A importância do diagnóstico pré-natal para o rastreio de possíveis patologias maternas e do feto, e o combate ao tabagismo marcaram a edição Agosto Verde do ciclo de palestras, promovido pela Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS). O evento, que marca as ações da campanha institucional “Saúde Preventiva: Pratique essa ideia”, ocorreu no Centro de Eventos da entidade, na noite de quinta-feira (10/08).
O ginecologista e diretor de Comunicação da AMRIGS, Jorge Telles, apresentou o projeto “Geração bebê – promovendo a saúde materna e infantil”, destacando os benefícios que o acompanhamento da gestação pode trazer tanto para a mãe quanto para o bebê.
– No momento em que se diagnostica a malformação do bebê ou alguma alteração que pode implicar em risco no parto, deve-se direcionar o atendimento para a complexidade do caso. Para isso, existem três tipos de exames de rastreio, que realizamos no início de cada trimestre da gravidez. Cada um deles tem um objetivo específico conforme o desenvolvimento do bebê – explicou Telles.
Ainda de acordo com o médico, a cada cem gestações no Brasil, sete a dez terão parto antes de 37 semanas, considerados prematuros. Além disso, de 10% a 15% terminarão em aborto, metade deles por algum defeito genético. A estimativa aponta ainda que quinze gestações serão de alto risco, de quatro a quatorze podem ter casos de hipertensão e entre sete e oito serão acometidas por diabetes. Com relação aos óbitos, 85% ocorrem entre 22 semanas e seis dias de vida do bebê, enquanto o índice de mortalidade materna é de 1/2000.
Quem também participou do evento foi o mentor do projeto Fumo Zero e médico associado da AMRIGS, Luiz Carlos Correa da Silva, responsável por abordar o combate ao tabagismo.
– Existem tratamentos que podem ser usados para parar de fumar, mas o principal incentivo é a motivação e a força de vontade dos fumantes. Hoje já existe no nosso país um razoável controle do tabagismo através de políticas públicas e tratamentos muito eficazes. Isso possibilitou que tivéssemos queda de 35% para 11% de pessoas adultas fumantes nas últimas três décadas. Apesar de toda conquista, ainda são vinte milhões no Brasil – afirmou Silva.
De acordo com o especialista, muitos jovens estão iniciando o vício, apesar de toda informação.
– O que ainda acontece é que há promoção de produtos do tabaco, e os jovens são expostos a isso. Então, quando falamos em tabagismo, temos que considerar as conexões, pois muitas vezes o jovem que fuma, bebe em conjunto, começando com esse ciclo – enfatizou.
O ciclo de palestras da AMRIGS prevê ainda o Setembro Amarelo, com alerta para os casos de suicídio, alcoolismo e uso de crack; Outubro Rosa, que além do câncer de mama abordará também a cirurgia reparadora e o Novembro Azul, que apresenta debates sobre câncer de próstata e de pele.
Cerebral (AVC) e o Novembro Azul, que apresenta debates sobre câncer de próstata e de pele.
Redação: Francine Malessa e Mariana da Rosa
Coordenação: Marcelo Matusiak
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