O Rio Grande do Sul é o Estado com melhor adesão até o momento na vacinação contra a pólio. Com as cerca de 100 mil doses aplicadas no último sábado, Dia D da campanha, o Estado já vacinou 25% das crianças de 1 a 4 anos. Isso representa 137 mil crianças. A média nacional é 16% de cobertura. A campanha vai até 9 de setembro. A meta é, até lá, vacinar 95% do público alvo.
Junto à campanha da pólio, acontece a multivacinação para todas crianças e adolescentes menores de 15 anos. O objetivo da estratégia é colocar em dia as doses do calendário básico que estejam em atraso. Por isso, quem for ao posto de saúde deve levar sua caderneta de vacinação para que a avaliação possa ser realizada pela equipe de saúde.
As vacinas utilizadas na campanha são as mesmas disponibilizadas na rotina dos serviços de vacinação, ao longo de todo o ano. Além delas, conforme disponibilidade e organização, os municípios podem ofertar ou orientar as demais vacinas específicas de campanhas, como a da covid-19 e da gripe (influenza).
Adesão à campanha de vacinação contra a pólio
Idade – População estimada – Doses aplicadas – Cobertura Vacinal (%)
1 ano – 130.742 – 33.234 – 25%
2 anos – 140.764 – 32.990 – 23%
3 anos – 141.295 – 35.261 – 25%
4 anos – 141.013 – 35.558 – 25%
Total – 553.814 – 137.073 – 25%
Consulta por município e datas disponível em https://infoms.saude.gov.br/extensions/Poliomielite_2022/Poliomielite_2022.html
Queda nas coberturas
Índices baixos de vacinação aumentam os riscos para doenças imunopreveníveis, como coqueluche, poliomielite, sarampo, caxumba, rubéola, varicela, meningite meningocócica e pneumocócica, gastroenterite por rotavírus e hepatites A e B, entre outras.
Considerando seis das vacinas previstas até o primeiro ano de idade, nos últimos anos em nenhuma delas foi alcançada a meta de vacinação de atingir ao menos 95% do público da idade preconizada, sendo que em 2020 nenhuma ficou acima dos 90%. Os dados de 2021 ainda são parciais, pois essas vacinas de rotina têm um prazo de até 12 meses para o município registrar as aplicações no sistema do Programa Nacional de Imunizações, mas já indicam que também ficarão abaixo do preconizado.
A pólio é uma dessas vacinas que não alcançou nos últimos anos a meta de 95% de cobertura. Os índices de 2015 a 2020 tem variado entre 84% e 86%. Porém, pelo monitoramento, mesmo que ainda com dados parciais, já é possível identificar que continuará abaixo da meta, registrando hoje 76% de cobertura, que ainda pode aumentar caso ingressem mais doses aplicadas que ainda não foram digitadas.
A doença
A poliomielite, também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença viral. A transmissão pode ser direta, de pessoa a pessoa, por secreções orofaríngeas (ao tossir, espirrar ou falar) ou pela via fecal-oral de forma indireta através de alimentos, água ou objetos contaminados com fezes de doentes ou portadores.
Em mais de 90% dos casos a infecção é inaparente ou assintomática. Entre 1 a 1,6% dos casos desenvolvem a forma paralítica, com características de deficiência motora de início súbito, em geral afetando membros inferiores e de forma assimétrica, flacidez muscular, entre outros sintomas.
Esquema do calendário básico infantil
• Vacina Poliomielite 1,2,3 inativada (VIP)
Dose: 0,5 mL via intramuscular
Esquema: três doses (aos 2, 4 e 6 meses)
• Vacina Poliomielite 1,3 atenuada (VOP – gotinha)
Dose: duas gotas, por via oral
Esquema: reforço aplicado aos 15 meses de idade e aos 4 anos
Situação crítica de risco
Uma análise da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) em 2021 identificou que o Brasil é um dos países da América com alto risco reintrodução do vírus da poliomielite, ao lado de outros cinco países (Bolívia, Panamá, Paraguai, Argentina e Equador). Quatro apresentam situação de risco muito alto: Haiti, Venezuela, Peru e República Dominicana.
A mesma análise de risco feita avaliando os municípios brasileiros. No RS, a análise demonstrou um cenário preocupante, onde 42% dos municípios gaúchos encontram-se em risco muito alto e 32% em alto risco. Ou seja, em 367 municípios do Estado (74%) há um grande risco de voltarmos a ter casos de pólio.
Para a análise de risco considera-se cobertura vacinal, vigilância epidemiológica e alguns determinantes de saúde como acesso a água potável e a rede esgotos. Com isso, reforça-se a necessidade de manter ações permanentes e efetivas de vigilância da doença e níveis adequados de proteção imunológica da população.
Texto: Ascom SES
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