Semana do Empreendedorismo: “Empreender é um estado de espírito”

A afirmação acima foi feita durante a última palestra da 3ª Semana Municipal do Empreendedorismo, na noite de sexta-feira, 12. A frase resume o que pensa Cesar Augusto Pancinha Costa, conferencista, empresário, coach e professor. O tema foi “Empreender: A ferramenta para sair da crise”. Durante toda a palestra, Pancinha deixou claro que o Brasil passa por sérios problemas econômicos, mas que, para 2017, as perspectivas são melhores.

“Este tipo de evento, em que reúne empresários, profissionais de diferentes áreas, estudantes, uma comunidade enorme, é muito bom para falarmos sobre o que o mercado está precisando”, elogia o palestrante, em entrevista à Rádio Difusora. “Estamos vendo muitas coisas acontecendo e, principalmente, a grande dificuldade que se tem no Brasil para empreender”, completa. Cesar Pancinha acredita que são passos importantes quando entidades se unem para buscar soluções. “Não sou um palestrante motivacional. É difícil sim, ser empreendedor em nosso País. Estamos em crise, sim. Mas eu sempre reitero que é preciso seguir em frente”, ensina.

De acordo com a assessoria de Pancinha, em 20 anos de carreira, ele já falou para mais de 70 mil pessoas. Já foi diretor de empresas como Xerox e Habitasul, hoje é sócio-diretor na Travel Plan e diretor executivo do Grupo CAPC.

MODO DE VIDA – “É preciso atitude e sempre se perguntar: o que nós vamos fazer para o Brasil melhorar. Mas também é preciso entender que empreender não é apenas abrir uma empresa. Empreender é uma maneira de pensar, é um modo de vida. E não é necessário deixar de ser empregado, para empreender. Você pode ser um ‘intra-empreededor’, dentro da empresa de alguém, tendo iniciativa, colaborando para melhorar o processo, fazer as coisas acontecer.”

Bem-humorado, Cesar Pancinha brincou com a plateia várias vezes. “Além de Pancinha, sou Costa”, disse ele, arrancando risos dos presentes. “Falando sério: preciso voltar logo para Porto Alegre, porque meu quarto e último filho, recém-nascido, ainda está se acostumando com quem é o pai”, completou, causando gargalhadas.

“É importante que você pense sempre que seu produto ou serviço tem que resolver o problema de alguém. Empreender é estar em sintonia com os problemas da comunidade. Vejo um país borbulhando de ideias, porém com pouca iniciativa para que essas ideias tomem um formato que irá resolver os anseios da população, seja em que área for.”

“Temos boas expectativas para o ano que vem e o mercado irá realmente começar a reagir”, projeta. “Estamos em um mundo de iguais e, agora, mais do que nunca, precisamos nos diferenciar.”

PATERNALISMO – Indagado sobre o perfil do empreendedor brasileiro em que, na maioria das vezes, espera ajuda governamental ou de grandes empresas, Cesar Pancinha espera que, a partir da reforma trabalhista, haja mudanças também na forma de pensar daqueles que têm atitude. “Hoje, vejo muita gente com um brilhantismo natural, mas acomodado dentro de uma bola confortável, com férias, 13º salário, CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), etc… Por exemplo: se as Leis Trabalhistas fossem diferentes hoje, talvez eu tivesse mais 40 profissionais trabalhando comigo e pelo menos mais três empresas. Mas, o chamado custo-Brasil desanima qualquer pessoa que queira inovar e sair da zona de conforto. As mudanças, mesmo que demoradas, devem facilitar o surgimento de novos profissionais, novas ideias, novas lideranças empreendedoras.”

Para ele, as alterações na forma de fazer são iminentes. “Anteriormente, se pensava em apenas vender um produto e ficar rico. Todos querem ser o criador do Facebook, do Uber. Ao mesmo tempo, o paternalismo criado pelo próprio governo, que incentivava as ideia e não o empreendedor acomodou quem conseguiu embarcar nessa linha de ação. E essa zona de conforto, de repente, foi tirada. Agora, é preciso mais do que ter ideias, fazer a diferença, agregar valor no cotidiano das pessoas”, finaliza.

A 3ª Semana Municipal do Empreendedorismo foi promovida pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, com uma série de palestras realizadas na Casa das Artes, com entrada franca e na reunião-almoço do Centro da Indústria, Comércios e Serviços (CIC). O pré-lançamento ocorreu no Ferrovia Live.

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