Alunos das Escolas do Sesi-RS resolvem problemas da sociedade e da indústria a partir de desafios propostos em sala de aula
A mostra Sesi Com@Ciência chegou ao segundo e último dia provando que é possível fazer um projeto de educação tendo o aluno como protagonista. As turmas de Ensino Médio, Contraturno e Educação de Jovens e Adultos (EJA) selecionadas para o evento apresentaram ideias inovadoras, que resolvem questões importantes do dia a dia sem perder de vista a sustentabilidade. Promovido pelo Sesi-RS, o Sesi Com@Ciência contou, ainda, com oficinas e palestras para educadores e gestores. O evento ocorreu no Centro de Eventos da FIERGS, em Porto Alegre.
A gerente de Educação do Sesi-RS, Sônia Bier, destaca o caráter inovador dos projetos. “Estamos vendo os alunos empolgados e os convidados entendendo o espírito da mostra, que é trazer o protagonismo dos estudantes e mostrar uma forma diferente que o Sesi vem fazendo educação, colocando esses jovens a trabalharem com tecnologia de forma criativa e inovadora, abrindo espaço para eles no processo de empreendedorismo”, explica.
É o caso das alunas Juliane Silva, Rayssa Silva, Maria Eduarda Domingues e Bruna Rosa, do segundo ano do Ensino Médio da Escola do Sesi-RS Eraldo Giacobbe, de Pelotas. Elas desenvolveram um plástico filme produzido da farinha do caroço de abacate. A ideia surgiu de outro projeto sobre resíduos e meio ambiente. “O caroço do abacate tem amido, que ajuda na composição dos polímeros”, justifica Rayssa. Segundo ela, o tempo de decomposição do material é de cerca de um mês.
Também do abacate veio o creme para a pele que está em desenvolvimento na Escola do Sesi-RS de Sapucaia do Sul. Nicole Zanatta e Bruna Almansa, do terceiro ano do Ensino Médio, resolveram combater a dermatite com um produto mais acessível e menos danoso ao meio ambiente e à própria pele. Chegaram a um bom resultado combinando própolis, abacate, babosa e óleo de coco babaçu. Agora, dedicam-se à pesquisa do armazenamento do produto sem precisar de conservantes.
A conservação de produtos também foi o ponto de partida para Elizandro Dornelles e Taís Naissinger, do nono ano do Ensino Fundamental da EJA do Polo Panambi. No caso deles, o objetivo é aumentar o cuidado com grãos estocados em silos de armazenagem. Uma placa mede temperatura e umidade do produto, acionando automaticamente os exaustores sempre que preciso.
A tecnologia, de forma geral, e a robótica, em específico, estão bastante presentes no cotidiano dos alunos do Sesi. As oficinas incluem experiência com realidade virtual, dispositivos de interação e competições de robôs.
Um grupo de oito alunos entre 9 e 11 anos criou uma garra automática para auxiliar e dar mais autonomia a idosos e pessoas com deficiência ou qualquer limitação nos movimentos. Eles frequentam o Contraturno na Escola do Sesi-RS de Farroupilha. O projeto começou em julho e já conta com dois protótipos: um fixo e outro que se desloca. “Uma das placas foi mais fácil de programar porque já era utilizada, mas a segunda chegou há apenas 15 dias e é totalmente nova para eles”, conta a orientadora, Jéssica Vieira.
Palestras
Enquanto os alunos apresentam suas soluções, os rumos da educação continuam em debate no ciclo de palestras. Um dos convidados foi Lucas Lima, engenheiro, professor e morador do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. Essa combinação e seu olhar atento à sociedade o levaram a trabalhar com tecnologia voltada ao impacto social.
“Nosso trabalho se baseia na inovação da educação, onde o aluno é o meio. A gente aprende com ele na perspectiva de sua vivência na comunidade e, a partir daí, pensa na tecnologia como ferramenta para o desenvolvimento e o impacto local”, explica Lucas.
Ainda no primeiro dia, o Sesi Com@Ciência contou com a palestra do escritor português Mia Couto. Diretamente da França, onde lançava sua obra mais recente, ele refletiu sobre como a espécie humana olha e, às vezes, deixa de olhar para a própria história. Tendo como base as grandes navegações, que dão tema ao evento deste ano, Couto lembrou, entre outras coisas, da influência que teve de um professor para gostar tanto de literatura, mesmo sendo filho de poeta. “A educação poderia multiplicar o que a ciência diz hoje, mostrar que a natureza não está abaixo de nós. Se explicarmos às crianças que somos feitos de matéria dos outros, de coisa suja, que só uma parte de nós é humana, dificilmente elas se tornarão elitistas, racistas”, defendeu Couto, que também é biólogo.
Nos dias 5 e 6 de outubro, a mostra Sesi Com@Ciência contou com a audiência superior a 17 mil pessoas, que acompanharam 16 palestras e conferiram mais de 170 projetos desenvolvidos pelos alunos das Escolas do Sesi-RS.
Foto: Alunas de Pelotas desenvolveram um filme plástico do caroço de abacate
Crédito: Dudu Leal
Unidade de Comunicação do Sistema FIERGS
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