Os primeiros dias depois da realização da Operação Carne Fraca no país e no Rio Grande do Sul, já trouxeram impactos da queda de consumo no varejo gaúcho. Os números exatos ainda não foram levantados, mas o setor estima uma diminuição de compra, com forte divulgação da fraude na carne e adição de produtos vencidos e água, para aumentar o peso dos produtos.
O diretor-executivo do Sicadergs (Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Estado do Rio Grande do Sul), Zilmar Mousalle, entende que “qualquer notícia que assuste, o povo deixa de comer para depois ver o que vai acontecer”.
Ele relatou que foi no açougue de uma supermercado e perguntou sobre as vendas. A resposta do vendedor foi que tinha encomendado para vender no final de semana, por exemplo, uma tonelada de filé mignon, sendo que o comercializado não passou de 30 quilos.
Outro ponto que preocupa é que de abril a dezembro de 2016, o consumo caiu 24%, embalado pela alta dos preços.
“O prejuízo é maior para a imagem do País. Mas aqui no Rio Grande do Sul não dá para deixar de comprar um bife, uma costela, enfim, por causa da notícia. Estamos sofrendo as sanções por causa de meia dúzia de indústrias e colocaram todos no mesmo cesto”, acrescentou o diretor.
O presidente do Sindicato das Indústrias de Alimentação de Bento Gonçalves (Sindal), Mauro Gasperin, defende o Rio Grande do Sul em que a inspeção é muito severa.
“Dificilmente quem passa pela fiscalização põe no mercado produto com problema. Posso tranquilizar a todos que maior repercussão não tem. Foi um grande exagero pela Polícia Federal”, disse.
Gasperin alerta para qualquer alimento, que tem de ter origem e inspeção. “Tem que ter um rótulo, origem, um número de registro, se não é clandestino”, acrescentou.
Entretanto, diz que existem desvios. “Às vezes é oferecida carne vencida ou presunto vencido, para locais de grandes consumo, e alguns fazem, porque é metade do preço e aceitam fazer isso. É uma denúncia porque isto acontece todos os dias. Como vendo um presunto a R$ 10 e tem gente vendendo a R$ 5”, questiona.
Saúda a fiscalização que existe, o problema é “que existe sempre uma forma de burlar. O que limita é a quantidade de fiscais, o aparelhamento do pessoal. O fiscal não pode estar todo o dia dentro da empresa”, relatou.
Por fim, relembra que o consumir tem que estar sempre atento a procedência e ao certificado sanitário.
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Fonte: Central de Jornalismo da Difusora
Foto: Divulgação/PMPA
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