Com o propósito de informar a população gaúcha sobre a Monkeypox, a Associação Médica do Rio Grande do Sul e a Sociedade Gaúcha de Infectologia apresentam nota conjunta de esclarecimento sobre a doença e o status epidemiológico no Brasil.
A varíola dos macacos é uma doença rara e infecciosa causada pelo vírus monkeypox. É uma doença zoonótica viral que ocorre principalmente em áreas de floresta tropical da África central e ocidental e ocasionalmente é exportada para outras regiões.
Os meios de transmissão podem ser de animal contaminado para humano (por meio de mordidas, arranhões, consumo e preparação de carne contaminada, contato direto ou indireto com fluidos corporais ou material de lesões), ou de humano para humano (através de gotículas respiratórias – contato interpessoal prolongado – ou contato com fluidos corporais ou material da lesão).
A apresentação clínica da varíola do macaco se assemelha à da varíola clássica, uma infecção relacionada ao ortopoxvírus que foi declarada erradicada mundialmente há mais de 40 anos. Após período de incubação de 5-21 dias, a infecção pelo monkeypox leva a um quadro inicial de febre, dor de cabeça, dores musculares, exaustão, e erupção cutânea (lesões se apresentam em vários estágios, geralmente começando no rosto e se espalhando para outras partes do corpo; as vesículas cicatrizam, assemelhando-se, portanto, a quadros de varicela (catapora) – são em geral múltiplas e melhoram entre 2-4 semanas). A principal diferença entre os sintomas é que a varíola do macaco cursa com aumento dos gânglios linfáticos, diferentemente da varíola clássica. É uma doença autolimitada, associada a uma mortalidade entre 1-10% (a cepa em específico tem sido associada, na população rural africana, a uma mortalidade de 1%).
Até o momento não há registros de casos no Brasil. Sabe-se que a vacina contra a varíola também se mostra eficaz contra a varíola dos macacos – quando administrada antes da exposição ao monkeypox.
Gostaríamos de ressaltar também que, até o atual momento, a varíola dos macacos não causa motivo para alarme, por se tratar de uma doença muito rara e de baixa disseminação na comunidade, com reduzida taxa de mortalidade.
Fonte: Sociedade Gaúcha de Infectologia (SGI) e Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS)
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