Publicações auxiliam no cultivo de frutíferas de clima temperado na Serra Gaúcha

A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, por meio do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA/Seapdr), publicou três circulares e um boletim técnico dedicados a culturas de frutíferas de clima temperado. São resultados de trabalhos desenvolvidos nos centros de pesquisa de Caxias do Sul e Veranópolis, abordando os cultivos de videira, kiwizeiro, pessegueiro, ameixeira, pereira e amoreira-preta. As publicações são gratuitas e podem ser acessadas no link www.agricultura.rs.gov.br/publicacoes.

“Consolidamos um entendimento no departamento que uma das formas mais eficientes de alcançarmos os nossos diferentes públicos é através das publicações técnicas. Elas trazem uma maior liberdade de forma, escrita e maiores possibilidades de se comunicar efetivamente”, avalia o diretor do DDPA, Caio Efrom.

Videira em cultivo protegido
Pesquisa estudou o cultivo protegido de videiras na Serra Gaúcha – Foto: Daiane Lattuada

Cultivo protegido de videiras em municípios da Serra Gaúcha

O trabalho que resultou na circular “Cultivo protegido de videiras: um panorama em municípios da Serra Gaúcha” partiu de uma demanda da Consulta Popular de 2015, em que a população da região da Serra Gaúcha escolheu destinar recursos para a pesquisa com esta temática.

“Apesar dos primeiros cultivos protegidos de uva terem ocorrido nos anos 1990, a ampliação de uso desta técnica de cultivo tem sido mais recente na viticultura gaúcha, o que demanda um levantamento da realidade destas propriedades”, detalha a pesquisadora Daiane Lattuada, uma das autoras da publicação.

A pesquisa envolveu três unidades do DDPA, em Caxias do Sul, Veranópolis e Porto Alegre, e a Embrapa Uva e Vinho, em Bento Gonçalves. “Consideramos que os resultados apresentados representam uma “fotografia” da situação atual do cultivo protegido de videiras nesta região e servirá de ferramenta norteadora para o estabelecimento de políticas públicas para o setor, direcionamento de pesquisa e transferência de tecnologia, principalmente em relação à questão fitossanitária”, avalia Daiane.

Kiwizeiros de polpa amarela

Kiwis de polpa amarela e casca lisa
Kiwis de polpa amarela e casca lisa – Foto: Fernando Dias

Eles são pouco conhecidos, mas podem conquistar seu lugar no mercado de frutas de clima temperado pelo paladar mais doce e menos ácido. Quando se fala em kiwi, a imagem é de uma fruta verdinha e peluda, mas as variedades de polpa amarela e casca lisa, da espécie Actinidia chinensis, podem ser uma alternativa ainda melhor de cultivo no Rio Grande do Sul.

A circular “Aspectos culturais de kiwizeiros de polpa amarela” apresenta as principais características do cultivo desta espécie de kiwi, abordando temas como propagação, manejo do solo, instalação de pomares, irrigação, principais pragas e doenças, além dos pontos ideais de colheita e pós-colheita do fruto.

“Estas variedades apresentam melhor adaptação climática em comparação com as cultivares de polpa verde, que pertencem à espécie Actinidia deliciosa, devido à sua menor exigência de frio hibernal. Os genótipos de polpa amarela são uma alternativa promissora e com potencialidade para cultivo no Estado”, conta a pesquisadora Cláudia Fogaça, uma das autoras da publicação.

Cultivares de ameixeira foram avaliadas
Cultivares de ameixeira foram avaliadas – Foto: Rafael Anzanello

Cultivares potenciais de pessegueiro, ameixeira, pereira, kiwizeiro e amoreira-preta

Para quem deseja começar seu pomar, informações sobre a produtividade e adaptação de cultivares específicas à região da Serra Gaúcha são determinantes antes da instalação definitiva. A circular “Cultivares potenciais de pessegueiro, ameixeira, pereira, kiwizeiro e amoreira-preta para a região da Encosta Superior da Serra do Nordeste” divulga as características de fenologia, produção e qualidade de fruto de diversas cultivares de frutíferas de clima temperado, sendo dez variedades de pessegueiro, ameixeira, pereira e kiwizeiro, além de quatro variedades de amoreira-preta.

“Estes genótipos são avaliados quanto ao potencial adaptativo e produtivo na região da Serra Gaúcha, proporcionando indicar os materiais mais promissores para plantio aos produtores, gerar informações para futuros lançamentos de novas cultivares ou realizar novos cruzamentos genéticos para obtenção de variedades melhoradas”, detalha o pesquisador Rafael Anzanello, um dos autores da circular.

As variedades analisadas fazem parte dos pomares do Centro de Pesquisa Carlos Gayer, em Veranópolis, uma das maiores coleções de frutíferas de clima temperado do Estado, com 211 tipos de pêssegos, 47 tipos de ameixas, 39 tipos de peras, 25 tipos de kiwis e 14 tipos de amoras-pretas.

Pêssegos no pé
Raleio no pessegueiro aumenta a qualidade dos frutos restantes – Foto: Rafael Anzanello

Raleio químico no pessegueiro

O boletim “Raleio químico na cultura do pessegueiro” é resultado de um projeto de pesquisa realizado em parceria com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Veranópolis. Raleio é a remoção de frutos em excesso na planta, para que os que restarem tenham aumento no tamanho, coloração e qualidade.

“O raleio pode se dar de maneira manual ou química. Quando realizado de modo manual, é uma operação demorada e onerosa, necessitando de excessiva mão-de-obra em curto período de tempo. Por isso, o raleio químico é uma ferramenta importante para agilizar e reduzir este custo operacional”, explica o pesquisador Rafael Anzanello.

O estudo avaliou dois produtos, cianamida hidrogenada e ethephon, em diferentes concentrações e épocas de aplicação, nas variedades de pêssego Coral e Chimarrita. “Os principais resultados do trabalho mostraram que a aplicação da cianamida hidrogenada e do ethephon foram eficientes para o raleio de flores e frutos de pessegueiro, respectivamente, constituindo-se em importantes alternativas para facilitar o manejo de pomares pelos produtores”, conclui Rafael.

Fonte: Secretaria da Agricultura do RS

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