O Dia do Índio, celebrado oficialmente em 19 de abril, é um importante convite à reflexão sobre as reais condições da população indígena no Brasil, uma vez que a data em si não traduz, exatamente, os anseios dos povos originários. A data, criada há mais de 70 anos, não é bem vista por algumas lideranças indígenas e militantes, que consideram a efeméride preconceituosa e carregada de estereótipos.
Diante desse contexto, a Secretaria de Estado da Cultura (Sedac) promoverá, nas redes sociais, uma série de atividades que integram a programação intitulada Repensando o 19 de abril – uma reflexão sobre as contradições desta data. Do dia 19 a 23, (segunda a sexta-feira), serão publicados exposições, debates, shows musicais e vídeos com depoimentos de lideranças indígenas e especialistas.
“A verdadeira reflexão sobre a causa indígena exige, sobretudo, ouvir o que essa população tem a dizer. Ninguém melhor do que eles, os índios, para falar o que representa o 19 de Abril”, afirma a assessora de Diversidade da Sedac, Clarissa Lima.
A secretária da Cultura, Beatriz Araujo, ressalta a importância dessa ação, cujo objetivo é oportunizar a análise, a reflexão e a compreensão sobre os povos indígenas. “As tradições, os ritos e os saberes dos povos originários se confundem com a riqueza da formação cultural gaúcha. Reconhecer, aprender e valorizar essa vasta e diversificada cultura e suas manifestações é o principal objetivo da proposta Repensando o 19 de abril”, explica.
Dia do Índio
O Dia do Índio foi instituído no Brasil pelo Decreto 5.540, de 1943, pelo então presidente Getúlio Vargas. A proposta partiu do Marechal Rondon, que criou, em 1910, o Serviço de Proteção aos Índios (SPI), atual Fundação Nacional do Índio (Funai).
A data surgiu a partir de um protesto dos povos indígenas do continente americano, em 1940, quando um congresso organizado no México se propôs a debater medidas para proteger esses povos no território. Inicialmente, os indígenas boicotaram o evento, mas, no dia 19 de abril, participaram das discussões. Por conta disso, a data foi escolhida para celebrar o Dia do Índio.
Poucos países reconheceram a data. O Brasil não aderiu às deliberações do congresso, mesmo assim, reconheceu o dia, alguns anos depois. Além do Brasil, Costa Rica e Argentina também a adotaram.
Segundo o Grupo de Trabalho Internacional para Assuntos Indígenas (International Work Group for Indigenous Affairs – IWGIA), uma organização mundial sem fins lucrativos, sediada em Copenhage (Dinamarca), estima-se que haja 370 milhões de indígenas no mundo – sendo eles divididos em, pelo menos, cinco (5) mil povos em todas as nações. A chegada dos portugueses no Brasil, em 1500, dizimou grande parte da população indígena, mas isso não impediu a propagação de uma forte herança cultural, seja na criação das palavras, hábitos e alimentação.
PROGRAMAÇÃO
Secretaria da Cultura
De 19 a 23/4, serão publicados vídeos nas redes sociais da Sedac, com lideranças indígenas e especialistas no tema, sempre ao meio-dia.
19/4 – Vídeo 1: Rejane Paféj Kanhgág – psicóloga, Território Indígena Nonoai (RS).
20/4 – Vídeo 2: Cacique Cirilo Morinico , Aldeia Mbyá-Guarani Anhetengua (Porto Alegre).
21/4 – Vídeo 3: Iracema Gatên-Kuja, Aldeia Kaingang Oré Kupri (Porto Alegre).
22/4 – Vídeo 4: Márcia Londero, socióloga e indigenista.
23/4 – Vídeo 5: Encerramento, com a participação de todos os integrantes dos vídeos anteriores.
Todos os vídeos estarão nos perfis da Sedac no Facebook, no Instagram e no YouTube.
Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs)
19/4, às 11h: Investigações do agora – Análise de Gaúcho, de Vasco Prado, pelo pesquisador Diego Beck.
Perfil do Margs no Instagram e Facebook.
Museu de Arte Contemporânea (MACRS)
19 a 23/4, às 18h: Serão compartilhadas com o público obras relacionadas a diferentes culturas indígenas representadas em seu acervo.
No perfil do Macrs no Instagram e Facebook.
Museu do Carvão – Arroio dos Ratos
Postagens nas redes sociais de cards em comemoração ao 19 de abril.
No perfil do Museu do Carvão no Facebook e Instagram.
Museu da Comunicação Hipólito José da Costa (MuseCom)
19/4, às 9h: Indicação de filmes para reflexão sobre as diversas nuances da vida e da resistência indígenas no Brasil e na América Latina.
No perfil do MuseCom no Facebook e Instagram.
Arquivo Histórico do RS (AHRS)
19/4: O AHRS fará três publicações nas redes sociais, a partir de seu acervo.
No perfil do AHRS no Facebook e Instagram.
Museu Arqueológico do Rio Grande do Sul (Marsul) – Taquara
19/4: Publicação de cards nas redes sociais do museu, em homenagem à data.
20/4: Exposição parte 1. Publicação de cards sobre a exposição Repensando o Dia do Índio através das coisas ancestrais.
21/4, às 18h: Divulgação da live Ascensão, apogeu e queda do conceito de Tradição Umbu, ministrada por João Carlos Moreno de Sousa (Laboratório de Estudos Evolutivos Humanos do Instituto de Biociências/USP).
22/4: #Tbt especial Projeto Vida de Índio – evento que ocorreu no Dia do Índio, em 2002, no museu.
23/4: Exposição parte 2. Publicação de cards sobre a exposição Repensando o Dia do Índio através das coisas ancestrais.
No perfil do Marsul no Instagram e Facebook do Marsul.
Museu Antropológico do RS (Mars)
19, 21 e 24/4: Postagens de cards com a temática indígena.
No perfil do Mars no Instagram.
26/4: Participação no 1º Seminário Comemorativo dos Povos Indígenas, evento on-line promovido pela Comissão Especial da Igualdade Racial/OAB-RS, com a presença da diretora, Letícia Bauer, e da servidora Maria Helena Sant’Ana.
Museu Julio de Castilhos (MJC)
30/4, às 10h: Live Acervos em Conexão: MJC, Mars e Marsul, e os acervos indígenas musealizados – achados e lacunas, com Claus Farina (MJC), Antonio Porto (Marsul) e Maria Helena Sant’Ana.
Mediação: Doris Couto, museóloga e diretora do Museu Julio de Castilhos.
No perfil do MJC no Facebook.
Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ)
21 e 22/4, às 20h: Conversas na Casa, com cineastas Mbyá Guarani
21/4: Vherá Xunu e Patrícia Pará Ixapy Ferreira
22/4: Gerson Gomes Karaí e Pará Reté
28/4, às 20h: Conversações – Especial Abril Indígena. Os povos Indígenas e a ditadura, com Amanda Rocha Oliveira, Eduardo Veras e Sônia Guajajara.
30/4, às 20h: Casa Virtual Especial Indígena, com Katu Mirim e Kaê Guajajara
Perfil da CCMQ no Instagram.
Fonte: Governo do Estado
Centenária imagem de Santo Antônio retorna ao Santuário, em Bento Gonçalves, após mais de 100 dias de restauro
IDENTIFICADO HOMEM MORTO A TIROS NO VILA NOVA II, EM BENTO GONÇALVES
ADOLESCENTE É VÍTIMA DE TENTATIVA DE HOMICÍDIO NO PARQUE DE EVENTOS DA FENACHAMP, EM GARIBALDI