Proposta aprovada na Assembleia Legislativa aguarda sanção do governador Eduardo Leite
Em fase de formatação da associação que fará o gerenciamento da Rota dos Capitéis, o roteiro turístico-cultural da Serra ganhará um importante atributo para projetá-lo nacional e internacionalmente. O Projeto de Lei 59/2025, que institucionaliza a iniciativa como novo destino turístico no Rio Grande do Sul, foi aprovado por unanimidade pela Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e Turismo da Assembleia Legislativa.
Com isso, basta a sanção do governador Eduardo Leite para se tornar oficial. De autoria do deputado estadual Guilherme Pasin, o projeto reforça a identidade e a vocação turística da região. “A Rota dos Capitéis fortalece o turismo religioso, esportivo e cultural, integra o calendário dos 150 anos da imigração italiana e é fundamental para manter viva a história e a fé que moldaram a identidade da nossa região. Sem sombra de dúvida, teremos aqui uma versão brasileira do famoso Caminho de Santiago de Compostela”, afirmou. Na tribuna do Parlamento, Pasin citou outras rotas religiosas, como os Caminhos de Caravaggio e os Caminhos Sagrados, e salientou a necessidade de o Estado incentivar o turismo. “Temos condições de colocar o Rio Grande do Sul na grande rota mundial do turismo de fé”, disse.
Durante o pronunciamento, Pasin também lembrou do início da rota, nascida a partir de uma sugestão do empresário Adriano Miolo e encampada em 2020 pelo Centro da Indústria, Comércio e Serviços, então sob gestão de Rogério Capoani. O projeto ganhou sequência dentro da entidade nos anos seguintes, com a então presidente Marijane Paese, e a força de 10 municípios da Serra para enaltecer os traços cultural, histórico e religioso da imigração italiana na região. “O roteiro é uma forma de contarmos a imigração italiana por meio das famílias que receberam esse legado de fé dos antepassados, edificando pequenos templos em honra aos santos, um verdadeiro manifesto da perseverança com a qual eles venceram em novas terras”, comenta Marijane, presidente do Conselho Superior do CIC-BG. Ela também destaca a oportunidade de desenvolvimento de negócios e das novas experiências que surgirão com o projeto. “Vamos consolidar ainda mais o nosso turismo de experiência, com o surgimento de novos empreendimentos e novas possibilidades de negócios, a exemplo do agroturismo, oportunizando renda para os moradores e experiências genuínas aos peregrinos”, pontuou Marijane.
O reconhecimento do poder público ao projeto foi saudado por Capoani. “A união de muitos possibilitou o surgimento da Rota dos Capitéis, e esse esforço foi contemplado não apenas por todos que trabalharam, mas também pelos poderes públicos dos municípios e, agora, pelo governo do Estado, através da iniciativa do projeto de lei de autoria do Deputado Guilherme Pasin. É mais um essencial capítulo a ingressar na curta história do projeto, que tem tudo para se perpetuar através da sustentabilidade que está ganhando”, opinou Capoani. Para Miolo, é uma alegria, em tão pouco tempo, assistir ao desenvolvimento contínuo da Rota dos Capitéis, ainda mais em pleno ano do sesquicentenário da imigração italiana no Estado. “A fé foi essencial para os imigrantes suportarem a saudade da pátria, e esse foi um dos grandes legados, ao lado do trabalho, que eles deixaram e que continua muito presente hoje, tanto que isso se manifesta plenamente nessa rota. É uma forma de homenagearmos os imigrantes e de mantermos esses valores em evidência, de modo a preservá-los e mostrarmos para quem nos vista”, comentou Miolo.
Bento Gonçalves, Boa Vista do Sul, Carlos Barbosa, Coronel Pilar, Farroupilha, Garibaldi, Imigrante, Monte Belo do Sul, Pinto Bandeira e Santa Tereza integram, com seus capitéis à beira de estrada e paisagens naturais, o roteiro turístico-cultural de cunho religioso. São diversos microrroteiros, interligados a uma rota principal, que os turistas poderão percorrer de carro, a pé ou de bicicleta. Ao todo, são 10 roteiros de cicloturismo e 15 de caminhada, com cerca 1 mil quilômetros enveredados por trilhas, passando por cerca de 500 templos.
A Rota dos Capitéis está ancorada em dois grandes roteiros, passando por capitéis, igrejas, capelas e grutas, concebidos para serem percorridos de distintas formas – caminhada, bicicleta ou veículos. A rota regional, cuja sinalização foi inaugurada em maio, num grande evento que contou com a presença do embaixador da Itália no Brasil, Alessandro Cortese, começa por Bento Gonçalves, na Igreja Santo Antônio, considerada o início e o final do trajeto e passa por áreas rurais e urbanas de cada um dos 10 municípios. Ao todo, são 15 trechos para caminhantes que totalizam 330 quilômetros. Há, ainda, outros 10 para ciclistas que somam 350 quilômetros. Todos foram desenvolvidos conforme normas ABNT/ISO/CONTRAN. Além desse, há a rota circular, que está sob fase de implementação de sinalização viária, com 64 trechos, abrangendo o máximo do território de cada um dos 10 municípios e totalizando 2.367 quilômetros – similar à distância entre Bento Gonçalves e Caravelas, na Bahia. Desse total, 533 quilômetros são de rotas para caminhadas. Outros 772 quilômetros são para rotas de cicloturismo, e 1.063 quilômetros para rotas de veículos. Quando a associação Rota dos Capitéis estiver formatada, a rota circular será a primeira a ser operacionalizada.
Fonte: Exata Comunicação
Fotos: Fabiano Mazzotti
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