Qualificado para estudos clínicos, Instituto de Pesquisas em Saúde da UCS tem novas instalações inauguradas

Ampliação dos espaços permitirá que a maior parte das atividades desenvolvidas sejam realizadas dentro da própria unidade, com reflexos em produtividade e eficiência

A pesquisa clínica é determinante para a descoberta de novos medicamentos, equipamentos e procedimentos médicos voltados ao tratamento e à prevenção de doenças. A partir de estudos se dá o desenvolvimento de tratamentos inovadores e, cada vez mais personalizados, de acordo com as necessidades individuais de cada paciente.

Para alcançar o objetivo de garantir ou devolver a qualidade de vida às pessoas, impactando de maneira positiva na sociedade, o Instituto de Pesquisas em Saúde (IPS) da UCS teve suas instalações ampliadas. A Universidade de Caxias do Sul formalizou a entrega das novas instalações, localizadas na sala 315 do Bloco S, no Campus-Sede, na segunda-feira, dia 28 de março.

O centro de pesquisas, que atua no desenvolvimento e condução de estudos clínicos em todos os segmentos e especialidades voltados para saúde humana, agregando ações de ensino, pesquisa e extensão, iniciou suas atividades em 2019 na UCS. Originou-se da junção do Laboratório de Pesquisa em HIV/AIDS (LPHA) e do Instituto de Pesquisas Clínicas para Estudos Multicêntricos (IPCEM).

A ampliação das instalações resulta em uma área total de aproximadamente 480m², contando com recepção, consultórios médicos adulto e pediátrico, sala de coleta de material biológico e eletrocardiografia, farmácia clínica, sala de monitoria e sala multifuncional (para realização de atividades de aulas, seminários, reuniões). Os novos espaços integram-se à infraestrutura corrente do Instituto que já incluía laboratório, sala de reuniões, área administrativa, salas de coordenação, de gerenciamento de dados e arquivo de documentos.

Pesquisa com foco social

A diretora do Instituto, a pesquisadora Rosa Dea Sperhacke, pontuou que, mais que as novas instalações enquanto estrutura física, o espaço representa o acolhimento aos protagonistas das pesquisas realizadas, os pacientes. “A nova estrutura é altamente qualificada e contribui para o desenvolvimento das pesquisas clínicas, aumentando o protagonismo do instituto em nível regional e nacional”, com o foco na busca da qualidade de vida das pessoas através das atividades de ensino, pesquisa e extensão. Hoje, 13 colaboradores compõem a equipe, em um trabalho – conforme mensurou – que se relaciona com 10 das 15 indústrias farmacêuticas mundialmente reconhecidas. A partir da junção dos laboratórios que compõem o IPS, já contribuíram aos estudos 112 mil participantes, cerca de 139 trabalhos foram divulgados e sete pesquisas relacionadas à Covid-19 desenvolvidas.

O diretor da área do conhecimento de Ciências da Vida da UCS, professor Asdrubal Falavigna, ressaltou que a fusão dos laboratórios que deu origem ao IPS, há três anos, mostrou-se bastante assertiva, a partir do acréscimo em estudos clínicos, receita e visibilidade. “Esse espaço, com essa equipe engajada, treinada e competente, destaca a qualidade da pesquisa clínica da UCS”, afirmou, pontuando a ampliação da inteligência coletiva multidisciplinar, que se dá através da soma das diferenças. Ele destacou a especialização, o conhecimento, a ética e a experiência positiva dos pacientes durante os estudos, bem como a aproximação da comunidade aos tratamentos.

O evento contou com a presença do diretor do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, o médico epidemiologista Gerson Fernando Mendes Pereira, convidado a apadrinhar as novas instalações, considerando-se sua relação de quase 20 anos com o trabalho ali realizado. Ele rememorou aspectos de sua atuação no Ministério, sua relação com o Rio Grande do Sul, no âmbito da pesquisa relacionada à AIDS, e a parceria com o Instituto de Pesquisa em Saúde da UCS, a qual anunciou que será estendida no próximo ano. “A pesquisa serve para haver medidas, é feita para que possa retornar à população”, reforçou, descrevendo o trabalho do Instituto caxiense como “eficiente, competente e bem feito”.

O reitor da UCS, professor Evaldo Antonio Kuiava, situou o IPS como uma área de excelência da Universidade, que traduz seu avanço contínuo e potencialidades. “Celebramos a busca contínua da qualidade e da excelência, no âmbito da saúde. É responsabilidade da Instituição cuidar da vida em todas as suas dimensões, incluídas educação e saúde”.

O presidente da Fundação Universidade de Caxias do Sul, José Quadros dos Santos, ressaltou a realização, no IPS, de estudos de ponta, em diferentes linhas de pesquisas, focando na integração científica e na internacionalização do conhecimento. “O IPS ilustra como Caxias do Sul se coloca no cenário da indústria farmacêutica, importante para o avanço da saúde das populações do mundo todo. Nesse sentido, é uma conquista da Instituição e também da comunidade que vai se beneficiar dos estudos realizados aqui, da pesquisa com reflexos sociais”, afirmou.

O bispo diocesano de Caxias do Sul, Dom José Gislon, abençoou as novas instalações, definindo o pensamento institucional como movido por um olhar de esperança em relação ao futuro, “que exprime seu compromisso com a pesquisa, com a inovação e com o bem-estar da comunidade”.

Atuação

Uma das principais áreas de atuação do IPS é a condução de projetos de pesquisa clínica em seres humanos em parceria com a indústria de produtos para a saúde, a qual inclui a indústria farmacêutica, a fim de avaliar a segurança e eficácia de medicamentos, vacinas ou produtos. Atualmente, o Instituto participa de 22 protocolos de pesquisa clínica em diversas especialidades médicas (incluindo oncologia, infectologia, cardiologia, gastroenterologia, hematologia, neurologia, ginecologia e obstetrícia), entre outros oito protocolos de pesquisas clínicas em fase de iniciação.

O IPS possibilita a participação de indivíduos da Serra Gaúcha em protocolos de pesquisa clínica que estão sendo realizados de forma simultânea em diferentes países do mundo. A experiência permite o acesso a tratamentos promissores que ainda não estão disponíveis para o público em geral; o recebimento de um acompanhamento mais frequente, realizado por uma equipe multidisciplinar; além da contribuição para o avanço do desenvolvimento do conhecimento científico.

Ainda, o Instituto conduz estudos epidemiológicos (estudo da distribuição de doenças ou condições relacionadas à saúde em uma determinada população) por meio de parcerias com universidades, instituições governamentais, empresas privadas e agências de fomento à pesquisa.

Ao mesmo tempo, o IPS contribui para o treinamento, capacitação e formação de alunos de graduação, pós-graduação e profissionais da área da saúde no desenvolvimento e condução de atividades de pesquisa.

Conheça alguns exemplos recentes de trabalhos desenvolvidos pelo IPS durante a pandemia de Covid-19:

– Condução de estudos clínicos com a indústria farmacêutica para avaliar novos medicamentos e terapias para uso em pacientes sintomáticos com COVID-19;

– Em conjunto com o Centro Clínico (CECLIN), Laboratório de Microbiologia Clínica (LMC) e Área do Conhecimento de Ciências da Vida (VIDA), oferta do serviço de testes diagnósticos (sorológicos e RT-PCR) para a população desde maio/2020;

– Disponibilização de um freezer de ultra-baixa temperatura (-80°C) para ser utilizado no armazenamento das vacinas Comirnaty® (Pfizer/BioNTech) para a Secretaria da Saúde do Estado do Rio Grande do Sul. No período entre maio/2021 e dezembro/2021 foram armazenadas e distribuídas aproximadamente 200.000 doses.

Fonte: ACOM|Assessoria de Comunicação

Fotos: Bruno Zulian

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