Os Promotores de Justiça que atuaram na Operação Queijo Compen$ado 3 concederam entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira, 2, na Promotoria de Carazinho, e detalharam a ação que desarticulou um esquema criminoso envolvendo quatro empresas. Os laticínios investigados são Luza, de Constantina, Valparadiso, de Carlos Barbosa, Taurino, de Tenente Portela e Latteria, de Antônio Prado.
PRESOS
Durante a ação foram presos os proprietários das empresas: Rodrigo Luza (num depósito em Canoas), Denir Francisco Luza (em Constantina), Reinaldo Pereira (em Carlos Barbosa), Sergio Marques Lima (em Tenente Portela) e Moises Beltrame (em Antônio Prado). Jorge Arbo ainda foi preso em flagrante por adulteração de queijo no depósito da empresa Luza. Durante as buscas, outro homem também foi preso por posse ilegal de arma. Também foram apreendidos em diversos pontos da ação cerca de 20 toneladas de queijos e derivados impróprios para o consumo.
COLETIVA DE IMPRENSA
Na coletiva de imprensa para os jornalistas, o Coordenador do Centro de Apoio Operacional Criminal, Luciano Vaccaro, representou o Procurador-Geral de Justiça e saudou o trabalho desenvolvido nesta fase da Operação Queijo Conpen$ado e em outras etapas de investigação sobre a adulteração do leite e seus derivados. “O combate ao crime organizado faz parte do planejamento estratégico do MP e é prioritário na nossa Instituição”, afirmou.
Na sequência, o Promotor de Defesa do Consumidor da Capital e Coordenador do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) – Segurança Alimentar, Alcindo Luz Bastos da Silva Filho, destacou que as investigações foram iniciadas em outubro do ano passado e que foram encontrados durante a operação desta quinta-feira nos estabelecimentos das empresas muita soda cáustica e água oxigenada, utilizadas para o reaproveitamento de queijos que já estão deteriorados.
Nesta quarta-feira, 1º, na véspera da ação, o Ministério Público obteve a informação, através de uma interceptação telefônica, que um fiscal de inspeção municipal de Antônio Prado avisou um dos distribuidores sobre a diligência do MP. Segundo o Promotor da Especializada Criminal e Coordenador do Gaeco Segurança Alimentar, Mauro Rockenbach, que participou da coletiva, o fiscal foi flagrado em uma escuta telefônica dizendo para o investigado retirar os produtos do local um dia antes da ação ser deflagrada.
APURAÇÕES
As investigações apontaram diversas irregularidades em quatro laticínios da região Norte e da Serra gaúcha, como a adição de amido de milho no queijo, utilizado para mascarar a colocação de menos leite do que o exigido pelas normas da indústria. As empresas também forneciam queijo vencido, estragados, sem procedência e trocavam os rótulos dos produtos. Laudos do Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro), vinculado ao Ministério da Agricultura, ainda indicaram a contaminação por bactérias da espécie staphylococcus, além de coliformes fecais, em amostras de queijos fornecidos pelas empresas. Elas comercializam clandestinamente seus produtos em diversas cidades, principalmente na região metropolitana de Porto Alegre, Vale dos Sinos e Litoral Norte. Um dos produtores investigados na operação, por exemplo, distribuia somente para a Região Metropolitana de Porto Alegre cerca de 100 toneladas de queijo por mês.
PRESENÇAS
Também participaram da coletiva de imprensa o Promotor de Justiça de Combate aos Crimes da Ordem Tributária, Aureo Gil Braga; a Fiscal Federal Agropecuário Ana Lúcia dos Santos Stepan; e o Delegado da Receita Estadual de Passo Fundo, Elisandro Sperandio.
Fonte: MP/RS
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