Apresentações artísticas vão falar das referências que permanecem até hoje no imaginário cultural
Músicas que marcaram época, esquetes teatrais que lembram textos consagrados, reprodução de cenas de filmes e séries que estão na memória de gerações. Tudo isso estará reunido em um único espetáculo nesta sexta-feira, dia 5 de julho, na Casa das Artes, em Bento Gonçalves, durante a quinta edição do MutiArte, o projeto artístico-cultural realizado desde 2015 pelos estudantes do Ensino Médio do Colégio Mutirão.
Identificar as influências culturais dos anos 80 e 90 do século passado e dos anos 2000 que permanecem até hoje a partir de manifestações artísticas. Em síntese, este é elemento central da edição deste ano do MutiArte que sobe ao palco do anfiteatro Ivo Da Rold a partir das 19h. Para a direção da escola, o projeto incentiva a incorporação da cultura no processo de ensino-aprendizagem, através da intensa participação dos estudantes, que escrevem, criam roteiros, figurino e cenários, filmam, encenam, dirigem apresentações, tocam instrumentos musicais e cantam e declamam poesias.
Julio Somensi, professor de Geografia e Sociologia do Mutirão e um dos coordenadores da edição do Mutiarte com Sandro Gonzaga, que leciona História e Filosofia na instituição, acredita que o grande diferencial do projeto é a autonomia dos estudantes desde a definição dos temas. “Nós apenas orientamos. O que importa é a autonomia do aluno, e isso se mostra nas referências da cultura pop, que é o tema escolhido para este ano. A ideia é mostrar, através dos produtos culturais, o que ainda influencia a cultura ainda hoje”, afirma Somensi. “Nós damos as regras e, dentro disso, eles criam. Damos liberdade e cobramos responsabilidade, criando um vínculo de confiança que eu acredito que é fundamental no processo de ensino e aprendizagem. O objetivo é deixar o aluno crescer”, conclui o professor.
A iniciativa multidisciplinar envolve os alunos dos três anos do Ensino Médio. Neste ano, cerca de 15 apresentações estão agendadas. Com o tema “Um resgate histórico pelo túnel do tempo”, os estudantes pesquisaram as referências culturais das últimas três décadas e criaram apresentações que vão mostrar que essas referências se mantêm atuais no final da segunda década do Século 21.
Cenas de filmes consagrados, como Esqueceram de Mim, ou séries televisivas como Friends, músicas e clipes de Michael Jackson, referências de arte de rua e outras manifestações serão mostradas ao público. Uma das participantes é a estudante do 3º ano Julia Jauer, de 17 anos, que participará da apresentação com uma coreografia para três músicas ligadas à série Um maluco no pedaço, com o ator Will Smith, que realizou seis temporadas no início dos anos 90. Esta é a segunda vez que ela participa. “A gente conhece o outro lado dos colegas. A responsabilidade que o projeto nos dá no trabalho em grupo é importante. O bom desses projetos é que eles dão espaço para mostrar o que somos”, avalia.
“Acho legal para mostrar nosso lado artístico. Eu gosto muito de dançar. O projeto revela outras qualidades das pessoas que não aprecem em sala de aula”, revela Manoela Cordeiro, de 17 anos, também aluna do 3º ano, que vai dançar cinco músicas que marcaram os anos 80.
Além das apresentações em si, o projeto trabalha e avalia os estudantes em uma série de etapas, desde as pesquisas iniciais, em referências cultas ou mesmo na conversa com quem viveu a época, até a construção da iconografia que marcou a época retratada. O que fica de ensinamento é que a vida e, consequentemente, a cultura, são feitas de ciclos, e que o presente é sempre construído pelas referências do passado. Ou, como perceberam as alunas, é melhor não se desfazer do que já foi atual, porque possivelmente voltará ressignificado. “A gente percebeu que as roupas dos anos 80 são quase as mesmas que usamos hoje no rolê. É melhor não jogar nada fora, que vai voltar”, resume Julia.
Para o professor, o MutiArte demonstra que a relação existente entre escola e cultura instiga a buscar uma melhor compreensão acerca da importância da cultura no processo de aprendizagem e nas práticas pedagógicas, e que seus resultados vão muito além do que os convidados verão no palco da Casa das Artes.
Fonte: Criacon Criação e Conteúdo
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