater, a colheita da uva Isabel foi o destaque na semana. Também em colheita todas as variedades de mesa, destacando-se as cultivadas sob cobertura plástica: Itália, Rubi, Benitaka, BRS Clara, BRS Linda e BRS Morena. E está encerrada a colheita das variedades de ciclo precoce, restando ainda a Bordô nos Campos de Cima da Serra.
Na regional de Passo Fundo, variedades tardias estão em fase final de maturação e colheita. Na de Soledade, no Centro-Serra e no Alto da Serra do Botucaraí, segue a colheita das variedades viníferas e iniciou a colheita das variedades de mesa Rainha Itália, Benitaka e Rubiem. Em Encruzilhada do Sul, está finalizando a colheita das variedades Chardonnay e Pinot; as demais ainda estão em maturação. Em Quaraí, os produtores iniciaram antecipadamente a colheita das uvas tintas (Merlot, Syrah e Tannat), devido à aceleração do ciclo proporcionado por dias quentes e secos. Na regional de Santa Maria, prossegue a colheita da uva, com destaque para Jaguari e os municípios da Quarta Colônia, com as uvas tipo comum (Casca Dura, Bordô, Francesa, Isabel, Niágara branca e Niágara rosa). A produção é melhor do que a das últimas safras. E em Santa Rosa, a colheita foi concluída com cachos grandes, mas com bagas menores (veja abaixo os dados completos no Informativo Conjuntural).
“A SEAPDR atua na inspeção e fiscalização da uva, vinho e derivados no Estado. Nesse período de safra, os fiscais estaduais agropecuários realizam as coletas de uvas representativas de todas as regiões produtoras do Estado que, após, são microvinificadas (elaboração de vinhos genuínos em pequena escala) no Laboratório de Referência Enológica (LAREN
), os quais servem de comparação aos vinhos comerciais oferecidos à sociedade”, destaca Fabíola Lopes, chefe da Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural.
De acordo com estimativa do IBGE, publicada em dezembro de 2020, a área com plantio de uva será de 46.797 hectares, com um rendimento de 18.896 kg/ha e uma produção de 875.065 toneladas.
“A safra de 2020 foi a safra das safras em termos de qualidade. E esta safra de 2021 vai ser a safra das safras em quantidade. Devemos colher cerca de 800 milhões de quilos de uva”, afirma Deunir Argenta, Presidente da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra).
O ano de 2020, marcado pela pandemia, foi um ano diferente para o setor. As vendas de vinhos finos aumentaram 56,56%, passando de 15 milhões de litros/ano, em 2019, para 24,2 milhões em 2020, de acordo com dados publicados pela Uvibra. Argenta considera que o fato das pessoas estarem mais em casa, consumirem em locais próximos ou pela internet, ajudou nestes números. “As empresas agiram rápido, os preços eram mais convidativos do que o dos vinhos importados e conseguimos atender de forma eficiente os pedidos de e-commerce. Só na minha empresa, o aumento no comércio virtual foi de 300%”, destaca.
“Apesar da pandemia e das duas estiagens seguidas no Estado, o setor vitivinícola está trazendo um alento para a agricultura gaúcha. Com duas safras seguidas com recordes em qualidade e em quantidade, há a esperança de um maior faturamento para o setor, trazendo desenvolvimento econômico para o nosso Estado”, destaca o secretário Covatti Filho.
E a estimativa de consumo de vinho também aumentou, de acordo com a Uvibra, passando de 2 para 2,8 litros/habitante por ano. “Nós conquistamos novos consumidores, que descobriram o vinho nacional, perceberam sua qualidade e vieram para ficar”, afirma ele.
Já os espumantes e sucos de uva, registraram queda em 2020, de 6,63% e 5,24% respectivamente.
Desafio do Fundovitis
O Fundovitis, que desde outubro do ano passado está sendo gerenciado pela Uvibra através de um termo de colaboração firmado com a SEAPDR, trabalha com ações de manutenção e promoção do setor vinícola e conta com recurso de R$12 milhões/ano, divididos em 4 parcelas (mais informações sobre o Fundo aqui).
Helio Marchioro, Presidente do Consevitis, o conselho gestor que administra o fundo, afirma que os desafios são grandes. “O nosso plano é investir cerca de 60% dos recursos na promoção do vinho, sucos e espumantes, e 40% em pesquisa, análises e no LAREN’, afirma.
De acordo com Marchioro, “são três pilares que movem as nossas ações: promoção, gestão e ordenamento setorial”. O Consevitis é formado por 2 representantes da indústria, 2 das cooperativas e 2 dos sindicatos dos trabalhadores.
E para este ano de 2021, os desafios para o setor são muitos, destaca ele: “a questão tributária, o custo de implantação da lei de proteção de dados, as alterações na lei do vinho que devem ser retomadas em maio, o tratado Mercosul x Comunidade Europeia, entre outros”.
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