Estado fechou 2023 com aumento de vendas, mas com concessão de crédito retraída. Dados fazem parte do Panorama do Comércio do Rio Grande do Sul
Depois de fechado o ano de 2023 com dados positivos para o comércio varejista – mesmo com crescimento em ritmo inferior aos anos anteriores -, o Panorama do Comércio do Rio Grande do Sul, organizado pela Federação Varejista do RS chama atenção para o movimento do mercado de crédito no momento de projetar o comportamento do setor em 2024. Isso porque, conforme os dados consolidados do Banco Central, houve retração no ano passado no saldo aberto de crédito concedido no Estado, especialmente em relação a empresas. O crédito a pessoas jurídicas teve um saldo de R$ 134,1 bilhões, uma redução de 3,2% em relação a 2022.
A necessidade de abertura de crédito é apontada pela Federação Varejista como um aspecto fundamental, por exemplo, à recuperação econômica das regiões mais atingidas pelos fenômenos naturais, com as enxurradas e secas, no último ano. “Precisamos que sejam criados movimentos de incentivo, e não de inibição aos investimentos e à economia, de forma consequente. Por isso temos lutado de forma veemente contra qualquer retirada de incentivos destinados a quem empreende. Facilitar o crédito é, justamente, uma das ações que deve ser fomentada”, diz o presidente da entidade, Ivonei Pioner.
O Panorama mostra que, em 2022, o Rio Grande do Sul havia registrado crescimento de 9,9% neste saldo. Um alento importante trazido pelo Panorama para as avaliações da economia gaúcha em 2024 vem do campo. Após sucessivas estiagens, para este ano, a Farsul aponta importante entrada de recursos nos municípios gaúchos a partir das lavouras, com projeção de alta de até 41% do PIB Agropecuário. Este crescimento do agro impactará positivamente no Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul que deverá crescer 4,3% em 2024 (Federasul).
A expectativa é de que tenha sustentação neste ano o movimento observado em 2023, com crescimento de 2,3% nas vendas do comércio varejista, apesar do enfraquecimento neste movimento em dezembro. Até o final de novembro, era prevista uma alta de 1,5% nas vendas do chamado varejo ampliado, que considera o detalhamento das vendas por setor do comércio, no entanto, com o fechamento do ano, este percentual ficou em 1,2%. Um dado que confirma a projeção inicial da Federação Varejista em 2023, que era de 1,1% de crescimento. Em 2022, o varejo absoluto teve alta de 3,7% nas vendas.
Dezembro consolidou, mas registrou pequena variação percentual para baixo, o setor de vendas de veículos, motocicletas, partes e peças como o que mais ampliou suas vendas em 2023. O dado consolidado de 2023 registrou 9,1% de alta. Até novembro, era apontada alta de 10,5%. Ainda assim, o setor avançou mais do que em todo o país, onde se registrou 8,1% de alta nas vendas.
No entanto, enquanto no país, quatro segmentos registraram redução de vendas – a mais significativa no setor Atacadista de alimentação e bebidas, com queda de 10,9% -, no Rio Grande do Sul, cinco segmentos registraram quedas nas vendas, e a mais importante, de 12,2% de queda, no segmento de livros, jornais, revistas e papelaria. Outros seis segmentos tiveram alta nas vendas. Combustíveis e artigos médicos, por exemplo, ampliaram em 6% as vendas, bem superiores aos índices nacionais.
O mês de dezembro, que consolidou os dados do Panorama, também apontou um esfriamento no ritmo de vagas criadas no mercado formal de trabalho. Conforme o Caged, o Estado fechou 2023 com um saldo de 47,4 mil vagas (considerando a diferença entre vagas criadas e reduzidas), sendo o segundo maior saldo – 11.899 vagas – no setor do comércio. Em dezembro, isoladamente, porém, houve saldo negativo de 834 vagas no comércio, ainda assim, foi o setor econômico no Estado com menores perdas de vagas no último mês do ano.
Ao todo, o comércio responde por 24% do estoque de 2,7 milhões de vagas no Rio Grande do Sul em 2023. E a perspectiva para 2024, conforme a Federação Varejista, é positiva.
Crédito: Ramiro Sanchez
Fonte: Exata Comunicação – Viviane Somacal
PG
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