Por que o cateter de alto fluxo, tecnologia usada pela Unimed de forma pioneira na região, ajuda a evitar mortes por coronavírus?

Complexo Hospitalar Unimed Nordeste-RS aumentou de três para 18 o número de aparelhos durante a pandemia, o que se refletiu significativamente na taxa de sobrevivência de beneficiários internados

Evitar um procedimento invasivo e difícil de se recuperar como a intubação é um dos objetivos do uso do cateter nasal de alto fluxo pelas equipes do Complexo Hospitalar Unimed Nordeste-RS, em Caxias do Sul. Na pandemia de coronavírus, a instituição aumentou de três para 18 o número de equipamentos disponíveis no Hospital, a fim de possibilitar o atendimento a todos os pacientes.

Esse protocolo é um dos que vêm contribuindo significativamente para a sobrevivência de pacientes com problemas respiratórios na Unimed. Mas, afinal, o que é o cateter nasal de alto fluxo? E mais importante: como essa tecnologia preveniu a intubação de tantos pacientes hospitalizados pela covid-19 na Unimed?

Seis a cada 10 pacientes internados longe da intubação

– O cateter nasal de alto fluxo nada mais é do que uma forma de oxigenoterapia usada principalmente nas doenças hipoxêmicas, ou seja, quando o paciente está com dificuldade de captar oxigênio – explica Paulo Finimundi, fisioterapeuta especialista em terapia intensiva e coordenador do grupo de reabilitação do Complexo Hospitalar Unimed Nordeste-RS.

Paulo, que atua na linha de frente da pandemia, observa que o uso da tecnologia permitiu que seis a cada 10 pacientes em UTI pudessem se recuperar da covid-19 sem a necessidade de ventilação mecânica (intubação). A melhora nos pacientes é benéfica também para o sistema de saúde, que consegue, em menos tempo, liberar mais leitos e seguir prestando atendimento.

– Os pacientes ficam muito tempo intubados, em média 21 dias. Com o cateter de alto fluxo, o tempo é entre sete e 10 dias. A equipe utiliza a terapia, retira os pacientes da UTI e libera a vaga para o próximo.

Conforme Paulo, os pacientes que evoluem para a ventilação mecânica costumam deixar a UTI com a força muscular extremamente diminuída. Isso está relacionado ao tempo de internação e ao uso de sedativos e neurobloqueadores, que servem para fazer com que o paciente receba uma ventilação protetora até a recuperação do pulmão lesionado pela doença.

– O paciente que usa o cateter de alto fluxo perde força muscular, mas diferente do que foi intubado, que acaba ficando sem conseguir caminhar ou até pentear os cabelos. Esse se mantém com todas as atividades ativas, mesmo que às vezes limitadas – complementa o profissional.

Graças a esse e outros protocolos diferenciados, a taxa de sobrevivência dos pacientes com coronavírus internados em UTI na Unimed Nordeste-RS é de 62,88%; na rede pública brasileira, esse percentual é de 37%.

Até 100% de oxigênio, na temperatura e no fluxo certo

O cateter de alto fluxo fornece uma mistura de gás que pode ser medida pela equipe assistencial com mais precisão: são até 60 litros de fluxo, com oxigênio a 100%, em alta velocidade e aquecido a 36°C.

– Com isso, conseguimos uma manutenção da saturação dentro de parâmetros aceitáveis para o paciente e, se ele tiver secreções, por exemplo, tem mais facilidade de expectorar. O cateter se diferencia de outras formas de oxigenoterapia, porque oferece de 21% a 100% de oxigênio e é capaz de atingir um fluxo de até 60 litros por minuto, quando as demais, como a máscara de reservatório, chegam a 15 litros – detalha o especialista.

Paulo ressalta que essa tecnologia, já utilizada antes da covid-19, seguirá sendo aplicada e deve auxiliar ainda em muitas patologias.

– A instituição já utilizava desde o início de 2019 essa terapia, mas acabamos realizando treinamentos voltados à covid-19 e desenvolvendo um protocolo diferenciado para prestar um atendimento de qualidade e diminuir o risco de intubação, mudando desfechos de forma positiva – finaliza o fisioterapeuta.

 

Fonte: Unimed Nordeste RS
Foto: Reprodução Unimed

(RM)

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