RGE dá dicas de como evitar acidentes como curto-circuito em sua casa

RGE alerta sobre o que fazer para evitar danos causados por uma rede envelhecida ou mal dimensionada

Se a fiação da sua casa é antiga ou está mal dimensionada, ela pode sofrer com a sobrecarga e colocar o imóvel em risco com a possibilidade de curto-circuito e até incêndio. Os números comprovam, no ano passado, foram registrados 537 incêndios por curto-circuito em todo o país. A região Sudeste liderou o ranking regional, com 155 eventos sendo que 26 foram fatalidades.

Em segundo lugar ficou a região Sul, onde os incêndios por curto-circuito também foram bastante numerosos (142), com um total de 9 mortes. E as residências unifamiliares são o tipo de edificação que mais registraram incêndios por curto-circuito, com 207 eventos e 44 mortes em todo o país. Esses números compõem o Anuário Estatístico 2019, da Abracopel (Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade).

Quando uma casa é projetada o sistema elétrico deve ser planejado com o mesmo cuidado. Porém, com o passar dos anos, aumento de cômodos, equipamentos elétricos e reformas, a rede elétrica acaba defasada. Isto acontece pelo fato da construção ser antiga, ou quando se acrescenta equipamentos que não estavam programados sem dimensionar corretamente a rede, causando a sobrecarga. Um exemplo é a tendência atual, devido ao forte calor, de instalação de sistemas de ar condicionado. Instalações antigas e inadequadas podem elevar o valor da conta de luz, por conta de fuga de energia, ou provocar acidentes, como choques, curtos-circuitos e até incêndios, que muitas vezes podem ser fatais.

Segundo dados do anuário Abracopel, de 2013 a 2018, os curtos-circuitos por sobrecarga que geram incêndios mais que duplicaram e os casos de mortes quase quadruplicaram. Em relação ao ano anterior, 2018 registrou um aumento de 18,84% no número de incêndios e mais que 100% no número de mortes em todo o país. Os ambientes mais suscetíveis à ocorrência de curtos-circuitos e incêndios por sobrecarga, de acordo com os dados acumulados são os ambientes residenciais e os pequenos comércios, com 1091 e 697 eventos, respectivamente.

Na maioria das residências, reparos ou manutenção na rede elétrica são feitos quando surgem problemas ou quando há necessidade de expansão. Entretanto boa parte de choques e incêndios apresentam como causa principal a rede envelhecida ou alterações e adaptações mal feitas. Apesar de parecer simples, a instalação ou alteração deve ser feita por profissional com conhecimento.

Um fio mal conectado ou desencapado pode ser fonte de fuga de energia ou de curto-circuito. Alguns indícios servem de alerta: aquecimento de interruptores e tomadas, aumento na temperatura dos fios de aparelhos, lâmpadas ou equipamentos que deixam funcionar e depois voltam, disjuntores que desarmam ou até a conta com elevação significativa de valor.

O número de incêndios por curto-circuito reflete a defasagem das instalações elétricas nas residências. Esses acidentes têm início pela sobrecarga em condutores que, ao terem ultrapassado seus limites de condução de corrente, aquecem e perdem a isolação, dando origem ao fogo. Instalações modernas ou atualizadas passam a ter dispositivos de proteção que interrompem a sobrecarga evitando o acidente (disjuntores ou fusíveis corretamente dimensionados).

Antes de qualquer ação faça um bom planejamento, acompanhe o trabalho do eletricista, e cobre o uso correto dos EPIs. Mas como saber a hora de reformar a rede elétrica da residência? “A vida útil dos componentes varia de acordo com a marca do produto, das condições de uso e de conservação. A melhor maneira de saber o estado das suas instalações é chamar um profissional especializado para realizar inspeção e manutenção preventiva.

Pontos quentes na rede elétrica são preocupantes e podem provocar fuga de energia, acidentes e queima de aparelhos mais sensíveis. Vale ressaltar que a instalação elétrica de uma residência precisa seguir as normas de segurança estabelecidas pela NBR-5410 da ABNT”, aconselha Marcos Victor Lopes, gerente de Saúde e Segurança do Trabalho da CPFL Energia.

A RGE dá dicas úteis para proteger sua casa:

  • Fios descascados, amassados ou com corrosão na capa isolante devem ser imediatamente substituídos;
  • Fique atento à temperatura dos fios dos aparelhos. Se eles ficarem muito aquecidos durante o uso, chame um técnico eletricista;
  • Não realize ligações de tomadas, disjuntores ou faça qualquer adaptação na instalação;
  • Nunca ligue um fio diretamente na tomada ou desligue aparelhos puxando-os pelo fio;
  • Nunca use ‘benjamins’ para ligar mais de um aparelho na mesma tomada. Ligue apenas um aparelho por tomada;
  • Quando ocorre o desarmamento de disjuntores com frequência, ou queima constante de fusíveis, é sinal que a instalação elétrica da sua casa está sobrecarregada. Neste caso, chame um eletricista para verificar a fiação;
  • Nunca coloque arames ou moedas no lugar de fusíveis;
  • Se for viajar, desligue todos os aparelhos eletrônicos das tomadas e retire os aparelhos da tomada toda vez que perceber oscilação na energia elétrica de seu imóvel, e chame um profissional;
  • Evite deixar cortinas ou tapetes sobre os fios elétricos para evitar um incêndio em caso de curto circuito;
  • Choques ao tocar no registro do chuveiro elétrico ou na porta da geladeira são indícios que a rede elétrica está com problemas;
  • Caso sinta cheiro de queimado, fumaça ou cabo derretido chame imediatamente um técnico eletricista;
  • Dimensione a rede elétrica do seu imóvel para suportar a carga dos equipamentos, sempre com sobra para novos equipamentos;
  • Sempre que for necessário, conte com o trabalho de um profissional e procure fiscalizar o planejamento da obra e o uso correto de EPIs;

O ideal é revisar toda a fiação da sua casa a cada cinco anos como precaução

Fonte: Assessoria de Comunicação RGE

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