Ler e escrever! Duas palavras, dois verbos, muito próprios do ser humano, os quais proporcionam a abertura de conhecimentos, de vida e experiências subjetivas. Neste sentido, desde o ano passado a Biblioteca Pública Castro Alves realiza o projeto Histórias para quem história, coordenado pela orientadora educacional e funcionária da instituição, Cláudia Benatto, junto a grupos da terceira idade da Secretaria de Esportes e Assistência Social.
Ao longo dos encontros, uma situação chamou a atenção da coordenadora Cláudia: algumas senhoras são analfabetas e, geralmente, necessitavam de ajuda de outras para realizar as atividades. E pensando nesta realidade, foi criado o projeto de Alfabetização e Letramento para atender este público que na idade própria não conseguiu ter acesso ao ensino.
Nesta semana, o mesmo foi apresentado e firmado uma parceria entre as instituições da Prefeitura que na ocasião foram representadas pela bibliotecária e diretora Paula Porto Gauterio e a orientadora Educacional Cláudia Refatti Benato, da Biblioteca Pública, e pelo coordenador da Praça CEU, Clóvis Prates, e do CRAS I, a coordenadora e psicóloga Débora Simionato Fin e a assistente social Franciele Cezar Ferreira.
A Biblioteca Castro Alves será a responsável pela execução do Projeto, o Coordenador da Praça CEU cedeu a sala do Telecentro para que seja montada a estrutura física, já a equipe do CRAS I irá divulgar e encaminhar usuários que tenham interesse em se alfabetizar para a Biblioteca realizar as inscrições.
O projeto tem como tema geral “Identidade” e sub-tema “Trabalhando os documentos” como nos fala Cláudia Benatto.
“Trabalhar a identidade é perceber que cada pessoa possui características e qualidades específicas, o que a torna um ser único. E nós passamos a existir perante a sociedade legalmente, quando temos nosso registro civil, mas para quem não sabe ler ou escrever, o documento pessoal é apenas um papel. A partir do momento que ela ler e se ‘ver’ naquele documento, ela passa a fazer parte da sociedade e ser uma Cidadã”.
Paula Porto expressa sua alegria e compromisso da Biblioteca Pública de ter este olhar social.
“Com essas competências, a alfabetizada pode exercer plenamente a sua cidadania reconhecendo o seu valor e seu papel na sociedade, aumentando as suas chances e possibilidades de autonomia. Sabendo fazer uso de seus direitos”.
O secretário de Cultura e presidente da Fundação Casa das Artes, Evandro Soares, ressalta que o projeto:
“É um gesto de cidadania. Para além de sua meta de alfabetizar, ele possui uma visão global de reintegrá-los à sociedade, de lhe darem uma abertura de convivência e de trocas de experiências, promovendo a sua auto-estima através do reconhecimento das suas potencialidades e habilidades.”.
Metodologia do Projeto de Alfabetização e Letramento de Adulto da Terceira Idade
Iniciar com a oralidade tendo seqüência na leitura e na escrita, finalizando com a criação de frases e textos. Desta forma, a aprendizagem da leitura e da escrita se dá na perspectiva do letramento inserida no contexto do alfabetizando, com o seu uso efetivo nas práticas sociais e partindo da compreensão do mundo que o cerca e de uma palavra geradora que seja do seu universo e tenha significado para ele. Aprender com o próprio nome, contação de histórias, cultura popular (danças, cantigas e brincadeiras de roda).
A duração da aula será de três horas por dia, duas vezes por semana, e serão totalmente gratuitas para os alfabetizados.
Ao final do curso, elas deverão ser capazes de ler e escrever pequenos textos, com compreensão, além de resolver problemas matemáticos simples, utilizar de forma crítica informações veiculadas às diferentes mídias, e comunicar-se por intermédio de mensagens de texto em aplicativo de dispositivo móvel.
Local da realização da oficina: Sala do Telecentro, localizado junto ao Centro de Artes e Esportes Unificado (Praça CEU) Bairro: Ouro Verde.
Para mais informações, é preciso ligar para a Biblioteca Pública (54) 3452.5344, com Cláudia Benatto.
Histórias para quem tem história
A Biblioteca Pública Castro Alves iniciou o Projeto Histórias para quem tem história desde de maio de 2021, junto aos grupos da Terceira Idade dos bairros Cohab, São Roque, Praça CEU, Fátima e Tuiuty.
Com metodologia baseada no Círculo de Construção de Paz, o projeto proporciona momentos de escuta, de debates e troca de experiências, por meio do livro ou autor/autora selecionado. As senhoras receberam um material, devidamente higienizado, contendo um diário de trabalho e mensagem de autoconhecimento. Também, são trabalhados livros/autores próximos de temáticas que tenham ligação com as suas vivências. Em 2022, será lançado um e-book com os relatos e reflexões delas.
Assessoria de Comunicação Social Prefeitura
Foto: Divulgação/Biblioteca Pública Castro Alves
Em Pequim, RS Day reforça parcerias estratégicas do Rio Grande do Sul com a China
Segundou de Oportunidades: CIEE-RS inicia a semana com mais de 3,8 mil vagas de estágio e bolsas de até R$ 1,8 mil
Dom José Gislon – Um Rei fiel e servidor