Se você já pensou em largar tudo para ter o próprio negócio ou já fez isso na prática, pode ter certeza que faz parte de um grupo cada vez maior no Rio Grande do Sul. É o que revela a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), conduzida pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP) em parceria com o Sebrae RS. A pesquisa mostra que o Estado saltou de 1,9 milhão de empreendedores em 2016, para 2,4 milhões de pessoas envolvidas com alguma atividade empreendedora, seja na criação de um novo negócio, seja na manutenção de negócios já estabelecidos, em 2018. Em dois anos, houve uma alta de 26,3% e esse montante já representa 4,5% de todo o empreendedorismo do Brasil.
“Os números confirmam a cultura empreendedora do Rio Grando Sul e têm relação com o leve crescimento da economia”, analisa o diretor-superintendente do Sebrae RS, André Vanoni de Godoy, acrescentando que o gaúcho empreende mais por oportunida¬de. “Em 2018, dois terços dos empreendedores iniciais afirmaram que foram motivados pela identificação de uma oportunidade no mer¬cado. Ou seja, para cada empreendedor por necessidade há 2 empreendedores por opor¬tunidade, que tendem a apresentar maiores chances de sucesso”, diz.
A análise mais aprofundada dos dados permite também identificar outras características de quem decide começar um negócio no Estado. No quesito escolaridade, o levantamento demonstra que daqueles que entendem o empreendedorismo como uma necessidade, 33,1% têm o ensino fundamental incompleto, 31,9% o fundamental completo e médio incompleto. “Isso mostra que o empreendedorismo precisa estar mais presente nas escolas, incentivando os alunos a se tornarem empreendedores, percebendo nesta atividade uma alternativa de futuro profissional”, comenta Godoy.
Empreendedor é um dos sonhos do gaúcho
Empreender segue sendo o quarto na lista dos principais sonhos dos gaúchos, atrás apenas de comprar a casa própria, viajar por todo o Brasil e comprar um carro. O potencial empreendedor, aquele que manifesta interesse em abrir o próprio negócio no futuro, subiu consideravelmente entre a pesquisa anterior e essa: passou de 13,8% (2016) para 25,8% (2018).
E o número de empreendedores gaúchos deve continuar crescendo. O estudo mostra que 25,8% da população adulta têm interesse em desenvolver-se como empreendedor. Em nú¬meros absolutos, aproximadamente 2 milhões de pessoas vislumbram a possibilidade de em¬preender nos próximos três anos, independen¬temente de já possuírem, ou não, algum outro negócio.
O estudo também ouviu especialistas gaúchos que apontaram as condições necessárias para abrir e manter um novo empreendimento no Estado. Dos entrevistados, 35,3% acredita na pesquisa e desenvolvimento, 35,3% na capacidade empreendedora, 23,5% nas políticas governamentais e 5,9% na abertura de mercado. No que diz respeito aos fatores limitantes, a falta de apoio financeiro e de políticas governamentais lideram com 58,8%. A pesquisa também mostra que o empreendedorismo gaúcho é bem equilibrado em relação a gênero, sendo 44,1% dominado por mulheres e 55,9% por homens.
Abrir a própria empresa é um grande de¬safio e, portanto, precisa ser encarado com responsabilidade. Além disso, a persistência, o planejamento e uma análise de riscos bem executada são fundamentais para o sucesso de qualquer iniciativa no campo do empreende-dorismo. “Os desafios, embora gigantes, podem ser vencidos – os números da GEM mostram isto. A recompensa, no final, é gratificante e realizadora. E o Sebrae RS coloca-se como parceiro dessa brava gente que vai à luta em busca de melhores condições de existência por meio do empreendedorismo”, enfatiza Godoy.
Para chegar aos resultados da pesquisa GEM “Empreendedorismo no Rio Grande do Sul” foram entrevistados 2 mil indivíduos, entre 18 a 64 anos, e 17 especialistas.
Fonte e foto: Sebrae-RS
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